sábado, 19 de dezembro de 2015

Santa-ritense esteve em Mariana e conta o que viu (Por Kátia Gomes)

Aquele foi um dia muito triste, e estar ali de pé diante daquele estrago, mexeu comigo de um jeito que não sei explicar. Eu chorei e pedi perdão! Para quem? Perdão a Deus, ao planeta e a toda energia que me cerca e que parecia estar de luto naquele silêncio mórbido, cheio de destruição e morte.
Não tenho orgulho das imagens que fiz em Bento Rodrigues - Distrito de Mariana, em MG. Fui até lá sem saber o que encontraria e na intenção de registrar em imagens o ocorrido, mas o que ficou ali depois da lama é tão feio que hoje não tenho orgulho nem de ser quem sou… Não é possível ter a dimensão sem estar, sem sentir a tristeza até no canto dos pássaros que insistiram em ficar nas árvores ao redor. 

Chegamos a Mariana na terça feira, 17 de Novembro, por volta das 12 horas. Fomos recebidos pelo Tavo amigo do Caio Amado (EntãoToma Produções) que foi comigo para registrar em vídeo a tragédia. Logo na entrada de Mariana já notamos uma grande movimentação de carros, muitos caminhões com doações e muitas pessoas andando de um lado para outro. Nossa primeira parada foi o local onde estão recebendo as doações. Deixamos o que foi enviado pelas pessoas de Santa Rita e, enquanto estivemos lá, doações não pararam de chegar em carros com placas de diversos lugares. Um galpão gigante, lotado de tudo que se possa imaginar e muitos voluntários ajudando na organização. 

Saímos de lá com instruções de como chegar e fomos em direção a Bento Rodrigues onde não se nota visualmente qualquer problema até uma determinada curva, onde, de repente, se abre uma cratera que os olhos não alcançam o final do estrago e continuar de carro se torna impossível. Largamos o carro ali, atravessamos um trecho onde parecia seguro e onde percebe-se, passava uma ponte e um rio que se funde com a lama. Para nós que não conhecemos a região antes do desastre fica bem difícil saber o tamanho do rio que antes passava por esse trecho. Seguimos uns 30 minutos caminhando de galochas, por uma estrada lateral à margem dessa cratera de lama onde parece que um meteoro caiu. Chovia, e nós seguimos por essa estrada querendo ver Bento Rodrigues que havia sido diretamente afetada e, mais uma vez, depois de uma curva, se leva um susto. Uma cratera ainda maior, mas agora com casas e carros no meio dela e um caminho de lama e destruição que não acaba até onde a vista alcança. De onde ficamos fotografando e filmando é possível ouvir o barulho de máquinas trabalhando vindo de algum lugar. Pensamos em tentar chegar ao vilarejo, mas encontramos dois rapazes que nos alertaram do perigo em tentar cruzar a lama. Esses mesmos rapazes nos contaram que o aviso que salvou as pessoas de uma tragédia humana ainda maior veio de uma mulher que trabalhava na Vale e que chegou de moto até o Vilarejo. Foi ela que deu o alarme para que as pessoas abandonassem tudo e fugissem, porque a barragem havia rompido. Segundo eles, a lama tomou conta de tudo e de maneira muito rápida, mais ou menos uns 40 minutos depois do aviso. 

O que ficou para mim depois de ver aquele local destruído é muita vergonha de fazer parte de uma raça que explora, em nome da própria sobrevivência e luxúria. Uma raça que vem acabando com todos os recursos deste planeta lindo e incrível que não precisa de nenhum de nós para absolutamente nada.

Não tenho aqui intenção de defender ou julgar quem quer que seja. Na minha dispensável opinião, essa tragédia é tão culpa da Vale, Governo e Samarco quanto de todos nós em nossa vida moderna que precisa de cada vez mais recursos naturais para manter um estilo de vida que vai acabar por destruir o planeta, e isso certamente me inclui.  Eu nunca nem pensei em cobrar que fiscalizações fossem feitas e, até ontem, nunca tinha parado para pensar que um mísero alarme nos vilarejos próximos a essas barragens poderia salvar a vida das pessoas no caso de um acidente. Eu também adoro carros americanos com seus mega motores e tração 4x4 que precisam de 1 litro de gasolina para percorrer 5 míseros kms; eu também tenho smartphone; uso internet; consumo produtos servidos em latas e garrafas pet. Fazemos todos parte desse cotidiano industrializado que precisa dos recursos que dali e de tantos outros lugares do mundo são retirados de maneira vil e indiscriminada. Se por um lado é, sim, muito bonito ver todas aquelas doações para os atingidos, e todo o esforço das pessoas em todos os cantos do nosso país e do mundo para minimizar o sofrimento daquelas famílias, também é muito triste perceber que não conseguimos, enquanto humanidade, existir sem matar nosso maior bem e coexistir com a natureza. 

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domingo, 13 de dezembro de 2015

Sadiah Rafiz, uma muçulmana em Santa Rita

Conte-nos um pouquinho sobre a senhora?

Moro em Santa Rita há 6 anos. Sou brasileira, casada com um egípcio que conheci em uma Mesquita. Meu marido é um empresário no Cairo. Sua empresa é do ramo de produtos descartáveis, preservativos e produção de materiais plásticos que são exportados para todo o Oriente Médio. Além de empreendedor ele também é arqueólogo.

Como foi sua vinda para Santa Rita?

Minha irmã, moradora de Santa Rita, não estava em condições financeiras boas e eu vim para ajudá-la. Depois disso, minha mãe teve um AVC e acabei ficando para cuidar dela. Atualmente, minha irmã trabalha na prefeitura de Santa Rita do Sapucaí.

O restante da sua família também é muçulmana?

Apenas eu sou Muçulmana. Minha mãe é católica e  minha irmã é protestante. Eu frequento as Mesquitas de Taubaté e Santo Amaro .

Como conheceu o Islã?

Primeiro, eu fiz história na USP, sou historiadora. Em seguida, estudei geografia, também na USP, mestrado em Geologia Isotópica e cursei pedagogia nos anos em que dirigi uma escola em São Paulo. Quando terminei estes cursos, comecei a cursar Teologia na Universidade Braz Cubas, em Mogi das Cruzes e me apaixonei pelo islã. Desde então, tornei-me Muçulmana.

