sexta-feira, 11 de julho de 2014

Troca de figurinhas da Copa do Mundo movimenta manhãs de sábado

Nove e meia da manhã de um sábado, caminhava pelo centro de Santa Rita, mais precisamente em frente à Banca do Caruso, quando notei um movimento incomum. Em alguns bancos que contornavam a praça, crianças e adultos começaram a chegar com álbuns debaixo do braço, tiraram dos bolsos algumas folhas de papel com números rabiscados e envelopes repletos de figurinhas. Eu me aproximei para ver o que se passava e tomei conhecimento de um ritual que se tornou comum nos últimos meses: a troca de figurinhas da Copa do Mundo. Para participar não era preciso se apresentar. Bastava abordar um dos colecionadores e pedir para ver suas figurinhas repetidas. Caso se interessasse por alguma, mas não tivesse outra para oferecer em troca, o preço estava afixado em 20 centavos, mesmo valor do custo unitário de uma figurinha nas bancas da cidade.
Ao tentar desvendar como surgiu aquele movimento, imaginei que sábado seria o dia em que a criançada recebia a “mesada”, mas um dos colecionadores me deu a dica: “os pais estão de folga e saem com os filhos, ou sem eles, para tentar completar a coleção.” A integração era interessante e bem difícil de acontecer, hoje em dia. Não consigo ver de que outra maneira um empresário faria amizade com uma avó ou uma criança, de maneira tão natural.
Em pouco mais de meia hora, a meia-dúzia de crianças e adultos se multiplicou e chegava a cerca de 30 colecionadores de todas as idades. Havia diversas bicicletas estacionadas em torno do grupo, carros com famílias inteiras à procura de um bom local para parar, mulheres com crianças de colo e estudantes. Com folhas de papel que traziam os números das figurinhas que ainda faltavam, avós faziam negociações de igual para igual com meninos vestidos com camisetas da seleção e rabiscavam as últimas conquistas. Pouco a pouco o número de colecionadores aumentava e o jardim que ladeava a estátua de Francisco Moreira ficou apinhado de pessoas vindas de todos os cantos da cidade.
“Tudo começou de maneira espontânea. As crianças compravam as figurinhas aqui na banca e iam trocar as repetidas do outro lado da rua. O número de colecionadores já foi maior. Acho que a cidade inteira coleciona. Boa parte, já completou o álbum.” – conta Chico Caruso, proprietário da banca. Um dos frequentadores do local conta que foi criado um grupo no Whatsapp (aplicativo para bate-papo através do celular) especialmente para combinar os encontros. “No meu tempo, batíamos figurinhas. Hoje as trocas ficaram mais sofisticadas. Pelo jeito, os encontros irão continuar até o fim da copa.” - teorizou um freguês.
(Por Carlos Romero Carneiro)

Oferecimento:

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Ex-aluno da ETE FMC é mestre em Física e cursa doutorado na França

“Depois de estudar três anos na ETE, temos a real impressão de que podemos passar por qualquer universidade”, conta José Tarcísio Costa. 
Após concluir o curso técnico em eletrônica, José Tarcísio foi aprovado em quatro universidades de renome nacional e optou pelo curso de Física, na UniCamp (Universidade Estadual de Campinas). No sétimo período, conseguiu uma bolsa para estudar um semestre na Universidade de Barcelona, na Espanha. Posteriormente, integrou outro programa de bolsa de estudos e passou quase um mês na universidade de Xangai, na China.

Mesmo antes de concluir a graduação, foi aceito em um mestrado coordenado pela Universidade de Gante, na Bélgica.  Segundo ele, as regras do programa diziam que, para obter o título de mestre, cada estudante teria que seguir cursos em, pelos menos, três universidades parceiras. “Estudei o primeiro ano na Universidade da Lorena, em Nancy, na França, o primeiro semestre do segundo ano no Instituto Real de Tecnologia, em Estocolmo, na Suécia e, por fim, o último semestre do segundo ano na Universidade Carlos III em Madri, na Espanha”.

Após sua defesa de dissertação do mestrado, foi aceito para um doutorado na França, dentro de uma parceria entre a "Universdade de Nice-Sophia Antipolis" e o "Institut National de Recherche en Informatique et en Automatique (INRIA)".

Natural de Cachoeira de Minas, o ex-aluno da ETE, hoje com 28 anos, está concluindo doutorado na França, e relembra com saudades o período em que esteve na Escola Técnica de Eletrônica. “Passei três anos maravilhosos na ETE. Não podemos negar que é uma escola muito exigente e com uma rotina bem puxada, mas é justamente isso que a faz tão especial. Depois de passar por esses três anos de estudo, temos a real impressão de que podemos ingressar em qualquer instituto de ensino. A ETE nos ensina a organizar nosso tempo e otimizar as atividades. Enfim, se não tivesse passado por ela, não teria tido toda essa motivação e, certamente, não chegaria até aqui.”. 

