quarta-feira, 15 de abril de 2015

Maratona de uma triatleta (Tainá Desidério)

Iniciei a grande jornada maluca de uma Triatleta, na quarta à noite, quando peguei o último ônibus  para São Paulo, às 18h30min, onde embarcaria em um avião rumo a Fortaleza, na manhã da quinta feira. A loucura começou quando eu fiquei parte da noite e a madrugada toda no aeroporto de Guarulhos, sentada, caindo de sono, mas morrendo de medo de dormir e perder a hora. Peguei o voo as 6h45min e, antes do almoço, já estava em Fortaleza. 
Como uma boa mineira de Santa Rita do Sapucaí, cheguei a Fortaleza de casaco e “geral” já estava me olhando, poxa! Lá dentro do aeroporto estava frio, até a porta automática se abrir e vir aquele mormaço que parecia uma bola em chamas chegando perto de mim.  

Ao sair de dentro do aeroporto eu já senti o drama de estar no nordeste. Aquele calor parecia consumir todas as minhas energias de uma vez só. 

Descansei bem e fui me preparando para a prova que seria no sábado de manhã, na Praia do Cumbuco. 

Chegado o dia, a hora e o instante , foi dada a largada às 7h15min de sábado, debaixo de um sol de 35 graus, que estava fritando qualquer atleta ali presente . 

Finalizei os 3km de natação super bem colocada e saí para o ciclismo, confiante, quando o clima quente, o mormaço insuportável e minha falta de preparação para aquele tipo de prova, me fizeram quebrar e não ter mais condições de fazer a prova da maneira que eu havia treinado para fazer e esperava conseguir.

A partir do km 15 dos 80 a serem realizados, meu foco deixou de ser o meu tempo a ser melhorado e passou a ser ir, mesmo sem forças,  contra o tempo de corte pra não ser desclassificada . 

Após finalizar os 80km do ciclismo, meu corpo já não tinha mais forças e condições para correr mais 20km, mas eu sabia que, de alguma forma, eu aguentaria. E fui, mesmo com dor, chorando e acabada. Finalizei a prova pouco menos de 1h do tempo de corte com mais de 7h diretas competindo e fui vice-campeã brasileira de Triathlon longa distância, após todo sofrimento que, no fim, não passou de uma barreira derrubada que fez tudo ali valer a pena. Eu estava cercada de pessoas maravilhosas, atletas que vibravam uns com os outros, davam todo o incentivo e acreditavam uns nos outros.  

Horas após a prova, lá estava eu no aeroporto de Fortaleza-CE, pronta pra me despedir do Ceará e seguir rumo a São Paulo, onde iria de carro, até Santos para, no domingo, competir na primeira etapa do Troféu Brasil de Triathlon, prova que está completando 25 anos de muita tradição e, sem sombra de dúvidas, tem a melhor organização quando se fala em provas de Triathlon no Brasil. 

A prova em Santos foi tranquila. Cheguei já sabendo que não poderia fazer muita força para não me machucar, visto que meu corpo já estava cansado e sobrecarregado da prova no dia anterior . 

Fiz a prova com tranquilidade e finalizei dentro do esperado, sendo campeã da minha categoria com um tempo razoavelmente bom pra uma atleta cansada. 

Essa foi, sem dúvidas, a maior loucura e a mais gostosa de se fazer! Me desafiei ao máximo e cheguei ao limite do meu corpo e da minha mente.

Esses serão grandes ensinamentos que carregarei comigo para sempre e que não teriam acontecido se não fosse a ajuda de todos que contribuíram com a minha “Vakinha online” que teve super apoio e força da Manu que me ajudou a dar início nela; a NA SPORTS (Núbio Almeida) pelo apoio e confiança de sempre; ao SINDIVAS (Alessandra e Dona Rosângela); ao Carlos Romero que me ajudou a desenvolver o logotipo para as canecas; ao Rei das Canecas pelo apoio; Mattos Calçados; ao Devanil Carvalho meu super amigo; aos meus familiares que sempre me apoiaram; ao Lira; Jucélia e ao pequeno Levi; família linda e carinhosa que me recebeu em sua casa em Fortaleza cuidando de mim como se fossem meus pais, que mudaram a rotina do dia a dia para me acompanhar sem deixar que me faltasse absolutamente nada e a todos que enviaram mensagens, que fizeram suas orações e mandaram energias positivas. Com um trabalho em equipe assim, não tem como dar errado! Muito obrigada a todos pela torcida e pela força e “vamo que vamo” porque o ano está só começando. 

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