O que diz a sua crença?

Acreditamos em Alá como o único Deus. Minha religião prega apenas amor, misericórdia, verdade e paz... tão somente isso. Segundo minha crença, temos que ser misericordiosos para com todos. Minha religião não prega violência ou guerras, muito pelo contrário. O Islã diz que “Maldito é aquele que derrama o sangue.”

Qual é a direção de Meca em Santa Rita?

Se pegarmos como referência a Prefeitura, diria que a direção de Meca seja a estátua de Santa Rita, na entrada da cidade. É para lá que eu me dirijo durante as cinco orações que eu faço por dia.

O que vocês pensam sobre os atentados como o acontecido em Paris?

O que está acontecendo em Paris e no mundo Oriental tem sido feito por pessoas doentes. Eles não são verdadeiramente muçulmanos e não seguem os ensinamentos do Islã. Na minha opinião, eles foram criados pelos Estados Unidos que têm uma gana muito grande de dominar o mundo e controlar o petróleo. 

A senhora já foi hostilizada por aqui?

As pessoas que me chamam de “mulher bomba”, “esposa de Bin Laden” e outros adjetivos são infelizes porque desconhecem a minha religião, não buscam conhecimento ou porque querem mostrar aos outros que são capazes de me ridicularizar.
Mas é tratada bem, de maneira geral?

As pessoas me abraçam, me chamam de princesa e me tratam muito bem aqui em Santa Rita. Aqui, sou conhecida como “A Muçulmana” e todos os comerciantes gostam muito de mim. Acontece que, em alguns casos, sofro certo tipo de hostilidade que, vez ou outra, me contraria. As minhas caminhadas, por exemplo, tive que parar porque, na minha rua, havia um rapaz que me hostilizava. Na semana passada, um jovem passou de moto e gritou “Ela é islâmica! Cuidado com a bomba!”. Não são todas as pessoas. São apenas alguns jovens que não sabem o que é ser uma mulher Muçulmana.

Poderia contar algum caso de ofensa?

Há alguns dias, fui comprar algo em um comércio e um homem disse, talvez por inocência, pra eu deixar a bomba antes de entrar no local. Já no supermercado, aconteceu uma coisa horrível. Um funcionário ficava me seguindo. Como eu ligo o tempo todo para casa para saber como está minha mãe, quando eu fui guardar o celular, fui abordada por ele. O rapaz me pediu para que abrisse a bolsa que queria examinar. Naquele momento, eu procurei o gerente, contei a história a ele e pedi que chamasse a polícia para que pudesse mostrar o que tinha na bolsa e, posteriormente, tomar minhas providências. O gerente, que já me conhecia de longa data, ficou horrorizado com o acontecido e me pediu muitas desculpas. Eu gosto muito deste supermercado e dos funcionários... creio que aquele foi um caso isolado. 

Gostaria de deixar claro que não sou hostilizada pelo povo de Santa Rita. Pelo contrário, sou muito bem tratada. O que acontecem são casos isolados, com pessoas mal esclarecidas. Algumas pessoas me chamam de irmã, imaginando que eu seja um freira e eu conto que sou muçulmana. Isso não me incomoda, já que o Islã nos ensina a tratar com respeito todas as religiões. 

Poderia nos contar sua visão sobre a cidade?

Eu lamento que esta cidade tão acolhedora e tão boa tenha dois aspectos que considero negativos. Em primeiro lugar, é a desarborização. Enquanto, no Cairo, você tem temperatura de mais de cinquenta graus e a sensação térmica não é tão grande por conta da brisa gerada pelas árvores, em Santa Rita, temperaturas muito menores fazem as pessoas sentirem um calor muito grande. Em segundo lugar, vejo como a falta de opções para os jovens. Porque os jovens não são apenas aqueles que têm dinheiro para se divertir em Pouso Alegre. Muitos ficam por aqui e precisam de divertimentos. Eu vi algumas vezes, nos finais de semana, os jovens menores de idade tomando vinho no gargalo e achei um absurdo aquilo. Nos países muçulmanos, isso não acontece e gostaria que fosse assim por aqui também.

A senhora está indo embora da cidade?

Eu vou embora no dia 15 de janeiro porque a minha casa é no Cairo. Tenho filho e marido no Egito e minha casa verdadeira não é no Brasil. Eu gosto das pessoas daqui, mas preciso voltar para o meu lar. 

E pretende retornar algum dia ao Brasil?

Sem arrependimentos, eu não volto mais porque, se eu estou em São Paulo, corro o risco de ser hostilizada no reduto dos judeus. Se chego à rodoviária de lá, os jovens também me atacam. 

Embora o Brasil não tenha conhecimento disso, temos um milhão e seiscentos mil muçulmanos no país. O Islamismo é a religião que mais cresce por aqui. Para se ter uma ideia, na França há um milhão de muçulmanos. 

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sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Jader conta como sobreviveu a tiros, raios e experiências de outro mundo

Como era sua infância em Santa Rita?

Tivemos uma infância ótima. Era uma cidade pequena e não tínhamos os problemas de hoje. As pessoas eram mais amigas, mais próximas, a criança brincava na rua e cada região da cidade tinha sua turma definida. Então você tinha a turma do morro do José da Silva, a turma da Rua da Pedra ou a nossa turminha no centro da cidade. Nossa vida se resumia em estudar, ficar com a família ou nos divertirmos no Country Clube. 

É verdade que você já levou um tiro?

Quando eu tinha uns 18 anos, já gostava muito de armas de fogo e tal. Num domingo, que era dia de jogo do Brasil, nós fomos ao sítio do pai do Mário Dimas, atrás do Inatel, para praticar tiro ao alvo. Por acidente, a arma, que era de calibre 22, disparou e eu acertei um tiro em mim mesmo! Foi uma coisa grave, porque tiro de 22 é igualzinho bala de garrucha: aquilo atinge vários órgãos e compromete tudo. Eu cheguei ao hospital quase em coma, com hemorragia interna e tive que ser internado em emergência. Para minha sorte, naquela época, o hospital daqui tinha um ótimo centro cirúrgico e o doutor Kallás, que até cirurgia cardíaca fazia na cidade, estava em Santa Rita com vários outros médicos e puderam salvar a minha vida. 