Na reta final do doutorado, a previsão é de que defenda sua tese em setembro de 2015, com a linha de pesquisa física de plasmas aplicada à fusão nuclear. “O futuro ainda não está programado. Após defender o doutorado posso voltar para o Brasil. Tudo vai depender das oportunidades. Se, por acaso, encontrar uma posição por aqui ou até mesmo um pós-doutorado, devo continuar na França. Se as oportunidades surgirem no Brasil, volto ao meu país”, concluiu José Tarcísio, ex-aluno da ETE FMC.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Jogo de várzea na Copa do Mundo

- Por quanto está vendendo o ingresso do jogo do Brasil?
- Dois ingressos por 35 mil Reais.
- Ok. Se eu conseguir vender meu rim, te dou um toque.
Foi assim o início da nossa procura por entradas da Copa do Mundo, dias antes dos jogos. Com muita paciência, conseguimos 3 ingressos para o jogo de uma das favoritas, a Inglatera, contra um time desco-nhecido da América Central: a Costa Rica. O que não contávamos é que, na terceira rodada, boa parte das seleções consagradas seriam despachadas pelos países vizinhos e que mudaríamos a perspectiva da partida. Naquela altura, os britânicos já estavam desclassificados e a pequena Costa Rica, ao vencer os dois primeiros jogos, transformava-se na sensação (ou zebra) da Copa. De um lado, teríamos a campeã de 1966 tentando lavar a honra. Do outro, um time desconhecido tentando fazer história. 

Depois de 5 horas de viagem e vinte minutos de caminhada, chegamos ao Mineirão, palco da cancha. Confesso que nunca tinha visto um jogo em estádio, com exceção das peladas que meu pai me levava pelos campos da região.

O clima da Copa espalhava-se por todos os cantos e nos mostrava que aquilo não era apenas uma competição esportiva. Tratava-se de uma forma que o mundo encontrou de se confraternizar. Pessoas fantasiadas, cartazes, crianças, periguetes e atores... tinha de tudo.

Na fila de entrada, nos vimos entre uma multidão de ingleses, quase transparentes e de cabelos vermelhos. Se existisse televisão com cheiro, o telespectador poderia experimentar o que sentimos naquele momento: um fudum fortíssimo de álcool curtido, resultado de dias sob o efeito radioativo da cagibrina. A organização do evento estava impecável. Era preciso passar por diversos níveis de segurança até a entrada por um portão específico que nos levaria ao local exato de nossas cadeiras. Faltava pouco para ver o que só conhecíamos pela TV.

O isolamento acústico do estádio é impressionante. Até alcançar uma das portas que leva ao campo não é possível ouvir absolutamente nada. Ao entrar, entretanto, senti como se uma forte corrente elétrica percorresse meu corpo, resultado do impacto causado pelos gritos ensurdecedores da torcida. Incrível. Emoção mais próxima do que essa, somente quando o glorioso Bloco dos Democráticos acendia as suas luzes, no morro do “Zé da Sirva”, em terça de carnaval.

Nas arquibancadas, uma confusão de cores. Multidão. Barulho. Meu filho ficou maravilhado ao ver que tudo o que conhecia pela TV estava bem ali, à sua frente. Estar em um estádio é colocar-se em contato com uma grande quantidade de informações. O jogo é apenas um detalhe. Mil coisas acontecem ao mesmo tempo, a vibração é impressionante e você não sabe para onde olha.

A bola rolou e devo dizer que esperava mais da partida. Não vi muita diferença entre o corre-corre dos jogadores, bem mais franzinos do que a TV mostra e as pelejas que costumava assistir no campo da Liga. Como estávamos na primeira fila, vimos cada detalhe do que acontecia no surrado gramado e refiz, meio sem querer, algo que era comum enquanto meu pai estava vivo: fotografar os equipamentos de filmagem para que ele soubesse a quantas andava a tecnologia.

0 x 0. Os ingleses se exaltaram do outro lado do campo e entrou em cena a equipe de segurança para conter os ânimos. Na saída, um torcedor viu meu filho com a camisa do São Paulo e puxou conversa. Ele perguntou quando o Gabriel fazia aniversário e, ao descobrir que nasceram no mesmo dia, tirou uma bandeira do pescoço e o presenteou: “Esta é do Hexa.” – disse orgulhoso.

Ao deixarmos o estádio, a tropa de choque preparava-se para dar um “amansa leão” nos ingleses. Tiramos algumas fotos, demos mais uma conferida naquele fim de festa e caçamos o rumo do estacionamento.

Já em Santa Rita, 5 horas depois, as imagens daquele espetáculo permaneciam gravadas na minha retina. Podia fechar os olhos que as cenas não desapareciam. Chegava ao fim do dia em que experimentava uma das sensações mais incríveis da minha vida. Antes de dormir, prometi voltar mais vezes aos estádios e entendi porque o futebol é tão cultuado, seja no Brasil, na Capituva ou no ponto mais esquecido do planeta. 

(Por Carlos Romero Carneiro)

Oferecimento:

A devoção de um cãozinho santa-ritense por seu melhor amigo

 “Sempre ao seu lado” é a versão americana de um filme japonês (Hachikô monogatari) que narra a história de amizade entre um cãozinho da raça Akita com o seu dono, Hidesaburo Ueno. A história conta que, diariamente, Hachiko acompanhava o professor universitário à estação e aguardava até o final da tarde, quando retornavam juntos para casa. Com o falecimento do dono, o cãozinho continuou o ritual de ida e vinda à estação, até a sua morte, sete anos depois. Os habitantes de Shibuya ficaram tão comovidos com aquele gesto que uma estátua de Hachiko foi erigida na estação e, até hoje, é realizada uma cerimônia anual em homenagem a ele. 
Em Santa Rita do Sapucaí, casos semelhantes foram testemunhados e demonstram o quanto pode ser profundo o amor de um cão por seu dono. O primeiro fato de que se tem notícia data do falecimento do Sr. Armando Domingues, responsável pela construção das grutas da Vista Alegre e da pracinha do antigo mercado. Durante o velório do construtor, algumas pessoas notaram que seu cãozinho não saía de baixo do caixão e tentaram, sem sucesso, retirá-lo da sala. Na subida da ladeira que dá acesso ao cemitério, construída pelo próprio Armando, o animal acompanhou o cortejo e manteve-se próximo, até o sepultamento. No dia seguinte, Dona Benedita deu falta no cãozinho, mas não conseguia encontrá-lo. Depois de correr a vizinhança, resolveu retornar ao cemitério e emocionou-se ao vê-lo, já sem vida, ao lado do jazigo de seu marido.

