quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Grandes ou pequenos, somos os maiores do mundo (Por Ivan Kallás)

Há quem critique, condene, deteste. Mas nada como redes sociais internéticas para fazer o que mulheres adoram e homens fingem não praticar: fofoca. Não sei desde quando, mas entrei também para o que se chama hoje de facefofoca. Mais que isto, entre real e virtual, vou me preparando para viver na nuvem. Ou pelo menos sonhar com o Céu.

Começo este artigo fofoco-indagando: como pode o maior medalhista olímpico da história comemorar seu maravilhoso feito de forma tão imbecil? Ou não seria? “Dedico esta conquista ao maior país do mundo: o meu.”

Como cresci acostumado a confessar erros, em pensamentos, palavras e obras, recordo o Pequeno Príncipe, que viera do menor planeta do universo, onde vivia a flor mais bela do mundo, pois era única. Mas sua vida era efêmera. Corrijo então minha afirmação inicial e dedico este artigo à maior cidade do mundo: a minha.

Tudo isto por causa do Nivaldo Galdino que desafiou Giácomo, Takehara, Jonas e Romero a identificarem “O MAIOR SANTARRITENSE DE TODOS OS TEMPOS”. E já atacou com: Maria Bonita, Delfim Moreira, Hespanha Del Castillo, Sinhá Moreira, entre outros. Foi como fogo no rastilho de pólvora. O paiol explodiu de indicações e críticas:

“Aí vai minha lista (começou o Carlos): Pantera; João Onça; Van Dame; Antônio Mais ou Menos; Linguiça; Tianinha; Cutuba; Charretinha; Maria Borá; Maria Vitrola.” E já com injustiças pois, com dez, faltou goleiro e as Marias Cascavel e Tomba-homem. Eternas  e inesquecíveis titulares do playground da 13 de maio. Seguiram-se, sem malícia, 69 posts até as 11h16min do dia em que dedilho este artigo. Com prazo de 24h para enviar ao editor, terminei meu texto em 2 horas.

Ao criar meu material, cometi um novo risco de injustiça, caso esquecesse um amigo ou colocasse aqui o nome de alguém que não quisesse ver parentes citados. De cara, lembrei-me do Giácomo quebrando regras, ao votar, mais de uma vez, inclusive em Chico Xavier. Ué! Vale santarritense de registro, de batismo ou de reencarnação? E minha filha que nasceu em Pouso Alegre, por falta de hospital aqui? Pensei, por isso, indicar Davi e Wagner mas só se o novo hospital ficasse pronto e funcionando a tempo. Aproveitei o embalo para tascar na lista três primos e dois avós. Com a certeza de que meu pai também não ficaria de fora.

Não cito as demais indicações, por respeito a todos e para que o Editor não pense que estou apenas substituindo a falta de inspiração. E já apelo para a sabedoria de tio Salim, o maior faxineiro da Caixa Econômica e o maior pistonista da família (era o único), sempre que alguma festa acabava com fotos ou notícias no jornal:

- Ué. Cadê eu? Num saí? Este jornal não vale nada. Só puxa-saco de rico!

Replico frases interessantes postadas no facebook:


“Fico preocupado com uma enquete dessas por aqui. Aos poucos a gente descobre que muitos bonzinhos não são tão bonzinhos assim.”
“Se…  as pessoas pudessem votar e contar um pouco da história do personagem contribuiria e muito para o desenvolvimento histórico-educacional de nossa cidade.”
“…em muitas comunidades dominadas pelo crime, as pessoas idolatram chefes de gangues e traficantes pois eles destinam parte da renda do crime para agradar o povo.”
“…faz anos que estou pensando em um concurso dessa natureza, mas receio que personagens da história recente e da aristocracia local tenham sua importância superestimada pelos votantes.”
“Vai sair morte... pior que carnaval...”
“Poucas cidades no Brasil têm tanta gente importante como Santa. Rita do Sapucaí! Cidade de ricos endinheirados, cidade de gente inteligente que fez e que sabe fazer história.”
“Gostei de saber de algumas coisas que não conhecia sobre pessoas daqui... “
“É uma cidade muito pequena pra tanta gente interessante, não? São a prova viva de que é possível empreender grandes projetos, sem precisar sair daqui.”
“Certamente, isso dá-nos inspiração para criarmos uma enciclopédia de personagens santarritenses.”
“Vale lembrar que muitos representaram ou representam bem nossa cidade... como os expedicionários.”
“Talvez não tenha um melhor santarritense porque percebemos que cada um deu o me-lhor de si na primeira oportunidade que encontrou...”
“Vocês se lembram do exemplo de fraternidade e honra que nossa comunidade deu na enchente?”
“Acho uma grande bobagem essa coisa de ‘o maior de todos os tempos’.”
“Todas as pessoas supracitadas foram maravilhosas, cada uma do seu jeito.”

É o que foi postado, entre outras coisas, no facebook...

Mas, afinal, porque tanto importa à humanidade estar sempre discutindo quem é o maior? Lembro-me das DEZ MAIS. As dez mais belas. As dez mais elegantes. As dez mais etc. Que Stanislaw Ponte Preta fulminava em seu FEBEAPÁ, Festival de Besteira que Assola o País. Ele revidava publicando as dez mais gostosas. E a votação era individual, feita por todos os adolescentes do país. Era secreta, pois a conclusão final era feita no escondido do banheiro. Ninguém via o resultado.

Deixo, por último, um interessante comentário:


“Vai valer para falecidos e vivos?”

Posso concluir que a Enciclopédia dos Maiores Santarritenses já está escrita. Em pedra ou metal. Até em rabisco no reboco. No alto de uma colina, onde sempre vou prosear com parentes e amigos. Ao passar pelos pequenos “apartamentos”, leio nomes com curiosidade ou saudade. Quero colocar meu nome entre eles, mas não tenho pressa nenhuma.

Oferecimento: Moldurart

Um comentário:

  1. Muito bom!
    Como sempre, o "Empório de Notícias" fazendo a diferença. Parabéns Carlos Romero!

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