A bala atingiu a pleura, pulmão, fígado, intestino e o baço. Portanto, se, algum dia, você ouvir dizer que o meu fígado não é bom por conta do meu estilo de vida boêmio cometerá uma grande injustiça, porque é por conta desse tiro de 22!

Também foi atingido por um raio?

Nesse episódio, fui com o Mário Dimas a uma fazenda do Bom Retiro e, na volta, quando descemos a serra debaixo de chuva, coloquei a mão numa porteira de arame farpado e caiu um raio. Eu acordei, algum tempo depois, a uns 2 metros de onde eu estava, de costas no chão, sem me lembrar de nada! Foi o Mário quem contou que eu tinha acabado de levar uma descarga de raio.

Você já foi declarado morto por alguns minutos?

Eu sempre ouvia dizer que a pessoa que tem experiência de quase morte, sempre se deparava com uma luz branca, túnel colorido e não sei o que mais. Muitos diziam caminhar por um ambiente iluminado, conversar com amigos que já morreram e aquilo me deixava curioso. Na experiência que eu tive, não aconteceu nada disso. Quando eu tomei uma anestesia geral por conta de uma operação que eu fiz, tive parada cardiorespiratória que me deixou oficialmente morto por alguns minutos, mas eu não vi túnel branco nenhum!

Entre tiro, raio e câncer, acabei me recuperando de todos e estou aqui levando a vida. A conclusão que eu tirei é que, ou alguém lá em cima gosta muito de mim, ou me detesta porque não quer me ver lá de jeito nenhum!

Conte-nos sobre o Bloco Xavascos

Era Pirokos! Lembro que na época do bloco nós saímos pedindo um dinheirinho na cidade pra gente engraxar a garganta. Uma das pessoas que nós encontramos foi o Padre José.  Nós pedimos para ele assinar o livro de ouro, mesmo se não fosse realizar a doação para dar importância aos contribuintes do bloco. Ele disse que iria participar, mas queria saber o que significa o nome. Na hora, alguma pessoa inventou que era uma junção das palavras “pirados” e “loucos”, mas sabíamos que não era bem isso... 

Naquele ano, nós resolvemos fazer uma paródia do Sidney Magal e arrumamos um Aero Willys sem capota. O Márcio, filho do professor Francisco, vestiu de Magal e ficava dublando, o Iroman era motorista, eu fui de segurança e o resto da turma ia bêbada, em volta do carro, fazendo anarquia. 

Mais tarde, nós tivemos outro bloquinho chamado Sanatório Geral. A camiseta daquele ano foi uma ilustração do Sarney, atrás das grades, com a inscrição “Cinco anos para Sarney”.
Você frequentou a  Temporada Lírica?

Tomei conhecimento da Temporada Lírica quando frequentava a pracinha da Tia Elza onde tomávamos cerveja, tocávamos violão e jogávamos conversa fora. Naquela época, o Cyrinho com os seus amigos, também iam lá e, com o passar do tempo, acabamos nos tornando amigos. Um dia, eu tive a honra de ser convidado para a famosa Temporada Lírica e tomei parte na segunda geração do evento. A primeira era formada pelo Paulo Jacaré, Ditinho Valim, Pipico, Teco, Pingo, Paulo Renato, Toninho de Franco, Marcos Baracat, Rubens Carvalho e outros. 

Quem criou o nome foi o Ditinho Valim, e aquele título acabou gerando especulações sobre o que era feito no local. Muitos achavam que íamos lá para escutar ópera ou declamar poesias, mas não era nada disso. O Cyro tinha uma discoteca muito grande e toda a vida foi um grande apreciador de música. Então as pessoas iam lá para ouvir um som, tomar uma cerveja e bater papo. O evento acontecia sempre na época de frio, quando o seu pai, o Doutor Cyro, ia com a esposa passar uma temporada no Rio de Janeiro por conta da asma. Se ele ficasse dois ou três meses fora, a turma invadia a casa e só saía quando ele voltava. 

Essa turma também frequentava outros bares?

Antes do Bar da Tia Elza, essa mesma turma frequentava o Bar do Zé Roberto, que chamávamos de “Bunda de Fora”, ali na rua da ponte. O nome verdadeiro do estabelecimento era “Pastelaria Indyana”.

Tem algum causo sobre seus anos de defensoria?

O Fórum é um ambiente formal, mas de vez em quando acontecem alguns casos muito engraçados. Talvez eu seja um dos decanos da Defensoria Pública mineira e, nesses 30 anos de carreira, já vi muita coisa acontecer.

No começo da minha carreira, uma mulher de meia-idade me procurou para uma consulta sobre desquite. Ela sempre foi dona de casa e o marido era um pequeno proprietário rural que vivia do que plantava. Como ela não sabia lidar com terra, veio perguntar se tinha direito à pensão. Quando eu contei que ela tinha todo o direito, ela me falou: “Eu sabia! O meu marido não quer me dar, mas eu até já escolhi! Tem uma pensão pra vender aqui na rua de ponte que é do jeitinho que eu quero!”

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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Empório de Notícias - Edição 95 - Nas bancas!