Jamil, coveiro do cemitério, afirma que, até pouco tempo, havia um cão que, com a morte do dono, também passou a frequentar o local. Toda vez que os sinos da igreja anunciavam a morte de alguém, o animal ladeava o carro funerário e o acompanhava até os portões.

No ponto mais alto do cemitério, bem em frente ao mausoléu da família do Coronel Gabriel Capistrano, encontramos um vira-lata negro, com as patas já tingidas por pelos esbranquiçados, muito sujo e com as costelas salientes. Seus movimentos eram lentos e ele não respondia ao chamado. Os funcionários do cemitério deram a ele o nome de Negão e contam que, há tempos, ele perambula por ali.

Há alguns anos, era bem diferente a vida daquele bichinho. Com pelagem negra muito brilhante, era sempre visto, junto com outros cães, ao lado de seu dono. Chico Dorico tornou-se muito conhecido em Santa Rita por puxar uma carrocinha carregada de material reciclável, sempre com passos curtos, vestimentas desgastadas, chapéu de palha e as costas arqueadas pelos anos de trabalho árduo. 
Chico Dorico e seu cãozinho.
Com a morte de Dorico, o cãozinho passou a esperar pela abertura dos portões do cemitério e permanece no recinto até que o último funcionário vá embora. Debilitado, o bichinho começou a se alimentar com as carnes que ganha de um açougue do mercado e, desde então, perambula por entre os túmulos.

Há quem diga que não resta muito tempo para o cachorrinho. Algumas pessoas calculam que já tenha cerca de 15 anos e que sua falta de reação seja reflexo da idade avançada. Outros dizem que ele nunca mais foi o mesmo desde que  perdeu o melhor amigo. Não há quem duvide, entretanto, da devoção do animal por Joaquim Dorico e do sentimento de amor que os une até hoje. Exemplos como estes demonstram que o título de “melhor amigo do homem” cabe muito bem a estes leais bichinhos.

(Fomos informados que o "Negão" faleceu um dia após a produção desta reportagem)

(Carlos Romero Carneiro)

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Empório 78 - Hoje - Nas Bancas!

Nesta Edição:

- A devoção de um cãozinho santa-ritense por seu dono.
- Troca de figurinhas da Copa do Mundo movimenta manhãs de sábado
- Jogo de Várzea na Copa do Mundo (Por Carlos Romero Carneiro)
- Copa do Mundo 2014 (Por Rita Seda)
- A terrível lenda do Minhocão da Lagoa do Bicho (Por Cêngo Carvalhinho)
- Você quer uma carrapeta! (Por Ivon Luiz Pinto)
- Rio Verde, Santa Rita e a Globalização (Por Salatiel Correia)
- É menino ou menina? (Por Danlary Tomazini)
- Notícias da Leucotron, no Brasil e no exterior
- Lendas Vivas tem atrações confirmadas
- Arraiá da Copa no Colégio Tecnológico
- Ao finalizar o primeiro semestre na ETE, Homero e sua filha avaliam o curso
Aluna do ETE Ensino Médio é aprovada em várias universidades públicas 
e conta o segredo para o seu excelente desempenho
Ex-aluno da ETE FMC atua em empresa petrolífera
- Conectando Ideias é o tema do TEDxInatel 
- Parceria com Agilent/Keysight Technologies possibilitará nova certificação a alunos
Inscrições abertas para o Mestrado do Inatel 

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Festival de Jazz e Blues agita Santa Rita no mês de agosto

Segunda edição do Vale Music Festival será totalmente grátis, contará com artistas de peso no cenário nacional e traz mini feirinha gastronômica como novidade. 
Nos dias 15 e 16 de agosto, Santa Rita do Sapucaí será palco da segunda edição do Vale Music, festival de Jazz e Blues que gerou uma ótima repercussão no ano anterior. Em 2014, o evento reunirá bandas regionais e artistas de peso no cenário nacional. Serão ao todo 6 atrações, sendo 2 shows no bar Parada Obrigatória na noite de sexta, dia 15, e 4 shows na praça Santa Rita, no sábado, 16 de agosto, de tarde. A grande novidade será a mini feirinha gastronômica, que, no sábado, reunirá chefs e estabelecimentos locais para oferecer opções diferentes em gastronomia, a custos acessíveis, além de produtos da região, com uma cerveja artesanal feita em Santa Rita.

No sábado, 16/08, o festival tem inicio as 14:30, com a apresentação da banda de blues instrumental JekaJam, de Itajubá, liderada pelo guitarrista Flávio Agrícola, ex-integrante da extinta banda Assassinato em Veneza, que fez grande sucesso na região nos anos 90. Em seguida, as 16h, será a vez da On The Street Jazz Band, que trará ao festival o tradicional jazz  de New Orleans. A banda é o novo projeto do músico Edu Marck, que já participou dos mais prestigiados festivais de jazz & blues do país. As 18h sobe ao palco o novo projeto do guitarrista Sandro Nogueira, que traz convidados de peso como o contrabaixista Thiago Espírito Santo, referência mundial no jazz instrumental, o saxofonista Cássio Ferreira, o pianista Diego Nogueira e o baterista Carlinhos Mazzoni.  Quem fecha a noite é a Patronagens Band, banda de Santa Rita que vem conquistando enorme destaque no cenário do blues mineiro, e apresentará um tributo aos grandes guitarristas de blues do século passado.

