sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Café Lydia: uma história de sucesso que chega à sua quarta geração


Um dos homens mais empreendedores de Santa Rita do Sapucaí, José Ribeiro da Silva estava sempre em busca de novidades para serem transformadas em oportunidades de negócio. Foi dele a primeira fábrica de gelo e sorvete da cidade (em um tempo em que ninguém tinha geladeira), um posto de gasolina (Posto Esso), uma importante loja de utilidades domésticas (Casa 1001 Artigos), além da mais tradicional empresa de torrefação e moagem de café da região.
À esquerda, Dona Dinorah e José da Silva. À direita: Dona Lydia.
Com tantas iniciativas de sucesso, muitos santa-ritenses se perguntavam qual era o segredo de José da Silva. O que nem todos sabiam era que ele encontrava em sua esposa, Dinorah, todo o amparo que precisava para administrar seus negócios. Ao criar o Café Lydia, ainda na década de 20, o comerciante homenageou a filha mais velha colocando seu nome no produto e passou para sua companheira a res-ponsabilidade de vencer aquele desafio. 

No início, todo o processo de produção do café era manual. Através de um grande tacho, aquecido à lenha, o primeiro funcionário da empresa – Sebastião Bigodinho – utilizava uma enorme pá para movimentar os grãos. Por conta de uma pequena chaminé, ao lado de sua residência, quando o processo de torrefação tinha início, ninguém se atrevia a colocar suas roupas para secar, com medo de que ficassem repletas de fuligem. No momento de empacotar, Dona Dinorah colocava os filhos Hugo, Lydia e Crezilda para prensar as embalagens de papel e depois colá-las com grude. Após a fabricação, o produto era consumido em Santa Rita e também enviado para cidades como Pouso Alegre e Itajubá, onde sempre foi muito disputado.

Na década de 60, José da Silva ficou cansado de administrar tantos empreendimentos e decidiu passar a torrefação para o marido de Dona Lydia, o senhor Mauro Cunha Azevedo. Ao assumir os negócios, o rapaz decidiu construir uma casa para sediar sua fábrica e profissionalizou o processo de produção, através da compra de um moderno maquinário. A medida em que seu empreendimento ganhava força, chegava a hora de contratar novos colaboradores e a empresa teve o importante apoio de José Cornélio, Luiz Garcia, Zico e Didi (Silk Screen). 

Até 1991, Mauro Cunha atuou junto ao Café Lydia e fez com que sua marca se tornasse conhecida em toda a região. Ao se aposentar, decidiu passar a empresa para seus filhos (Rogério, Virgílio e Regina), que foram encarregados de administrá-la.
À esquerda, Mauro Cunha e Rogério Ieié. Ao centro, João Henrique com sua esposa (Alessandra) e sua mãe, Ângela.
Em 2002, Rogério comprou as quotas de seus irmãos e assumiu, sozinho, a torrefação. Foi dele a missão de dar um novo gás à empresa criada por seu avô e aumentar ainda mais o reconhecimento da marca. Para isso, cuidaria para que os grãos fossem altamente selecionados o que emprestaria grande visibilidade ao café mais consumido de Santa Rita do Sapucaí.

Depois de 10 anos sob direção de Rogério, o Café Lydia foi adquirido por João Henrique Azevedo Ribeiro, que terá como missão fazer com que o empreendimento chegue à sua quarta geração com mais força do que nunca. Após mais de 8 décadas de sua fundação, chegou a vez do bisneto do empreendedor – José da Silva – (agora com o amparo de sua esposa Alessandra), obter grandes conquistas em Santa Rita do Sapucaí. Um exemplo de sucesso que vem de muitas gerações.

Um comentário:

  1. Foi com grande prazer que me deparei com a bela reportagem do café Lydia, fundado por "Zé da Silva" grande amigo de meu pai José Pamphirio.

    ResponderExcluir