Nesta Edição:
- Jader conta como sobreviveu a tiros, raios e experiências de outro mundo.
- Sadiah Rafiz, uma muçulmana em Santa Rita
- Santa-ritense esteve em Mariana e conta o que viu (Por Kátia Gomes)
- Livro conta a história da Fundação de Santa Rita (Por Ivon Luiz Pinto)
- Acessibilidade (Por Danlary Tomazini)
- Antes e depois de Mariana (Por Rita Seda)
-Inatel é bicampeão do Prêmio Santander Universidades 
- Inatel recebe inscrições para programa de Pós-Graduação
- Inatel firma convênio com Sindvel e empresas para apoiar a qualificação de mão de obra na região
- Musical Hair fará nova temporada em Santa Rita do Sapucaí
- IX Semana Literária do Colégio Tecnológico Delfim Moreira
- É nóis na correria... (Por Tainá Desidério)
Quem vence? (Por Marcelo de Souza)
- Manifesto pela saúde da população (Por Fernando Barbosa Mota)

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Opinião: Ouvi de tudo naquele sábado, só faltou uma solução (Por Carlos Romero Carneiro)

Doença não escolhe a vítima. Atinge ricos, pobres, patrões e operários. O que faz com que uma pessoa seja salva ou que se lasque em uma mesa de cirurgia é uma nota verdinha chamada grana que muita gente não tem. Diante desta realidade irreversível, não adianta fazer política ou incitar luta de classes. Se existe a necessidade de resolver o problema, é preciso ser estratégico e promover a sinergia entre ambas as partes. Esta é a principal característica de um bom administrador: conciliar pontos de vista distintos.
Na última semana, soubemos que a diretoria do hospital, incapaz de gerir a instituição com os recursos de que dispõe, solicitou apoio maior da prefeitura no sentido de cobrir suas despesas, uma vez que o HAMC tem tido um déficit de 150 mil Reais por mês. Através de pronunciamentos de ambas as partes, fomos informados que o contrato firmado com a prefeitura tem sido pago em dia, mas que seu valor está defasado e tem sido insuficiente para arcar com as despesas, necessitando de uma revisão imediata.

Em discurso oficial, o prefeito disse que disponibilizou um carro e que ofereceu lote, um montante em dinheiro e que distribuiu cestas de natal para os funcionários da instituição, além de outros benefícios. Acontece que, em uma entidade onde voluntários (muito competentes diga-se de passagem) lutam para cobrir um rombo que beira 2 milhões de Reais, justamente por atender a todas as pessoas sem distinção, um apoio paliativo não é suficiente. É preciso que haja o empenho de todos para resolver esta crise e, como disseram os diretores da entidade, há a necessidade urgente de aumentar os investimentos para que o hospital não feche as portas. Não se trata de futilidade e nem de fazer com que a entidade gere lucro. O que foi levantado em um documento veiculado na internet pela Fundação é a urgência de se cobrir as despesas e sanear as dívidas.

Vale ressaltar que hospital é bem diferente de posto de saúde. Uma coisa não anula a outra e é preciso investir em ambas para que as pessoas tenham tratamento digno. Investir em postos de saúde é essencial. A vinda do SAMU também. Acontece que investir em postos e não investir o suficiente no hospital é restringir à população o acesso a um local para realizar seus exames, tirar uma simples chapa de raio-x, dar à luz a um filho ou submeter-se a tratamentos mais delicados. 

Esta talvez seja a primeira vez que o Jeffinho assume a prefeitura após o surgimento das redes sociais. Sinto que tem se sentido incomodado com as críticas e, quando o vi se pronunciar de forma tão emocional no rádio, suspeitei de que a situação poderia ser mais grave do que imaginava. Como não temos alternativa senão contar com o HAMC, deveria haver um entendimento no sentido de se chegar a um denominador comum para resolver o problema, de uma vez por todas. Ao contrário disso, ouvi frases que não correspondem às de um líder experiente. Afirmações como a de que o presidente da Fundação "deve ser homem e assumir a responsabilidade de que quebrou o hospital" ou que "quem perdeu a maternidade foi o pobre, porque o rico continua usando". Nisso eu pergunto: cadê a racionalidade e a intenção de colocar os interesses da população acima de tudo? Cadê a sinalização de que algo de concreto e definitivo será feito daqui pra frente para resolver esta crise que não é de hoje e que nem foi o atual presidente da entidade quem produziu? Será que os voluntários que assumiram a entidade com empenho e que têm sido tão bem-sucedidos em suas vidas particulares, não deram o máximo pelo bem do Hospital? Será que teremos que fazer rifas pelo resto da vida porque os recursos não são suficientes para atender à demanda da população? Ouvi palavras duras naquele sábado, só não ouvi uma solução.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Foco na panela! (Por Ana Lúcia Cândido)

Nasci em Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais, em 03 de Maio de 1960. Aprendi a ter o gosto pela culinária com minha avó materna, Maria José e minha mãe, Teresa Maria, que cozinhavam no fogão a lenha em Minas, onde nasci e passei minha infância. Tudo era plantado no quintal e os porcos e galinhas criados em um cercado. Tínhamos muita fartura em legumes, verduras e frutas de época. Os doces eram feitos em tacho de cobre e no fogão a lenha. As paçocas piladas no pilão de madeira, o café colhido, torrado e moído em casa e depois passado no coador de pano em um enorme suporte de ferro. As panelas e chaleiras eram de ferro preto, os pratos, canecas e bule de ágata. Quando matava o porco, tudo era aproveitado: fazia chouriço, pendurava a panceta ou barriga em arame em cima do fogão a lenha para defumar e ai tínhamos o bacon defumado e as carnes eram guardadas em latas na própria banha, pois não havia geladeira em casa. Quantas saudades…
Os queijos, manteigas, requeijão de corte, doce de leite, bolo de fubá, arroz doce, canjica e outros doces em calda eram feitos com muito esmero por elas e eu ali sempre em volta para raspar as panelas. Nos finais de semana, saía com uma forma cheia de doce de leite para vender no campo de futebol dos colonos, no sítio.

Lembro-me até de minha mãe lavar as roupas no rio com sabão de cinzas que minha vó fazia enquanto eu me divertia brincando nas águas do rio!

Quando meus pais resolveram mudar para Jundiaí, foi então que eu realmente tive que cozinhar, pois minha mãe foi trabalhar fora e eu tinha muitos irmãos menores que eu. Aprendi a fazer feijoada e ajudei a nossa vizinha a fazê-la na casa do Sr. Walmor, um dos prefeitos de Jundiaí. Depois, com 10 anos fui trabalhar de doméstica em uma casa onde eu cozinhava. Com 12 anos, trabalhei na casa da minha professora, onde eu fazia tudo, desde o café da manhã até o jantar e, nessa época, comecei a fazer cursos no Sesi e também estudava no Conde do Parnaíba, à noite e, desde então, minha paixão pela cozinha nunca mais parou.