Na sexta, 15/08, o bar Parada Obrigatória receberá a Zamat Blues Band, trio sulmineiro de blues, e um show acústico do Bertolini Blues, projeto do guitarrista santarritense Luiz Fernando Bertoloni.

Todas as atrações serão gratuitas e só puderam ser realizadas graças ao Festival de criatividade e inovação Cidade Criativa, Cidade Feliz, do qual faz parte da programação, e ao patrocínio e apoio da Prefeitura Municipal de Santa Rita do Sapucaí, Inatel Cultural, Leucotron, Sindvel, Grupo Giga, Boutique Thenácy, Pìxel TI, FAI, Bloco do Urso, Cerveja Libertas, Básico Fashion by Henring, Ativa Soluções, Sport & Cia, D2FM e Bertoloni Music & Science, Idea Comunicação Integrada, Sapucaí Eventos, Parada Obrigatória, ACEVALE e Adega do Patrão.

Para mais informações, acesse a fanpage do evento em https://www.facebook.com/ValeMusicFestival

sexta-feira, 27 de junho de 2014

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Autor Santa-ritense fará apresentação de seu livro à comunidade

PRESTIGIE A CULTURA SANTA-RITENSE
7 de junho de 2014, lançamento festivo das EDIÇÕES ALCA - Academia de Letras, Ciências e Artes de Santa Rita do Sapucaí e seu primeiro livro "Reconstituição Vital" de Víctor Hugo Neira Muñoz, onde o autor estará disponível para conversar e fazer um brinde cultural...

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Curso imperdível no Inatel


Festa lascada na Escola de Eletrônica

Ao anoitecer de 7 de junho, centenas de alunos se transformaram em matutos, pegaram uma picada pela avenida Sinhá Moreira e começaram a desembarcar no campus em bicicletas, charretes, carros de boi e artomóvis. Imprevistos foram muitos. Alguns ficaram sabendo que a ponte sobre o rio Sapucaí tinha quebrado, descobriram que era mentira, desviaram da cobra e formaram fila indiana enquanto faziam o caminho da roça. A festa estava animada e contou com a participação de um DJ que foi de Tião Carreiro às Marcianas com uma desenvoltura inacreditável. No arraiá, caipiras eram detidos em um confortável xilindró, enquanto outras personalidades se deliciavam com comidas típicas, bebericavam quentão e dançavam ao som de Amado Batista. No salão, o mais extraordinário sorteio de prendas e assados das redondezas. Tinha de tudo: de frango a eletrodomésticos e difícil foi o caboclo que não saiu com um prêmio no imborná. Na hora da quadrilha, futuros técnicos, estadistas e doutores, formaram seus pares e fizeram evoluções de botar inveja no Carlinhos de Jesus. Nunca se viu uma festa junina tão animada quanto a daquela noite fria e de céu azur. Carros se acotovelavam nas ruas que davam acesso à escola e uma multidão de visitantes chegavam de toda a freguesia. Os professores e funcionários da ETE FMC ficaram felizes que só vendo. “Formidáver!” – disse um deles. “Supimpa” – bradou a outra. “É nóis.” – arrematou o terceiro. De lá pra cá, a tradicional Festa Junina da ETE ficou mais garbosa do que nunca e já tem gente fazendo planos para junho do ano que vem.

Country Clube é campeão intermunicipal de futebol (Por Ariovando De la Toca)

No último sábado, dia 07/05, o SANTA RITA COUNTRY CLUBE sagrou-se campeão intermunicipal de futebol na cidade de Natércia. Num jogo super complicado, o time de Santa Rita do Sapucaí, enfrentou na final, a equipe da cidade de Jesuânia. Logo no primeiro ataque, Estefferson, um dos destaques da partida,  escapou pela direita e sofreu pênalti. Coube ao artilheiro Baldoni colocar o Country Clube em vantagem. A partir daí, só deu Jesuânia, mas o goleiro Fábio Júnior estava numa de suas melhores tardes. Ele salvou o time diversas vezes, inclusive operando um verdadeiro milagre cara a cara. Jesuânia empatou no finalzinho da primeira etapa, mas antes de contar a história do segundo tempo, precisamos voltar à véspera da decisão, quando Turuta, jogador e treinador do Country Clube, já pressionado pela diretoria, ligou para o meia Zé Alfredo, que estava se recuperando de uma lesão no joelho. A resposta foi franca: “professor, o médico me liberou, contudo não poderei jogar os 90 minutos, mas fique tranquilo, vou ganhar esse campeonato pra você” - garantiu.
Eis que, na segunda etapa, a história continuou a mesma. Uma pressão sem precedentes do time de Jesuânia. Giovani Palma - o Japão, destacava-se no meio campo do time de Santa Rita. Justo ele, que carregava uma enorme responsabilidade, pois substituía Robledo de Martha, um dos maiores jogadores da história recente de Santa Rita. Japão correu, marcou como nunca e ainda organizou todas as jogadas do Country. Turuta, que começou no banco, entrou em campo e lançou mão do goleiro Ricardo (pensando numa possível disputa de pênaltis), dos defensores Evaldo e Valdecir e ainda do atacante Fininho, já que no clube não existem titulares e reservas, e sim uma política de que todos joguem em todas as partidas. Poucos minutos depois, Ricardo defendeu uma cabeçada à queima roupa e, mesmo no chão, defendeu o rebote, salvando a pátria da equipe de Santa Rita. Zé Alfredo, do banco de reservas, como um verdadeiro maestro, comandava a equipe, ao lado de Alexandre Labruna, craque do Santarritense na década de 2000. Naná e o capitão Getúlio estavam numa tarde inspirada e montaram uma verdadeira parede na zaga do clube de Santa Rita. Ao final, descontente com a atuação do time, Zé Alfredo entrou em campo e colocou ordem na casa, segurando o placar de 1 x 1 até o final, levando a decisão para os pênaltis.
Nas penalidades, brilhou mais uma vez a estrela do goleiro Ricardo, que defendeu a primeira cobrança. O Country Clube converteu todas com Turuta, Estefferson, Niquimba e Fininho. Na última chance de Jesuânia, seu meia esquerda chutou pra fora e o SANTA RITA COUNTRY CLUBE sagrou-se campeão. A equipe dedicou o título ao saudoso amigo Kléber “Galinzé” e agradeceu ao apoio do atual presidente Taninho. 

