sexta-feira, 16 de março de 2012

ETE FMC homenageia Dinho, um profissional completo

 Se perguntarmos na ETE FMC por um funcionário chamado Aildo Bernardes da Fonseca, pode ser que ninguém saiba quem é. Por outro lado, se dissermos o seu apelido – Dinho – não há quem não conheça esse profissional que trabalha na escola desde 1977.

De origem humilde e simples, Dinho trabalhava na lavoura, em Bela Vista, quando  seu primo deixou um emprego na ETE para entrar para o quartel e ele ocupou a sua vaga. Sua chegada aconteceu aos 19 anos, quando passou a atuar como office-boy durante o dia e a estudar contabilidade à noite. “Nesse período eu também trabalhava na cantina. Era minha função fazer o café e servir os professores.”

Ao terminar o Curso de Contabilidade, o rapaz passou a trabalhar na secretaria de manhã (onde rodava provas em um mimeógrafo a álcool, montava apostilas e realizava outros serviços burocráticos). No período da tarde, atuava na biblioteca, ao lado de Dona Lourdes. “Nessa época, eu pouco saía da escola. Por nove anos eu morei na ETE. No começo, fiquei no alojamento com os alunos. Depois passei um período na residência dos jesuítas. Só deixei de morar aqui quando me casei” – lembra Dinho.

Quando Pedro Sérgio Monti assumiu a diretoria de ensino, Dinho foi convocado a encarar um novo desafio: organizar o almoxarifado da escola. “O Vale da Eletrônica estava começando e muitas empresas vinham até aqui pedir equipamentos emprestados. Chegou um momento em que a escola já havia perdido o controle e me chamaram para colocar ordem no departamento e criar um sistema de requisições.”

Sempre atento ao que acontecia ao redor e com uma curiosidade incrível, Dinho via Paulo Souza e o Padre Furusawa realizarem a manutenção dos equipamentos. Aos poucos, ele foi aprendendo uma nova especialidade. “Em 1996, o Paulo aposentou e eu passei a realizar a manutenção elétrica e eletrônica dos aparelhos – sob orientação do professor Rômulo Volpato. Realmente, comecei a gostar muito do que fazia. Sou fascinado por eletrônica.”

Em 2000, a pedido do Padre Raul, Dinho se matriculou na ETE FMC e realizou o curso técnico, no período noturno. Para ele, foi uma oportunidade de comprovar tudo aquilo o que havia aprendido na prática e atualizar seus conhecimentos teóricos.

Após 35 anos de trabalho, Dinho afirma que se sente muito feliz em fazer parte do grupo: “Eu me sinto muito realizado por trabalhar na ETE. Passei a maior parte da minha vida aqui e vejo que, de alguma forma, faço parte da história de uma Instituição que mudou o país. Para mim, é motivo de grande orgulho ver que meus dois filhos estudaram aqui e que, hoje, estão tão bem encaminhados na vida. O Gustavo fez técnico e acaba de formar no Inatel. Já a Poliana, fez o ETE Ensino Médio e hoje cursa administração na FAI. Que pai não se sente realizado com isso?”

Ao ser questionado sobre as mudanças que viu na ETE, em mais de 3 décadas de serviços prestados, Dinho afirma que as mudanças são sempre para melhor: “Eu me admiro em ver como o Pe. Guy, o Alexandre e o Ialdo estão sempre traba-lhando por nosso alunos. A competência deles é algo que me chama muito a atenção.”

Esse ano, Dinho irá se aposentar. Contente com a missão cumprida, o colaborador diz que ainda há muito a fazer e pede forças para continuar: “Eu peço a Deus que me dê saúde porque eu não quero parar de trabalhar. Não há nada me-lhor do que ser útil a todos.”

Padre Guy Ruffier, Diretor da ETE FMC, fala sobre este grande colaborador: “O Dinho é uma pessoa que teve a garra e a força de vontade para deixar a cultura agrária e se capacitar para vencer na vida. Autodidata, podemos contar com sua colaboração para qualquer função. Seja hidráulica, eletricidade e até construção, ele faz de tudo. É um funcionário multifacetado. Já o vi trocar vidros, consertar carros e dar manutenção em equipamentos, com uma habilidade incrível. Dinho é, realmente, um profissional completo.”

(Carlos Magno Romero Carneiro)

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