Com os tropeços da vida e a necessidade sempre em primeiro lugar, não tive oportunidade de fazer uma faculdade, pois me casei muito cedo e fui mãe muito precoce. Mas sempre tive muito apoio de familiares e amigos e tive a oportunidade de ter minha própria confeitaria, no ano de 96. Como a sociedade não deu certo,  em 98 encerramos as atividades. Voltei a trabalhar em empresas, mas sempre fazendo meus doces e bolos nos finais de semana e assim vencendo, aos poucos, os obstáculos. Depois tive uma lanchonete onde servia muitas porções e caldos e com musica ao vivo todas as sextas, mas também tive que me afastar, pois, nessa época, meu filho adoeceu. Voltei novamente ao trabalho em empresa onde atuei por 2 anos no Villa Pizza Bar. Depois passei 4 anos na Itália, onde conheci a culinária Italiana e me apaixonei muito mais pela Gastronomia. Retornei ao Brasil, em 2012, e decidi fazer a tão sonhada faculdade de Gastronomia, onde esse ano me formo como gastrônoma.

Fonte: foconapanela.com.br

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Inscrições para o Processo Seletivo da ETE FMC vão até 30 de novembro

Maioria dos alunos que estuda na ETE FMC é contratada para trabalhar antes de concluírem o curso. Localização privilegiada da escola, no Vale da Eletrônica, chama a atenção das mais de 150 empresas da região.
Os interessados em ingressar em 2016 nos cursos da Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa – ETE, em Santa Rita do Sapucaí (MG), já podem se inscrever para o processo seletivo, com prova marcada para 5 de dezembro. Os cursos disponíveis compreendem as áreas de Automação Industrial, Telecomunicações e Equipamentos Biomédicos. As inscrições podem ser feitas na secretaria da ETE FMC ou diretamente pelo site da instituição até 30 de novembro.

A confirmação da inscrição no processo seletivo será mediante o pagamento de um boleto emitido pela ETE, no valor de R$ 30,00. A ETE também oferece bolsa de estudos para alunos com necessidades econômicas comprovadas. Essa solicitação deve ser feita na recepção da escola ou também pelo site.

A prova será realizada nas dependências da ETE FMC (Av. Sinhá Moreira, 350 - Centro - Santa Rita do Sapucaí) e exigirá dos candidatos conhecimentos em português e matemática. Para os cursos técnicos concomitante com Ensino Médio diurno, a prova será das 8h às 12h, e para os cursos técnicos noturnos, das 14h às 18h.

O curso diurno tem duração de três anos e está aberto a estudantes formados no Ensino Fundamental e que estão para ingressar no 1º ano do Ensino Médio. A grade curricular é composta por aulas do curso técnico (2360 horas/aula) e também do Ensino Médio (2760 horas/aula). Já o curso técnico noturno (1600 horas/aula) tem duração de dois anos e podem se inscrever estudantes com Ensino Médio completo ou que ainda farão o 2º e o 3º anos do Ensino Médio. Há também a opção de cursarem somente o Ensino Médio, para o qual a inscrição é feita por ordem de chegada.

Por estar localizada no Vale da Eletrônica, a ETE FMC acaba sendo muito procurada pelas mais de 150 empresas da região, por seus alunos estarem sendo preparados como mão de obra especializada para atuar no mercado tecnológico e eletrônico. A maioria dos alunos é contratada antes mesmo de se formar no curso técnico.

Inscrições:

- Processo Seletivo do curso técnico: Inscrições até dia 30 de novembro pelo site www.etefmc.com.br ou direto na secretária da ETE. Mais informações no telefone (35) 3473-3600 - Prova dia 5 de dezembro. Garante vaga o desempenho alcançado na prova.

Ensino Médio: Inscrições pelo site www.etefmc.com.br ou direto na secretária da ETE. Mais informações no telefone (35)3 473-3600. Carga horária: 3800 horas, o que corresponde a 1440 horas a mais do que prevê a base nacional. - Sem prova. Garante vaga a ordem cronológica de chegada.

Desde sua fundação em 1959, a ETE FMC (www.etefmc.com.br), da Rede Jesuíta de Educação, passou a ser referência em educação por abrigar a primeira escola de eletrônica de nível médio da América Latina e a sétima no mundo, que atrai estudantes de todo o País. Com cerca de 750 alunos, nos períodos diurno e noturno, oferece os cursos de Automação Industrial, Telecomunicações e Equipamentos Biomédicos, além de Ensino Médio. A região é conhecida como o “Vale da Eletrônica” - referência ao Vale do Silício na Califórnia (EUA) - de onde muitos produtos e sistemas tecnológicos inovadores são lançados para o mercado nacional e internacional. Boa parte deles nasce dentro da escola.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Quando Roque Júnior estava a um passo de se tornar imortal

A edição de abril de 2002 da Revista Placar trazia um momento interessante na vida do Santa-ritense Roque Júnior. Ele já havia saído de Santa Rita para tentar a vida como jogador de futebol, atuava como um respeitado zagueiro do Palmeiras, onde conquistou diversos títulos, mas estava prestes a conquistar um sonho que iria marcá-lo pelo resto de sua vida: ganhar uma Copa do Mundo. Alguns meses depois daquela matéria, ele não seria apenas um jogador profissional de futebol, o que já era um grande feito. Ele seria imortal. Veja, a seguir, como foi um dos momentos mais decisivos na vida de nosso ilustre conterrâneo.
Roque, o sonhador

A bola foi levantada na área. A torcida vaiava o técnico Leão e a seleção brasileira. Bandeiras foram atiradas a rodo na pista de atletismo do Morumbi. O time não conseguia marcar um único gol nos colombianos, num daqueles jogos de seis pontos pelas eliminatórias. Já nos descontos, um zagueiro entrou no meio do bolo e fez de cabeça o gol da vitória. “Foi um momento importante, tanto para mim quanto para a Seleção naquela altura. Um jogador sonha em viver um momento como esse. Vai ficar guardado para sempre.” E Roque Júnior sonhava com mais, muito mais. 

Muita coisa mudou desde que mais um Júnior se profissionalizou no São José, 1994. No ano seguinte, foi jogar no Palmeiras e, como não tinha espaço no Clube, logo virou o Júnior 2º. Ou seja, aos 19 anos, nem mesmo o mais importante Júnior do Palmeiras ele era. Apenas o “segundo”.