terça-feira, 10 de junho de 2014

Mais um curso gratuito da UAITEC

Lema apresentará Vídeo Palestra "Aprendendo ser pai e mãe"

Baseado no Livro entre o Céu e a Terra – Com Aroldo Dutra,

Dia 26 de junho, às 19h, na Associação Espírita Mãos de Amor - LEMA

A palestra foi realizada pelo expositor espírita mineiro Haroldo Dutra Dias, proferida no Centro Espírita Manoel Felipe Santiago, em Belo Horizonte - MG, no dia 06-08-2011, com o tema para os Pais e Mães baseado no livro Entre a Terra e o Céu, psicografado por Chico Xavier, pelo espírito André Luiz

Inscrições: vladasjunior@yahoo.com.br

Entrada Franca. Pede-se que leve um prato doce ou salgada para confraternização, após a palestra.

Se você é Pai ou Mãe ou Pretende Ser, não perca esta oportunidade.

Associação Lar Espírita Mãos de Amor

Rua Jequitibá, 27, Fazenda Nossa Senhora da Aparecida (Portal da Serra), Bairro Vintém, Zona Rural. Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais. CEP 37540-000 – Fone: 35 91400623 - Contato: vladasjunior@yahoo.com.br - Celular: 91400623

Mostra Algar Inovação tem representantes de Santa Rita

Com a apresentação de 50 projetos e protótipos, a 13ª edição da Mostra Algar Inovação começa nesta terça-feira (10), às 17h30, e tem continuação na quarta-feira (11). Deste total, 40 são iniciativas de associados (como são chamados os funcionários do Grupo Algar). Os outros dez virão de instituições de ensino, como a Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa, de Santa Rita do Sapucaí (MG), de empresas e entidades (leia mais nesta página).
José Mauro Floriano menciona os projetos que estarão na mostra (Foto: Cleiton Borges)
Quem visitar a mostra, nos dois dias, terá a chance de conhecer, por exemplo, o protótipo Coreo, criado por associados da Algar Telecom. “O Coreo é uma plataforma online na qual os clientes programam seus próprios serviços sem precisar de atendente e de esperar mais tempo. Um exemplo: eu quero que meu telefone seja atendido na secretária eletrônica e que mande a mensagem para o meu e-mail”, disse o assessor de inovação do Grupo Algar, José Mauro Floriano.

Em 12 anos, o trabalho de inovação da Algar proporcionou a implantação de 810 projetos. Os ganhos financeiros para o Grupo Algar são mensurados em R$ 291,6 milhões. O retorno foi de cinco vezes o valor investido (R$ 51,1 milhões).

A 13ª edição da mostra, que é aberta ao público, também vai premiar os melhores projetos, ideia e resultado e terá a inauguração do Innovation Lab, um laboratório voltado para inovação. Preparado em uma área de 150 m², ele conta com espaço de trabalho, sala de reunião e auditório de apresentação com formas e móveis diferentes. “Será um ambiente diferenciado para inspirar as pessoas a terem ideias e a experimentarem novas soluções”, afirmou José Mauro Floriano.

Santa Rita do Sapucaí

Alunos de escola apresentam projetos

Robô que interage com crianças hospitalizadas por meio de jogos educativos, aplicativo para tablet que controla a liberação de medicamentos em hospitais e equipamento que monitora a postura do paciente durante sessões de fisioterapia. Estes são os projetos criados por alunos da Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa, de Santa Rita do Sapucaí (MG), que estarão na 13ª edição da Mostra Algar Inovação.

Segundo o assessor de Inovação do Grupo Algar, José Mauro Floriano, é importante incentivar a inovação desde cedo, por isso, é importante que projetos como estes sejam feitos por estudantes. “Queremos mostrar aos representantes do governo e às escolas essa importância e necessidade de incluir a inovação já nos anos iniciais da educação.”


Além da escola de Santa Rita do Sapucaí, estarão na Mostra Algar Inovação projetos da Lego Education, do Sebrae, do Minas Startup (jovens empreendedores de Uberlândia), da CPqD e da Certi.


