terça-feira, 19 de maio de 2015

Manaus pode absorver polo tecnológico do Vale Mineiro

Fonte: Portal da Amazônia

MANAUS - O Polo Industrial de Manaus (PIM) poderá abrigar, nos próximos anos, a produção de pelo menos 40 empresas hoje instaladas no Polo Tecnológico de Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), Roberto de Souza Pinto, que veio a Manaus para conhecer as vantagens fiscais do modelo Zona Franca, a falta de incentivos estaduais no chamado Vale da Eletrônica poderá fazer com que as empresas lá instaladas percam competitividade devido aos preços.
Segundo Pinto, a falta de incentivos no Sudeste pode elevar em até 50% o preço final dos produtos eletrônicos produzidos no Estado mineiro –tornando-os, portanto, pouco interessantes para o mercado. “Estamos muito bem estruturados lá. Temos toda a ambiência da produção. Mas não adianta chegar no fim e o mercado não comprar meu produto por causa de incentivos fiscais.
Produzir em Manaus talvez represente uma diferença próxima de 45% a 50% no custo com tributos com os incentivos que temos aqui”, avalia o presidente do Sindvel. Para o presidente, o Polo Industrial de Manaus é o ambiente ideal para produzir produtos eletrônicos a preços competitivos sem comprometer os investimentos já realizados. “A competitividade na produção de placas eletrônicas no mundo está, em primeiro lugar, na Zona Franca de Manaus – que é a nossa preferência –; e sem segundo lugar na China, na cidade de Shizen”, afirmou.
Souza Pinto explica ainda que hoje o Estado de Minas Gerais tem os benefícios incentivados no ICMS, que é o diferimento na importação da matéria-prima e no faturamento do produto. Mas o Estado, no momento, opera os incentivos somente aos produtos que já constam do protocolo de intenções de incentivos do governo e na relação estadual de produtos incentivados, não incluindo, portanto, novas empresas e novos produtos. “Como o Vale da Eletrônica é eternamente germinado, onde nascem eternamente novas empresas pelas incubadoras, é possível que tenhamos novas 10 ou 15 empresas durante um ano”, disse. 
Ainda segundo Pinto, a perspectiva de investimentos em Manaus é de R$ 500 mil reais por empresa, o que representaria investimentos na ordem de R$ 20 milhões de reais e geração de mais de três mil postos de trabalho até 2016.

PIM já abriga empresas 

Das 153 empresas que constituem o Arranjo Produtivo Eletrônico (APL), cinco já estão instaladas no Polo Industrial de Manaus, gerando 600 empregos e faturamento de R$ 250 milhões por ano. Entre elas está a Trony Indústria e Comércio de Produtos Eletrônicos da Amazônia Ltda., fabricante de produtos da marca Citrox.
De acordo com o diretor Rodrigo Borges, a unidade “manauara” da fábrica já é a principal responsável pelo faturamento da empresa. “Nossa empresa veio para cá em 2007 e a cada ano aumentamos a nossa fábrica aqui. Continuamos com nossas unidades em Minas Gerais, porém, a maior parte do nosso faturamento já vem de Manaus”, comemorou.
Para o superintendente da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), Gustavo Igrejas, o PIM tem todo um pacote de incentivos que possibilita que essas empresas se mudem para cá, ao invés de irem para a Ásia. “(A vinda de novas empresas) é importante porque a crise que estamos passando não é uma crise do modelo Zona Franca, é uma crise nacional e mundial. A experiência que nós temos na fabricação desses produtos e os pacotes de incentivos favorecem que essas empresas venham para cá”, acredita Igrejas.

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