terça-feira, 11 de setembro de 2012

Internauta de Pouso Alegre vem a Santa Rita conhecer os tesouros de Fátima Scudeler


Leiam, a seguir, um trecho da visita feita por Jane Rotta a Santa Rita do Sapucaí para conhecer os tesouros guardados e também produzidos pela santa-ritense Fátima Scudeler:

Fui a Santa Rita do Sapucaí, município a 20 quilômetros daqui, visitar uma pessoa que, sabendo de meu interesse por fibras e fiação, gentilmente me convidou para conhecer os tesouros de sua família. A Fátima Scudeler foi minha aluna de patchwork uns anos atrás, e seu interesse por antiguidades e artesanato sempre foi evidente. Então eu já sabia que essa visita ia ser super bacana. Mas foi muito mais: para alguém como eu, a casa dela é um parque de diversões!!! Vejam só se eu não tenho razão:

Para começar, Fátima coleciona máquinas de costura vintage. Os modelos abaixo são apenas alguns que encontrei lá - tem de tudo, de pedal e de manivela, com todo modelo de gabinete que se possa imaginar... 
Algumas dessas máquinas são relíquias de família, como também o são as mantas de lã de carneiro, fiadas, tecidas e tingidas artesanalmente na propriedade da família:
Segundo ela, essas mantas eram feitas por colonas portuguesas que viviam e trabalhavam na fazenda da família, em Santa Rita do Sapucaí, gerações atrás. Ela ainda lembra de haver carneiros lanados na propriedade quando era criança. E conserva, daquela época, uma saca de lã bruta de carneiro - que agora ela mesma carda e fia.

Além da fabricação de fios para uso no tear, a lã bruta também era empregada no recheio de acolchoados; essas peças são, apesar de quentes, incrivelmente leves - graças às propriedades térmicas da lã. Eu disse "são quentes", no presente, porque Fátima ainda tem algumas dessas peças.
Mas as estrelas mesmo - "estrelas" porque são tão raras! - são as duas rocas de fiar que Fátima ainda guarda.

Já pesquisei muito a existência de rocas originais aqui na região toda. Acreditem, é muito difícil encontrá-las. Algumas vezes fui atrás de indicações em cidades vizinhas e chegando lá a peça era, na verdade, um tear. Os dois objetos são normalmente confundidos. 
Essa visita foi parte do projeto de pesquisa e resgate da utilização da lã de carneiro no Sul de Minas, conduzido pela ACAJAL. A opinião de Fátima coincide com o que tenho apurado em minhas pesquisas: aos poucos, com a modernização e o acesso fácil a itens comprados nas lojas, o interesse pela lã diminuiu e os criadores que restaram hoje preferem as raças voltadas para o corte, mais fáceis de cuidar. É a desistência das tradições, o abandono de artes seculares a favor do "prático". Felizmente, esse panorama está mudando e hoje os costumes artesanais estão voltando a ser valorizados. A ACAJAL espera que voltemos a ver carneirinhos lanados misturados à paisagem da região.

(clique no link para ler matéria na íntegra e conhecer o blog)

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