Serviço

Mostra Algar Inovação

- Expectativa de visitação: 2 mil pessoas

- Local: UniAlgar, zona leste de Uberlândia

- Entrada gratuita e aberta ao público

sexta-feira, 6 de junho de 2014

EPTV: Sem estudo, aposentado 'inventor' cria própria usina de energia em MG

Inventor chama atenção pela criatividade na zona rural de Cachoeira de MG. Um dos orgulhos do morador é nunca ter pagado contas de luz.
Clique na imagem para assistir à matéria

Um morador da zona rural de Cachoeira de Minas (MG) que estudou até o 3º ano do Ensino Básico chama a atenção pela criatividade. Com engenhosidade, habilidade e conhecimento de vida, Seu Guerzoni, um legítimo homem do campo de olhos bem azuis e barbas longas, se orgulha do apelido de inventor. Ele criou a própria usina de energia dentro de casa e se orgulha de nunca ter precisado pagar contas de luz.

Praticamente tudo que há dentro da casa do Seu Guerzoni Sebastião Lopes funciona com a energia que é gerada dentro do sítio. Somente a geladeira à ligada à rede externa de energia. O sistema movido à água criado por ele, gerou energia pela primeira vez na roça na década de 1980. Mas bem antes disso, ele já havia conseguido levar iluminação para a roça, utilizando uma roda de Fusca.

Um dos orgulhos do aposentado é a forma com que liga e desliga a luz a partir de uma cordinha que ele controla deitado na própria cama. Basta ele puxar a cordinha que ele desliga o sistema de luz de toda a casa. Para voltar ligar, é só puxar a cordinha novamente."Eu coloquei a luzinha e o povo ia lá e rezava, lia jornal com a luzinha, eram duas lâmpadas de 12 volts. Com isso, acabou a lamparina", se orgulha o aposentado.

A mulher do Seu Guerzoni acha que ele na verdade é louco. "Eu falo que ele é louco, isso eu acho até hoje. Ele fica a noite pensando no negócio e no outro dia vai lá mexer", diz a Dona Maria das Dores Lopes.

Seu Guerzoni diz que tudo isso é fruto de um sonho de criança.

"Quando eu tinha 10 anos e brincava de estilingue com a criançada, eu já falava que um dia eu ia casar e viria para cá para montar a minha própria usina de energia. E virou verdade. O povo fala que eu sou inventor, nem sei se sou. Eu penso e faço, e é difícil eu errar", dá o recado o aposentado.


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quinta-feira, 5 de junho de 2014

O tempo econômico e o tempo político (Por Salatiel Correia)

Aquele foi um dia festivo no Inatel. O recinto onde aconteceria a solenidade se encontrava repleto de professores, funcionários, estudantes e políticos. A figura central daquele acontecimento era o então Vice-presidente da República, Aureliano Chaves. Este visitava a escola para inaugurar o auditório com seu nome.
Sinhá, Luís Gomes, Bilac e Carminha Moreira.
Figura imponente, física, política e moralmente, Aureliano ocupava o centro na composição da mesa. Uma mesa repleta do poder político da região. À direita do ex-governador das Gerais, com seus cabelos embranquecidos, sentava-se o ministro Olavo Bilac Pinto, acompanhado do seu filho, o deputado Federal Francisco. À esquerda do ex-presidente, encontrava-se o então diretor do Inatel Luís Gomes da Silva Júnior.

Aureliano, bom orador, mostrou, em seu discurso, intimidade com a região. Ainda retenho na memória sua entusiasmada saudação à família Bilac Pinto, especialmente à cunhada do ministro Olavo: Sinhá Moreira. O que mais fez Aureliano naquele dia foi ressaltar, com muita justiça, os feitos da maior benemérita da região.

Aquele acontecimento, visto pela lupa do tempo, representa, com precisão, algo muito presente na Santa Rita anterior ao Vale da Eletrônica: o sincronismo entre o tempo econômico e o tempo político. Tanto um como o outro tinha a mesma velocidade.

As pioneiras lutas de dona Sinhá Moreira em prol de levar uma escola de eletrônica para a cidade e as lutas da sociedade santa-ritense no sentido de instalar o Inatel na cidade evidenciam o sincronismo entre a política e a economia na terra de Delfim Moreira. 

A política e a economia, de mãos dadas, trouxeram escolas que criaram a ambiência necessária para que eclodisse algo que, a partir dos anos de 1980, descolou o tempo econômico do tempo político: o Vale da Eletrônica. Certamente, a eclosão do Vale da Eletrônica e suas indústrias deram uma nova dinâmica à economia da região. A política. simplesmente. não conseguiu acompanhar tal dinâmica.

Percebo, claramente, essa cisão ao visitar com certa frequência o site do Inatel. O que se desenvolve no mundo do campus se encontra perfeitamente conectado com uma nova ordem imposta por um mundo que se globaliza cada vez mais. Inovação, internacionalização e empreendedorismo são valores inerentes a esse mundo. Empresas como a Leucotron, o hospital Maria Thereza Rennó e as dezenas de indústrias do Vale da Eletrônica também vivem essa dinâmica.

Infelizmente, o tempo político não consegue acompanhar essa nova realidade. Basta observar o site do compromissado Giácomo Costanti, o Vale Independente, para perceber os déficits infraestruturais da cidade. A inexistência de uma infraestrutura hoteleira condizente com essa nova ordem que vive o tempo econômico do inovador Vale da Eletrônica é outro indicador que se observa.