A história começou a mudar quando Luiz Felipe Scolari assumiu o comando do time. O treinador gostou da sua habilidade, deu-lhe mais espaço e cobrou algumas mudanças de atitude. “Ele é um zagueiro muito técnico, mas tem que aprender a eficiência de dar umas trombadas. Precisa aprender a ser um pouco mau também.” - disse o treinador, ao seu estilo, logo depois de sua chegada ao Palestra Itália.

“Todo treinador passa muito conhecimento. É necessário aprender com isso e ver como serve para você. O mais importante para mim foi eu ter tido a oportunidade de fazer uma série de jogos, o que me deu tempo para pegar o ritmo do profissional no início da carreira.”
Júnior 2º conquistou a confiança do treinador, tornou-se um líder dentro do campo e até ganhou um nome de titular. Nada de “segundo”. Passou a ser o “Roque Júnior”, nome duplo, como virou moda no Brasil nos últimos tempos.

Foram três anos jogando sob a batuta do Felipão, em um período de títulos importantes. Ganhou uma Taça Libertadores, uma Copa Mercosul, uma Copa do Brasil, um Campeonato Paulista e um Torneio Rio-São Paulo.

Passou a ser respeitado, virou referência para os companheiros e para a torcida. Nos momentos de tensão, assumiu responsabilidades, como não fugir das disputas por pênaltis. Nada de “se precisar, eu bato”.  Estava sempre presente, para o bem e para o mal. Na Libertadores 2000, fez o seu na disputa contra o Corinthians e descarregou sua tensão dando um bico na placa de publicidade, tão forte que seu pé a furou e ficou preso. 

Não se importou. Estava feliz, pois iria disputar a segunda final seguida da Libertadores. Na final também não se omitiu mas, contra o Boca, não teve o que comemorar, pois perdeu sua cobrança, e o Palmeiras, o Campeonato. 

Continuou realizando sonhos.Disse que sempre pensou em jogar em um clube grande, em chegar à Seleção Brasileira e disputar a Copa do Mundo. Não que Wanderlei Luxemburgo não tenha apostado na sua habilidade durante as eliminatórias. Mas Roque acabou cortado quatro vezes, sempre por estar contundido, uma fase que, garante, havia ficado para trás.

A tranquilidade era tamanha, que podia se dedicar a outra atividade que aprecia bastante: a leitura. Naquele momento, dizia estar devorando uma biografia do líder negro Malcolm X. Detalhe: em italiano, a mesma língua em que ouviu muitos cantos racistas desde que chegou ao Europeu. Mas isso também não o perturba. “Quando fui jogar em Verona isso ficou mais evidente. Gritavam todas as vezes que eu pegava na bola, mas isso só aconteceu dentro do estádio. Do lado de fora eu nunca tive problema.”

Enquanto preparava-se para disputar a Copa com o respaldo total do treinador, ele apostava nos problemas vividos pela Seleção durante as Eliminatórias para conseguir o pentacampeonato. “Passamos por momentos difíceis, sofremos bastante, mas isso acabou criando uma união muito grande no grupo, com todos se ajudando muito, dentro e fora do campo.” - disse, com conhecimento de causa. E não há nada melhor em uma Copa do Mundo do que os jogadores estarem unidos. “Quero deixar meu nome marcado no futebol com a participação em algo tão bom.” Não custa sonhar, Roque.

 (Retirado da Revista Placar)

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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Santa-ritense de 11 anos irá integrar a mais reconhecida escola de balé do mundo

Na terça-feira, 27 de outubro, estivemos na Academia de Dança Ândrea Falsarella para conhecer as três alunas selecionadas, dentre 3 mil bailarinas, de 8 a 11 anos, para as classificatórias que dariam acesso à escola de dança mais tradicional do planeta: o Balé Bolshoi. Uma delas, conquistou a tão disputada bolsa e conta o que sentiu ao realizar o seu sonho. Confira, a seguir, mais uma façanha de um santa-ritense.
“Foi mágico!” - disse Laura Machado de Castro, de apenas 11 anos, escolhida dentre 1500 finalistas, no último final de semana, na cidade de Joinville (SC). Com a pontuação que obteve, a bailarina que treina há 4 anos com a família Falsarella irá estudar gratuitamente em Joinville e morar em um pensionato conduzido pelas chamadas “mães de apoio”: senhoras contratadas para cuidar de bailarinas que partem de todos os cantos do país. 

Ao todo, foram escolhidas 40 crianças: 20 meninos e 20 meninas. Enquanto falava com desenvoltura, a garotinha filha, dos santa-ritenses Renato Pereira Castro e Josinês Machado, equilibrava-se nas pontas dos pés e demonstrava surpresa com o seu próprio desempenho: “Estava muito ansiosa! Não esperava o resultado. Meus pais dizem que até agora não caiu a ficha!”

Engana-se, entretanto, quem pensa que Laura é o único talento de sua casa. Seu irmão, Gabriel Machado de Castro, é lateral esquerdo do São Paulo e leva a crer que existe algo de especial nesta família com tantos talentos notáveis. 

As finalistas

Caçula entre as finalistas, Lara Fonseca de Souza Rezeck, passou metade dos seus 10 anos dentro da academia de Ândrea Falsarella. Apesar de não ter conseguido a pontuação de que precisava para conquistar a sonhada bolsa, diz que que não pretende desistir do seu sonho: “Eu não sei onde errei, mas voltarei para fazer o meu melhor!”

Decidida, a filha dos santa-ritenses Luciano Balestra e Lucilene Souza, conta que ficou contente com a experiência que adquiriu com tão pouca idade. “Achei a escola bonita e os professores muito rígidos. Meus pais estão contentes com o resultado e têm me apoiado muito. No ano que vem estarei de volta!” 

