quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Academia e mercado se unem para solucionar a escassez de mão de obra no setor de telecomunicações.


Aproveitando o foco de Santa Rita do Sapucaí na criação de empresas de tecnologia, a Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa (ETEFMC), promoveu parceria com a Ericsson para criação de um núcleo voltado para a capacitação de técnicos do setor.
O Núcleo de Desenvolvimento de Competência Ericsson será integrado à escola e aumentará os ensinamentos práticos para os alunos. Para isso, foi criada estrutura similar à encontrada no mercado de trabalho, com a construção de uma estação rádio-base e o equipamento de transmissão. Uma torre de telefonia com 25 metros de altura e um poste octadecagonal de 15 metros de altura foram instalados no câmpus, o primeiro adaptado ao sistema GSM e o segundo no formato 3G. Além disso será dado curso de instalação de telefonia móvel.

“A parte teórica qualquer escola consegue oferecer, mas na prática acredito que seremos os únicos no país a garantir tamanho detalhamento. Criou-se uma estrutura que não tem semelhante no país”, afirma o coordenador-geral do Centro de Desenvolvimento de Negócios da ETE FMC, Wanderson Eleutério Saldanha, ressaltando que o pioneirismo da escola se repete mais de cinco décadas depois da sua criação, quando foi a primeira instituição de ensino da América Latina a oferecer curso voltado para o segmento de eletrônica.

Ele afirma que trata-se de um mercado carente e que duas vezes por ano grandes grupos de engenharia vão à cidade requisitar técnicos e acabam por contratar a maioria dos profissionais disponíveis. A Ericsson mesma é uma das principais captadoras de mão de obra. Da escola já saíram dezenas de pessoas que ocupam cargos na empresa, desde técnicos em eletrônica até executivos de alto escalão. Com a novidade, a tendência é que a demanda cresça ainda mais nos próximos anos.

Investimentos

De olho na implantação da tecnologia 4G no país, o vice-presidente da Ericsson para a América Latina, Eduardo Ricotta, acredita que as primeiras turmas deverão ser beneficiadas e vislumbra que até todos os alunos podem ser contratados pela empresa, dependendo do aquecimento do setor. Ele observa que a companhia antecipa a formação de profissionais e faz com que o aluno se familiarize com a empresa. “O técnico completa o curso preparado para fazer a instalação em campo”, afirma ele, ressaltando que antes eram necessários dois meses para formação do aluno.

Outro problema que pode ser sanado com a implantação do núcleo é a redução da rotatividade. O que Ricotta percebe é que muitos funcionários ficam pouco tempo na mesma empresa e aproveitam os cursos de qualificação oferecidos para conseguir vagas melhores. “A retenção hoje é muito pequena. Caberá à Ericsson identificar quem são os melhores e os capazes para desenvolvê-los na empresa”, afirma o vice-presidente da companhia sueca.

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