Mas isso não ocorre apenas em Santa Rita. O Brasil inteiro vive esse descompasso entre o tempo econômico e o tempo político. Um bom exemplo é o centro-oeste brasileiro e, mais ao norte, o estado do Tocantins. Nessa região, o que desconecta o tempo econômico do político é outra forma de geração de riqueza: o agronegócio.

O Produto Interno Bruto cresce, apesar dos governos. A dinâmica da soja para exportação é quem dita os rumos que infraestruturas como o asfalto e a energia elétrica devem seguir. A ferrovia norte-sul nada mais é do que o braço infraestrutural que atenderá ao escoamento da soja para mercados distantes como a China.

Nada mais adequado para encerrar estes escritos do que os versos de nosso poeta maior, Carlos Drummond de Andrade, a respeito do tempo numa cidade interior: “onde homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar as janelas olham”. Este tempo convive, hoje, no mesmo espaço geográfico que o espírito empreendedor dos Bill Gates da pós-modernidade, onde o tempo econômico é um; e o político, outro.

Salatiel Correia é Engenheiro, Administrador de Empresas, Mestre em Planejamento Energético. É autor, entre outras obras, de A Energia na Região do Agronegócio.

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terça-feira, 3 de junho de 2014

OPINIÃO: "Jazz na Alameda" gera grande movimento e esquenta a nossa cena cultural

No fim de tarde do último sábado (31/05), venci o frio e o vento para ir à Alameda das Flores prestigiar um show produzido por um loja chamada "Musical Minas", que anunciava na internet a apresentação de um trio de jazz, em frente à sua vitrine. Confesso que não passava por aquele espaço há uns 3 ou 4 meses e descobri algumas lojas que não sabia que lá estavam instaladas, como uma agência de turismo que acabou de se transferir para o local e um bem montado café.
Aos poucos, começaram a chegar pessoas que não costumo ver em ambientes públicos que tomaram assento nas mesinhas espalhadas pelo recinto. Havia gente de todas as idades, inclusive crianças que desentocaram para bater papo, se confraternizar ou simplesmente tomar um lanche e se divertir.

Achei uma grande sacada dos criadores da iniciativa terem convidado o empresário Henrique Del Castillo, proprietário do chopp artesanal Libertas, produzido em Santa Rita, para oferecer uma degustação. Afinal de contas, jazz combina com chopp, que combina com uma boa prosa e é aí que o evento ganha fôlego. Em cidades como San Jose (California), no Vale do Silício, iniciativas como essa costumam ser implementadas para reunir empresários, criativos, músicos e artistas, com o objetivo de favorecer parcerias e dar origem a empreendimentos que ganham o mundo. Tal encontro seria impossível sem um interesse comum para aglutinar pessoas tão diferentes.

Ao dar início ao espetáculo, a qualidade das improvisações não interferia no bate-papo, as pessoas podiam interagir ou simplesmente viajar nas canções. A "Tribo do Açaí" estava completamente tomada de clientes, um café chamado "Gobeche" também estava repleto de fregueses e ouvi o comentário de um amigo: "Que estratégia a desses caras! Criaram um evento de alto nível, em pleno inverno, e conseguiram encher uma galeria em um horário onde poderiam estar fechando as portas!" Isso é empreendedorismo - e dos bons.

Ao que tudo indica, a iniciativa deve se estender pelos próximos meses e estou ansioso para conhecer a próxima apresentação. Através de ações espontâneas, como a do "Jazz na Alameda", santa-ritenses dão um "up" na cultura local, fortalecem o comércio e fazem as coisas acontecerem. Vida longa ao evento!

(por Carlos Romero Carneiro)

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Castro Alves e eu (Por Ivon Luiz Pinto)

Auriverde pendão 
de minha terra, 
Que a brisa do Brasil 
beija e balança, 
Estandarte que a 
luz do sol encerra 
E as promessas 
divinas da esperança... 
Tu que, da liberdade 
após a guerra, 
Foste hasteado 
dos heróis na lança 
Antes te houvessem 
roto na batalha, 
Que servires 
a um povo de mortalha!... 
Navio Negreiro – Castro Alves

Castro Alves marcou muito a minha juventude e eu ficava preso à sua poesia, acorrentado, não só nos versos de Navio Negreiro e Vozes d´Africa, como também na sensualidade de Adormecida. Mas o predileto era Navio Negreiro, poema que sabia de cor e recitava com entusiasmo na mais simples oportunidade. Nunca tinha visto navio, não sabia o que era o mar. Minha vida eram as montanhas frias cobertas de marmelais onde o vento da tarde anunciava o frio da noite. Meu pai fora educado com seu padrinho, Dr. Albino Alves, sogro do escritor Bernardo José da Silva Guimarães, autor de Escrava Isaura. Por esse  motivo, e só por isso, tive que ler esse romance e então comecei a me interessar por escravos. Daí a predileção pelos poemas de Castro Alves. Nunca tinha visto um escravo, mas gostava de dizer que era escravo da beleza desta ou daquela menina e elas achavam isso bonito. Só bem mais tarde substituí o gosto da beleza dos poemas, pela piedade e tristeza dos sofrimentos que vim a saber que essa gente padecia. Trabalho e castigo é a gangorra que ficou formada em minha mente. Certa vez quis visitar um quilombo existente entre Delfim Moreira e Itajubá, hoje na cidade de Wenceslau Braz. A palavra “Quilombo” ou “Calhambo” é de origem Bantu, e significa acampamento ou fortaleza. O escravagismo foi introduzido no Brasil por volta de 1530, quando Martim Afonso trouxe da África alguns escravos para trabalhar em São Vicente, no engenho que ainda existe como ruínas do Engenho dos Erasmos. Daí para a frente, o comércio de escravos se tornou produtivo e o Brasil foi seu  maior importador.

