segunda-feira, 13 de maio de 2013

Professor Justino completa 50 anos de ETE FMC


Em março de 2013, José Antônio Justino Ribeiro completou bodas de ouro da Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa. Em janeiro de 1963, o jovem de 16 anos, veio do sul do Espírito Santo para estudar eletrônica em Santa Rita do Sapucaí, prestou vestibular em fevereiro e, em março, iniciou as atividades acadêmicas.
50 anos de ETE, sem cochilar...
Incentivado por um professor do ginásio e acompanhado pelo fi-lho dele (os meninos vieram para a preparação do vestibular) Justino nunca mais se desligou da Escola. “Minha família não fez nenhuma objeção, mas ficaram muito tristes com a minha saída. Naquela época, Santa Rita era quase em outro mundo. Os meios de transportes eram precários. Telefone, aqui, só existia de magneto e o contato tinha que ser feito exclusivamente pelo correio. Era muito distante e podíamos ir visitar os pais, no máximo, 2 vezes por ano, mas meus pais foram muito orgulhosos por eu ter empreendido ‘essa aventura’”, conta o professor. 
Por ser de uma família carente, entrou no programa de bolsas que, segundo ele, arcava com a mensalidade da escola, moradia, alimentação, vestuário e material escolar. “Quando ingressei na ETE, a Sinhá já estava doente e veio a falecer  em março, mas havia deixado um fundo de bolsa muito útil para todas as pessoas que estavam na mesma situação que eu”.

Assim que iniciou os estudos, o jovem já se identificou com a eletrônica e, com o desempenho exemplar, logo se destacou na turma. “Sempre gostei muito de estudar e a eletrônica me despertou o interesse de imediato. Também me sentia na obrigação por ser um bolsista e não poderia ter um mau desempenho e correr o risco de perder essa ajuda.”, explica Justino.

 No final do terceiro ano do curso técnico, ele e mais três alunos foram convidados pelo então diretor da ETE FMC, Padre Vaz, para ministrar aulas na instituição. Quase de início imediato, os alunos tiveram apenas uma semana para se preparem. Orgulhosos, porém preocupados com a responsabilidade, os alunos dividiram as tarefas e Justino ficou com a disciplina de Telecomunicações. Desde então, identificou-se com a carreira aca-dêmica e nunca mais saiu das salas de aula.

Nos anos seguintes, Prof. Justino cursou o Inatel, fez mestrado, doutorado e jamais deixou de lecionar na ETE FMC. “O interessante é que eu me entusiasmei muito com a carreira acadêmica, tanto que, quando era jovem, tive muitas oportunidades de sair de Santa Rita e nunca quis. Sempre que procurei me aperfeiçoar foi visando à carreira acadêmica”, conta Justino.

Professor Justino está há 50 anos na ETE, sendo 47 como professor. Também leciona, há 45 anos, no Inatel e 40 na Universidade de Itajubá. “Já dei aulas a muitos professores que estão hoje na ETE, Inatel e também na Unifei. Tentei fazer o levantamento de quantos alunos estudaram comigo, mas é impossível; não existem mais todos estes registros, mas acredito girar em torno de 20 a 30 mil. Em todos os lugares a que já fui no Brasil encontrei antigos alunos. Esse reconhecimento acontece frequentemente e é gratificante. Tive muitas alegrias e orgulho de ser professor e ajudei de alguma maneira, bem modesta,  a formar  boa parte dos profissionais do país.”

Sobre a formação integral que recebeu na escola, o professor fala da tradição e o valor de um colégio da Companhia de Jesus: “Quando uma pessoa se propõe a estudar em um colégio Jesuíta, ela já sabe que, por trás, há 500 anos de tradição dedicados à educação. Isso tem um peso extraordinário para quem reconhece esse valor. Os Jesuítas primaram pela educação desde o início da Companhia, sempre comandaram e fundaram escolas e universidades; então, quando falamos em estudar num colégio de jesuítas, sabe-se que são 500 anos de atividades no campo da educação”, finaliza.

4 comentários:

  1. Coxilou o caximbo cai!

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  2. "Cochilou o cachimbo cai" Grande Prof. Justino

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  3. Além de um professor sensacional é uma pessoa maravilhosa. Mestre!

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  4. sabe se dizer se ele ainda é vivo? foi meu professor.

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