segunda-feira, 9 de abril de 2012

Uma homenagem à minha querida irmã Edméa

 Minha querida irmã Edméa

Como no dizer do romance “Éramos Seis”, nós éramos oito. Hoje somos a-penas dois. Ainda resistem os dois mais novos (ou, no dizer do Ronaldo, jovens há mais tempo), Roberto e eu. Quis o Ente Supremo que assim fosse. Você, a primogênita, e eu o “caçulinha”. Aquela cheia de estudos e este cheio de dengo. Uma remunerada e o outro beneficiário. Se não foi assim, foi mais ou menos isso.
Se muita água passou por baixo da ponte e os janeiros também se foram, ficou a mesma Edméa, a mesma Irmã: um pouco de mãe no proceder ponderado, muito de irmã no equilíbrio fraterno. Se desentendíamos, ora pela impetuosidade da idade, ou pela divergência de opinião de adultos com temperamentos diferentes, a ira encontrava, em sua palavra mediadora, a fuga, dando lugar a abraços e beijos puros. Se falo por nós, falo também pelo Amém dos que foram.

Minha querida escritora Dª. Edméa

Agradeça o dom da “pena” a Deus e o lado genético de nossos queridos pais. Seus escritos espelhavam sua existência feliz. Neles, você demonstrava que o seu proceder sempre era o mesmo. A aceitação sua era a mesma. Alegre nos ventos favoráveis, satisfeita e resignada nas tristezas do contratempo, acolhia a todas as suas provas como prêmio da vontade de Deus.

Suas crônicas, de tão fácil compreensão pela maneira didática de escrever, sempre demonstrou o alto índice de suas leituras. Eram emocionantes pela simplicidade do escorregar fácil da palavra, com letras brandas e verdes, trazendo à memória tudo o que é bom e o que pode manter viva a nossa esperança. Se, de um lado, você produziu “Memórias e Emoções”, de outro você viveu “Colhendo Flores”, até o “Crepúsculo de sua vida”.

Minha querida amiga da filantropia Dª. Edméa

O zelo pelo bem social é característica de pessoas de princípios religiosos. Educada que foi em um berço Cristão e de lar cujos pais eram fraternos e compassivos, nada mais fez do que compreender que quem não nasceu para servir não serve para viver. Guiada pelo princípio do desprendimento, trouxe como elo o altruísmo e partiu para a conquista do alvo. Em sua vida, sempre foi participativa, na maioria dos movimentos sociais, sem esquecer o “dever de casa”. Agiu com pureza de uma criança, vitalidade de uma jovem, sagacidade de uma Balzaquiana e, no final da vida, com os cabelos brancos da vivência, usava a arma da prudência. Se trabalhou para o bem comum, não foi para ganhar o reconhecimento humano, mas por uma ordenança divina: fazer com a mão direita sem que a esquerda visse.

Minha querida Professora Dª Edméa

Apesar do passar dos anos, não foi difícil para você  trazer vivo na memória o nosso conviver de mestra e aluno. No relacionamento de ouvir para aprender, presumo ter assimilado bem seus ensinamentos, pois não se constrói nada sólido, equilibrado e duradouro sem que antes esta base fosse bem iniciada. Se a escrita e a leitura foram seus trabalhos preferidos de entretenimento, foi sua capacidade didática um dom de Deus. Se, com a leitura, buscou conhecimento e talento para satisfazer seu desejo próprio, foi no dom de Deus de transmitir ensinando, uma satisfação e benefício para todos, que conviveram com você e a admiram tanto. Alicerçado no saber adquirido de Normalista por opção e pedagoga por natureza, sua vida a dois, em parceria com Edmur, teve seu clímax na exteriorização da prática educacional dos filhos. E é neste rol de filhos que me incluo para riqueza de meu aprendizado de gratidão e para seu contentamento de mãe adotiva.

Sou também sempre o mesmo. Com muita saudade e amor. Do seu irmão, Décio de Almeida Azevedo 

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