terça-feira, 13 de maio de 2014

Homenageando as mães (Por Rita Seda)

Bendigo a Mãe com M maiúsculo, que teve a honra de ser a Mãe do Salvador Jesus, mas que também sofreu as dores de Sua Paixão, vendo-O morrer numa cruz como um reles fora da lei. Santa Mãe Maria, nossa Mãe do Céu, a ti nosso louvor, nossa gratidão por desatares todos os nós da nossa vida! Quanto às mães da nossa cidade, cada qual tem uma linda história...
Já vi mãe correndo atrás de filho  com a intenção de salvá-lo, mas ele pensava que era para castigá-lo... Quem venceu? Claro, a mãe, embora o contrário fosse o mais provável. Já vi mãe abraçando, perdoar o filho que errou, não permitindo nem que pedisse perdão. Já vi mãe ficar sem comer para alimentar o filho faminto, sem nunca contar-lhe que estava anêmica porque passara fome... Já vi mãe gabar o filho, na maior inocência, sem saber que ele roubava e se drogava... Mais ou menos como a música “Meu guri”, de Chico Buarque! Também já vi mãe brigar com a professora que deu a nota baixa merecida ao menino que foi pego colando! Mas também vi mãe que levou o filho diante do professor para pedir-lhe desculpas pela arte que fez em sala... Já vi mãe que amamentou a filha toda uma noite (mãe de primeira viagem). A filha vomitava o excesso, a mãe voltava a dar-lhe o peito pensando que o choro era de fome... E a salvação foi a sabedoria da avó da criança, que se trancou com ela em seu quarto e impediu o encontro das duas por algumas horas! 

Quantas mães eu vi esconder do pai a travessura dos filhos, que, percebendo a bondade da mãe, foram melhorando o comportamento... e as notas também! Pois as mães escondiam até as notas baixas, com a promessa dos pestinhas de nunca mais acontecer! E dava certo, porque mãe é o anjo que Deus colocou na terra para proteger os filhos. Até vi mãe, carregada de filhos, adotando duas meninas que ficaram órfãs de pai e mãe. Essa eu tenho que declinar o nome: Dona Maria Bonita. Um dos gestos maternos que mais tocou minha meninice! E aquela mãe que acolhia em sua casa, todos os dias, um punhado de garotas de famílias carentes, para ensinar-lhes um trabalho manual? Bordado, tricô, crochê, pintura, fuxico... E atrás do trabalhinho, havia o alimento, sempre escasso na casa das garotas! E a história daquela mãe, que vendo o filho inteligente, mas avesso a frequentar a escola pois achou que sabia o suficiente? Empregou-o como servente de um pedreiro amigo, pagando ela própria o seu salário, pois sabia que não iria merecer grande coisa... Ele só veio a saber da tramoia da mãe quando era homem feito! Mas que a  manobra fez bem para seu ego adolescente, mostrando-lhe o caminho do trabalho com honradez, estou certa que fez! Também já vi mãe adotar uma criança deixada na porta de sua casa, mesmo sabendo que era deficiente e que lhe daria grande trabalho, tirando-lhe toda  a liberdade... São muitas as histórias de mães... Vocês também têm as suas, vividas ou apreciadas. Mas poucas pessoas foram capazes de escrever algo tão tocante como este poema, que dedico às nossas mães, às amigas que são mães e a todas as mães do mundo:

A leoa

(Raimundo Correia )

Não há quem a emoção não dobre e vença,
lendo o episódio da leoa brava,
que, sedenta e famélica bramava,
vagando pelas ruas de Florença.

Foge a população espavorida,
e na cidade deplorável e erma
topa a leoa só, quase sem vida,
uma infeliz mulher débil 
e enferma.

Em frente à fera 
no estupor do assombro,
não já por si tremia, ela, 
a mesquinha,
porém porque era mãe, 
e o peso tinha,
sempre caro pras mães, de um filho ao ombro.
(...)
Mas a leoa, como se entendesse
o amor da mãe, 
incólume deixou-a ..
É que esse amor 
até nas feras vê-se!...
E é que era mãe, talvez, 
essa leoa!

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