Outra aluna que deixou para trás 1500 candidatas ao concorrer a uma bolsa no Balé Bolshoi, Alice Moreira de Almeida, também não chegou à final, mas realizou um grande feito: destacar-se entre grandes talentos, com apenas dois anos de treino. Filha de Márcia Almeida e Renato Magalhães, a menina  contou como os pais receberam a notícia: “Meus pais disseram que só de eu ter chegado tão longe já foi muito emocionante para eles! Estou muito feliz com o resultado!”
As mestras

Ândrea Falsarella não conseguiu esconder sua emoção ao saber que, das cinco alunas que inscreveu para as seletivas, três tenham chegado tão longe. “Nós encaramos o sucesso das nossas alunas como uma forma de reconhecimento. É um grande orgulho saber que uma delas sairá daqui para estudar na mais conceituada escola de balé do mundo. Estamos muito felizes.” - conta a professora.

Mayara Falsarella, filha de Ândrea e professora da Academia, também demonstrou satisfação ao falar de suas alunas: “Cada criança que consegue um resultado como este mostra às outras que também é possível. É a primeira vez que temos uma aluna selecionada e pretendemos repetir este resultado por muitas outras vezes!”

Balé Bolshoi

Situada em Joinville (SC), a Escola do Teatro Bolshoi, no Brasil, é a única filial do Teatro Bolshoi, fora da Rússia. No total, o Bolshoi Brasil tem 21 estados brasileiros representados por 254 alunos, sendo estes 100% bolsistas. Com professores russos e brasileiros, a instituição forma bailarinos com a mesma precisão técnica e qualidade artística aplicadas em Moscou. O método utilizado é o Vaganova. O grupo de professores de dança e preparação física é formado por três russos, um ucraniano e dez brasileiros.

Além de ensino gratuito, os alunos da Bolshoi recebem benefícios opcionais como alimentação, transporte, uniformes, figurinos, assistência social, orientação pedagógica, assistência odontológica preventiva, atendimento fisioterápico, nutricional e assistência médica de emergência/urgência pré-hospitalar. Para isso, devem apresentar bom rendimento na Escola Bolshoi e também no ensino médio e fundamental, que cursam no local.

O complexo escolar é formado por salas para aulas de balé, estúdios de música, ateliê, núcleo de saúde, biblioteca, cantina, espaços culturais e dois laboratórios cênicos. A seleção anual para novos alunos compreende etapas que vão do despertar de jovens e crianças para o mundo das artes, até avaliações médicas e artísticas específicas. 

A Boishoi é uma instituição sem fins lucrativos, mantida por empresas e pessoas que apoiam o projeto.

(Por Carlos Romero Carneiro)

sábado, 14 de novembro de 2015

Comunidade santa-ritense realiza campanha em benefício das vítimas de Mariana

Se em 2000 soubemos o que é sofrer com a força das águas, imagine o que deve ser sofrer com um mar de lama... Comunidade santa-ritense se une em solidariedade às vítimas do desastre em Mariana. Em breve, divulgaremos os pontos de coleta. Colaborem nos locais onde encontrar este anúncio! No dia 23 de novembro, nossos caminhões sairão daqui com destino a Mariana. Participe! Há muitas pessoas em condições precárias e que necessitam da nossa colaboração!
Até o momento, já temos confirmados os seguintes pontos de coleta: Casa Miranda, Supermercado Avenida / Supermercado Alvorada / Mattos Calçados / Pinte & Borde / Auto Escola Canestraro / Supermercado Romerão / Maçonaria

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Foto captada há dezenas de anos mostra suposta materialização de espírito

Segundo fomos informados por uma fonte que preferiu não se identificar, esta imagem capta a suposta aparição de um espírito, no antigo centro espírita que localizava-se onde hoje é a filial do Supermercado Alvorada, em Santa Rita.
O homem que aparece ao centro seria um médium visitante que teria a capacidade de realizar materializações. Pela foto, é possível notar que ele está com as duas mãos amarradas e que uma mulher que parece sair de trás de uma cortina negra, apoia uma de sua mãos sobre a sua cabeça. 

Ao lado direito da imagem, vemos diversos santa-ritenses, com os olhos fechados, em aparente concentração e silêncio. 

Quem nos apresentou a fotografia contou que seu familiares estavam presentes na reunião e que os móveis que apareceram sobre a mesas, dentre eles um gramofone e um violão, estavam em outra sala e teriam sido transportados, misteriosamente, para aquele local.

Ao aproximarmos um pouco a cena, nos dá a impressão de que a mulher estava enrolada em um pano preto da cintura para cima e que, ao invés de sair da cortina, como parece à primeira vista, está um pouco à frente do pano preto.

Na parede, bem ao fundo, vemos as fotografias de três pessoas, uma delas de Padre Vítor. Pelo que fomos informados, o motivo de haver o quadro do sacerdote católico no local é porque os espíritas de cidade sempre o consideraram um espírito de luz e o têm como uma espécie de entidade que administra a casa.

Se o homem que veio à cidade demonstrar seus dons disse ou não a verdade aos espíritas santa-ritenses nós não sabemos. O fato é que a foto é mesmo muito interessante e merecia ser divulgada. 

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Chicão do Alemão e Chico Coelho: os santa-ritenses que viram um disco voador

- Quem ler esta entrevista vai dizer que nós somos loucos, Chicão! - disse Chico Coelho. 

- Vai falar pra você... eu não estou saindo mais de casa mesmo! - respondeu Chicão, aos risos.
Assim começou a prosa com dois santa-ritenses que juram ter visto um disco voador, no final dos anos 70 e que têm muitas histórias para contar. Através de um relato cheio de detalhes, eles lembram experiências de outro mundo e nos colocam pra pensar: “Aconteceu mesmo?”

Como é a história do disco voador?

Chicão do Alemão: No final de 1976, estávamos fazendo um passeio a Pouso Alegre, por volta das onze e pouco da noite. Enquanto eu dirigia, o Chico Coelho cochilava, até que chegamos naquela parte da estrada, perto do Shopping, onde existe uma lojinha de queijo e eu avistei uma luz muito forte, logo à frente. 

Chico Coelho: Lembro que aquilo me chamou a atenção porque parecia que estava amanhecendo e o farol dava a impressão que estava perdendo o efeito. 

