terça-feira, 15 de julho de 2014

Lembranças da Copa do Mundo

Não torço para nenhum time de futebol. Mas, Copa do mundo é diferente. O coração bate mais forte,creio que nenhum brasileiro fica indiferente! Eu tenho algumas lembranças de copas, umas boas e outras péssimas. Em 1950 vi meu irmão Dodô colecionar figurinhas e esperar uma vitória brasileira como se espera o primeiro filho. Era um apaixonado pelo futebol. E  vi meu irmão  sofrer como nunca havia visto ninguém. Comecei a entender o que era a Copa. Em 1970 foi só alegria... Nós, em nosso carrinho, e nossos filhos sentados sobre o capô (naquele tempo era permitido!)  acompanhamos a passeata e o buzinaço da vitória da nossa seleção no México. Se alguém perguntar vitória sobre quem, eu não saberia responder... Só me lembro da euforia! Espera lá! Parece que foi sobre a Itália! Veio-me à lembrança  uma torcida empolgada,de amigos,  diante da TV de nossa casa,de amigos  que não possuíam aparelhos de TV. Xingavam a Itália com os mais feios palavrões e a minha  mãe, italiana legítima, queria pôr todo mundo pra correr! Tive que ficar trancada com ela em seu quarto para evitar o pior,  até o apito final. E só depois que tudo sossegou, ela já dormindo, saí para festejar. Depois, bem, não me lembro o ano. Afinal já disse que não sou tão chegada ao futebol, mas o fato não posso me esquecer. Estava toda família reunida, tivemos que improvisar o quintal pra caber todo mundo. Nosso neto, Felipe, uma criança ainda, torcia apaixonadamente. Filho do Junior e neto do Ivon, só podia agir assim! Enrolado numa bandeira do Brasil, seria a primeira vitória do Brasil que iria comemorar. Infelizmente o fenômeno desfenomenou e a vitória foi da França Ô frustração, ô dó do Felipe! Para mim, veio à mente,  naquele momento, o Dodô e a derrota para o  Uruguai. A mesma sensação de impotência, de revolta, de raiva explodindo como um vulcão. Até hoje esse craque me é antipático pelo modo como agiu. Outra, bem melhor, foi a de 2002. Estávamos em Recife, almoçando num restaurante, todos os olhos voltados para um telão, quando Cafu levantou a taça e fez aquela declaração de amor a sua esposa. Valeu! Gostei ainda mais daquela capital. Outra vez a Copa será no Brasil. Um Brasil com um comportamento incrivelmente diferente. Muitos estádios novos ou reformados, planejamento visto pela TV e a insatisfação do povo pela situação. A corrupção existente e sempre abafada veio à tona, e a população, que sofre com falta de habitação, desemprego, transporte, atendimento hospitalar e escolas ruins porque os profissionais não são bem pagos, reagiu com manifestações justas, mas infestadas de baderneiros. A confusão causou estragos além do limite. Até a natureza  conspirou contra, com a grande seca e as inundações antes nunca vistas. A turbulência tirou-nos a paz antes, durante e parece que  vai continuar depois da festança da Copa! Brasil, país potencialmente rico, brasileiros patriotas, vendo esvair o imposto que pagam, pelos dedos das mãos de uma turma de corruptos! Mas viva a Copa! Viva o futebol com seus gastos exagerados! Vamos curtir porque a festa este ano é nossa! Faz de conta que todos estão felizes, temos pão (bolsas diversas) e circo... Bem, nem todos, ainda! Neste dia em que escrevo muitas seleções já foram eliminadas e fazem a viagem de volta. Quero que o Brasil seja hexa,  torço por ele, mesmo sentindo a falta de um reforço de Ronaldinho e Cacá  na seleção,  mas se não for campeão, ao menos tem esta vantagem: não precisará da viagem de volta! 

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