Quando foi fundada a povoação de Santa Rita, aqui existiam grandes proprietários de terra e com eles uma grande quantidade de escravos. O Arquivo Público Mineiro tem em seu registro documentos que comprovam a existência de escravos nesta terra. Por exemplo, o capitão Braz Fernandes Ribas, co-fundador da cidade, dono de grande sesmaria e respeitado pela Igreja e pelo Estado, tinha a posse de 47 escravos; o Capitão João Antonio Dias possuía 17 escravos; o tenente Vitor Modesto Ribeiro, 22 escravos, Francisco Tomaz Vilela possuía 57 cativos, sendo ao todo 484 escravos. Os escravos eram utilizados como força tarefa nos mais diversos trabalhos e também como moeda de compra e barganha. O capitão João Antonio Dias utilizava muito do recurso de receber escravos em pagamento de dívidas e hipotecas. Um documento de cinco de maio de 1862 registra que o capitão recebeu em hipoteca cinco escravos de Antonio Ribeiro do Vale: “Saibão quanto estas virem que no anno de nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil oitocentos e sessenta e dous, nesta freguesia de Santa Ritta da Boa Vista do município de Pouso Alegre Minas e comarca de Jaguary em  meo cartório e ahi perante mim e testemunhas abaixo assignadas aparecerão de uma parte o capitam João Antonio Dias e de outra José Justino Carneiro de Faria como procurador de Antonio Ribeiro do Vale...etc.. que devendo um conto e trezentos mil reis conforme documento em poder do cobrador Capitão João Antonio Dias e como não pode pagar entrega ao cobrador cinco escravos sadios e novos...” Não foi apenas o capitão a usar desse recurso para receber dívidas e aumentar sua senzala. O alferes  Custódio Ribeiro Pereira recebeu duas escravas em hipoteca de Manuel Gonçalves Teixeira e sua mulher, em 12 de janeiro de 1863. Em 4 de maio de 1867 foi lavrada uma escritura de compra ou permuta de escravos entre Affonso Ribeiro e Joaquim Candido Rodrigues. Esses documentos são interessantes para entendermos a história desta cidade. A utilização da mão de obra escrava tinha sido introduzida no Brasil por volta de 1532 por Martim Afonso de Souza que os utilizou no Engenho do Governador na Vila de São Vicente. A partir daí, o costume se alastrou por todo o Brasil em desrespeito aos direitos naturais do homem. A História do Brasil e a do mundo contém exemplos terríveis dos maus-tratos, castigos e mutilações por eles sofridos. Em linha geral, os piores castigos eram executados pelos capitães do mato e pelos capangas, ambos mulatos, mestiços de branco e negro e, por isso mesmo, marginalizados tanto pelos brancos como pelos negros por serem  tidos como sangue contaminado e daí sua fúria contra os negros já que a fúria contra os brancos era impotente. Contudo, aqui nesta terra, foram poucos os senhores que usaram de maus-tratos. Talvez dois. Os demais, se não foram benevolentes, pelo menos usaram de mais cautela e paciência.  Alguns fatos provam esse índole generosa dos senhores de escravos em Santa Rita. No dia 09 de fevereiro de 1840 o Coronel Braz Fernandes Ribas registra em testamento que, após sua morte, deveria ser concedida a liberdade a seus escravos e cita-os nominalmente. O coronel faleceu em 1848, quarenta anos antes da lei Áurea. Outro fato ocorreu em 18 de março de 1888, quando  trinta e três proprietários rurais deram liberdade a seus escravos. Quase dois meses antes de se fazer a abolição total decretada pela Princesa Isabel.

Leucotron inicia atividades no México


A Leucotron, empresa que atua nas áreas de telefonia IP e convencional com planta no Vale da Eletrônica, em Santa Rita do Sapucaí (Sul de Minas), dá andamento no seu processo de internacionalização. A empresa apresentou nesta semana, no México, seu portfólio de produtos. Esse é o segundo país onde a empresa vai atuar, já que está na Colômbia há dois anos. Embora o foco esteja nessa entrada em terras mexicanas, a companhia já prospecta parceiros no Chile e no Peru, para atuar também nesses dois mercados.

Oliveira diz que empresa está se internacionalizando/Divulgação

As informações são do diretor de negócios da Leucotron, Antônio Cláudio de Oliveira. Ele afirma que a chegada ao México faz parte do plano de expansão internacional da empresa, que visa o ganho de mercado. Atualmente, as exportações ainda representam menos de 5% do faturamento total. A entrada em outros países está acontecendo por meio de distribuidores especializados parceiros. A apresentação de produtos que ocorre nesta semana no México será feita pelo parceiro de negócios da empresa naquele país.

"Já estamos há dois anos na Colômbia em parceria com um distribuidor local e temos alguns grandes clientes lá. Agora estamos chegando ao México. Já passamos por todo processo de homologação dos produtos e ainda nesta semana nosso parceiro apresentará o portfólio aos revendedores", diz Oliveira. "Temos planos de expandir nossa atuação no exterior, e para isso já estamos prospectando parceiros no Chile e no Peru. No entanto, nossos projetos exigem um tempo maior para sair do papel devido à necessidade de homologação dos produtos, então estamos dando prioridade, neste ano, à entrada no México", completa.