Chicão do Alemão: Quando chegamos perto de onde hoje há um radar, antes da ponte, avistei um disco voador estacionado em uma pequena várzea, à beira da estrada. Eu juntei o carro no freio, parei no meio da pista e mostrei para o Chico. Ele gritava: “Nossa senhora! Não acredito!” Nós descemos do carro, chegamos à beira do barranco e a nave deu de levantar.

Vocês viram o disco se movimentar?

Chico Coelho: Ele ficou lá quase um minuto, enquanto a gente observava. Depois de alguns instantes, ele começou a levantar, foi ficando meio de lado e sobrevoou o rio. A luz dele clareava a várzea inteira. Nunca vi um luz tão forte na minha vida! O mais interessante é que não fazia o menor barulho. Não é como avião que desloca o ar ou faz barulho do motor. Era totalmente silencioso.

Como o disco voador era?

Chicão do Alemão: A coisa mais bonita que eu já vi na minha vida. Era muito grande e iluminado! Uma coisa que me chamou a atenção é que, naquela noite, foi noticiado em várias partes do país, sobre pessoas que tinham passado pela mesma experiência. Lembro que li sobre uma mulher que tinha visto a mesma coisa no Rio de Janeiro e outras pessoas também o viram em São Paulo!

Mais alguém teve a mesma experiência em Pouso Alegre?

Quando nós estávamos entrando no carro para ir embora, lembro que chegou o Luizinho do Manezão e perguntou o que tinha acontecido. Eu disse: “Se eu contar pra você o que aconteceu aqui, você não vai acreditar!” E ele respondeu: “Eu sei o que vocês viram! Vocês viram um disco voador!” Eu perguntei como é que ele sabia e ele contou que quando vinha vindo viu o mesmo disco passar por cima do Hospital São Camilo e iluminar a região inteira. Ele havia comentado com os amigos que estavam com ele que não poderia ser helicóptero e nem avião porque era muito grande e totalmente silencioso.

Qual era a forma dele?

Chico Coelho: Dava uns quarenta metros de diâmetro! Era muito grande e inteirinho iluminado. Seria a mesma coisa dessas placas de LED que nós vemos hoje.  

Chicão do Alemão: Seria o mesmo de você pegar um plástico e colocar uma luz bem forte dentro para irradiar de todos os lados!

Pode ser coisa de seres humanos?

Chicão do Alemão: Aquilo não pode ser obra do ser humano. É coisa do outro mundo!

E vocês chegaram a duvidar do que viram?

Chicão do Alemão: Não duvidamos porque não bebemos nada naquela noite e vimos a mesma coisa. Ficamos a menos de vinte metros do disco voador. Deu pra ver direitinho. Toda vez que eu passo por lá, ainda lembro.

Chico Coelho: Quem ler isso vai pensar que nós estamos loucos, mas sabemos de mais gente que viu! Existe disco voador com certeza!

Imaginavam que poderiam passar por algo assim?

Chico Coelho: Eu sempre ouvia histórias sobre o assunto, mas nunca me passou pela cabeça viver essa situação! Naquela época, a gente nem tocava no assunto. Se comentássemos, o povo riria da gente. Pena que não existia celular naquela época, senão teríamos registrado!

O Chicão viveu outra passagem com aeronaves?

Chicão do Alemão: Uma vez, um avião quase caiu em cima de nós, mas era uma aeronave do exército! Foi perto daquele posto da Polícia Rodoviária, na Fernão Dias. Estávamos voltando de Arcos, onde fomos buscar calcário, quando um aviãozinho bateu num fio e saiu balançando. Quando eu vi aquilo, em vez de entrar para Santa Rita, passei direto. Eu comentei com o Tostão: “Aquele avião vai cair.” Não deu outra!

Vocês foram ajudar?

Nós vimos o avião se espatifar e fomos ajudar. A gasolina estava vazando, a frente da aeronave estava toda estourada, o piloto pendurado pelo cinto de segurança com sangue pra todo lado e o outro agarrado numa montanha de papéis. Eram dois oficiais do exército! Depois de alguns minutos, chegou um guarda que não queria se aproximar com medo da gasolina e me ouviu dizer que iria cortar o cinto deles. Ele dizia: “Vocês estão loucos? O avião pode explodir!” Nós nem demos bola. Corremos lá, cortamos os cintos e arrancamos os dois.

Chico Coelho: Lembra da conversa que você teve com o piloto?

Chicão do Alemão: Eu perguntei: “Pra onde vocês estavam indo?” E ele respondeu: “Aqui é que não era, né?” Então eu falei: “Não era mesmo, uai! Aqui não é campo de aviação!” Fui lá e ainda tomei xingo! Nessa hora deu vontade de largar os dois e vir embora pra casa!

E a história do café?

Chicão do Alemão: Estávamos eu e o Waguinho Caputo em um bar à beira da estrada e pedimos um café. Quando eu botei na boca, queimou a ponta da minha língua e eu joguei tudo na pia, dizendo: “Credo! Tenho horror de café frio!” Quando o Waguinho viu a cena, pegou o dele e tacou tudo na boca! Ele deu uma cuspida que saiu até pedaço de pele da boca! Quase matei o caboclo! Ficou um tempão sem comer, com a boca na carne viva! (Risos)

E a história com o Tatau?

Chicão do Alemão: Estávamos preparando para um desfile que o Bloco dos Democráticos faria em Itajubá e saí com o Tatau para levar para lá algumas alegorias. Enquanto ele arrumava as coisas para sair, eu sentei no carro, abri o porta-luvas e vi que os óculos dele estavam lá dentro. Eu peguei um pincel atômico, pintei as lentes de preto e coloquei de volta. Parece castigo! Quando pegamos aquela reta da Cachoeirinha, vimos que a Polícia Rodoviária estava parada um pouco à frente e o Tatau gritou: “Pega os meus óculos!” Ele abriu o porta-luvas, juntou os óculos e, quando colocou, quase tombou o carro! Cantou até pneu! Ainda bem que o guarda não viu a vacilada que ele deu e nós passamos, mas quando fez a curva ele parou e começou a me falar: “Nem sei de que nome que eu te chamo! Quase que capotamos o carro!” Eu dizia: “Mas não fui eu, Tatau!” E ele gritava: “Que não foi o quê, rapaz! Eu te conheço!” (Risos)

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