quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O causos hilários (e verdadeiros) de Waguinho Caputo

Você já foi canhoneiro do Capitão Gancho?

Isso foi quando o Bloco dos Democráticos ia sair de Peter Pan e eu ia ser o canhoneiro do navio do Capitão Gancho! (Risos) Acontece que nesse navio tinha dois canhões que lançavam confete. Você punha o confete dentro do canhão, travava tudo e ligava um extintor de incêndio pra dar pressão até soltar a borracha que prendia a ponta. Quando eu vi que o soldador do canhão era o Chicão, que nunca tinha soldado na vida, eu comecei a ficar com medo! (Risos) Daí, na hora mesmo do bloco sair, quando eles falaram que eu ia ter que ir sentado em cima daquela bomba, eu sumi do mapa! (Risos) O povo só faltou me linchar! Acho que no final das contas foi o Cardão Coelho que assumiu o meu posto, mas deu tudo certo! (Risos)
O Navio do Capitão Gancho.
Como foi a história da peteca?

Os irmãos De Franco tinham uma peteca gigante, feita de madeira. Então nós colocamos a peteca em cima do carro alegórico e ela ficava girando meio torta, parecendo que ia cair. Fizemos isso pra encher o saco do Ride. Naquele ano eles não iam sair. Em cima do carro alegórico, colocamos a tal peteca e escrevemos uma faixa bem grande dizendo: “Do nosso lado ela não cai!”. Aquilo gerou uma polêmica danada na cidade! Queriam bater na gente! (Risos)

 Naquela mesma semana nós fizemos tambem um carimbo gigante e escrevemos “Democráticos, agora e sempre”. E saímos carimbando a cidade inteira!” A gente carimbou até a casa do Gil Siécola!  Na casa do Capone, tinha uma cerca de madeira, tipo régua. O João Gula, pegou o carimbo e pintou a cerca inteira do homem! (Risos) Pra piorar a situação, de noite eu e o Chicão ligamos na casa do Senhor Hugo, e dissemos que era o Capone! A gente falava: “Eu vi o senhor pintando o muro da minha casa. Eu vou te processar!” O Hugo queria morrer! Na verdade, o Capone nem ligou. Ele nem esquentou a cabeça. O que a gente queria mesmo era botar fogo!

E a famosa viagem à praia?

Uma vez um amigo meu me chamou pra passar um final de semana na praia. Ele disse que ia na sexta-feira e eu só poderia ir no sábado. Aí nós alugamos a casa de um rapaz daqui de Santa Rita. Nós pegamos o endereço, o número da casa, as chaves e esse amigo meu entrou no carro e foi. Quando ele chegou lá na casa e tentou abrir a porta, nenhuma chave abria. Ele pensou: “Será que o rapaz me entregou a chave errada?” Aí tinha um vitrô aberto, ele pegou a filha dele, passou a menina pela fresta e pediu pra ela abrir a porta da cozinha. A menina foi lá e abriu. Ele então guardou o carro dele, guardou as coisas que ele tinha levado, se acomodou e até bebeu uma garrafa de vinho que tinha encontrado na geladeira.  No outro dia, acordou cedo, juntou a família e foi pra praia. Lá eu me encontrei com ele, passamos a tarde toda juntos e pegamos as coisas pra voltar. Quando eu cheguei de carro em frente à casa, eu vi que ele tinha ficado. Ele estava parado em frente a uma casa que ficava uns 10 metros atrás. Ele gritava: “Vem cá, rapaz! A casa é aqui!”. Eu conferi o número que eu tinha anotado e estava tudo certo. Não estava entendendo ele. Aí eu fui lá e falei: “Dá a chave aqui”. Quando cheguei na casa em que eu tinha parado em frente, peguei as chaves e abri tudo! Só aí que ele notou que tinha ficado na casa errada! (Risos) Ele falava: “Não é possivel, eu dormi naquela casa, tomei o vinho da geladeira e você vem me falar que é a casa errada?” Foi um Deus nos acuda! Tivemos que juntar tudo e trazer correndo com medo do dono encontrar a gente lá dentro! Até janta ele fez! (Risos)

Vocês também viajavam pra pescar, né?

Uma vez nós fizemos uma viagem pra pescar em um afluente do Rio São Francisco. Fomos eu, o Leonilton, o Mauro Cunha, o Carlinhos Dentista, o Senhor Jader Machado, o Candião, o Chicão, o Jaime Leiteiro, o doutor Quina... foi uma turma boa!  A gente foi ao rio Urucuia. Perto do acampamento nosso tinha uma árvore grossa e o Candião colocou o fogão encostado nela. No quarto dia, a gente estava pescando na beira do rio e o Chicão me chamou pra ir no acampamento fritar uma linguiça. Voltamos eu, o Chicão e o Candião.  Quando o Candião começou a esquentar o óleo, a gente descobriu que nessa árvore tinha uma caixa de marimbondos. O Candião tirou o último pedaço de linguiça e saiu correndo. Com o calor do tacho, os marimbondos que estavam voando em cima da árvore começaram a cair todos dentro da gordura quente. Coalhou o tachinho de marimbondo preto! Nisso veio o Jaime Leiteiro e perguntou se tinha sobrado linguiça. A gente falou que não tinha. Aí ele foi lá no fogão, olhou no tacho e falou: “o melhor da linguiça vocês não estão comendo! O bom é a borra da linguiça!” Ele pegou um pão, encheu de marimbondo e comeu o sanduíche inteiro! (Risos)

Tem alguma história dos seus tempos de caminhoeiro?

Em 1969 nós fomos pra Manaus de caminhão.  Na época não tinha rodovia. A gente andava 4 mil quilômetros em estrada de terra. Foram 34 dias de caminhão pra gente chegar lá. Estávamos carregando dinamite. Nesse dia, os índios estavam todos ouriçados na estrada e resolveram subir no caminhão em movimento! A gente ficou morrendo de medo de parar e até de descer do caminhão. Daí chegamos a um mercadinho, pulamos na mesma hora do caminhão e entramos correndo. Quando os índios viram, entraram juntos e começaram a comer tudo que viam na frente! Teve um índio que comeu até sabão! (risos) Ele comia o sabão e fazia cara feia, mas conseguiu traçar a pedra inteira! A gente ficou umas cinco horas lá dentro, com medo deles. Quando a gente voltou ao caminhão, ele tinham arrancado tudo que era espelho, quebraram tudo que era farol... tudo o que brilhava no caminhão eles arrancaram! Eles quase depenaram o caminhãozinho!  (Risos)

E como foi a história do enterro?

Há uns 40 anos, eu e o Chicão estavámos na praça, sentados em um banco perto do coreto, conversando.  Daí a gente viu um enterro chegando. Tinha 3 pessoas carregando o caixão e mais ninguém no enterro.  Quando o Chicão viu aquilo falou pra gente ir ajudar.  O pior é que mais ninguém ajudava! Quando chegamos ao pé do morro,  tivemos que colocar o caixão no chão, encostado no muro, e parar para dar uma descansada! Você precisava ver o trabalhão que foi chegar lá em cima! Não chegava nunca! São passagens que a gente não esquece...

E as histórias do seu amigo Toninho Anão?

Um dos maiores amigos do Toninho é o Zezé Protético. Um não largava do outro. Eram o Zezé, o Toninho e o Vandinho. Uma vez o Zezé fez um churrasco na casa dele e, quando eles começaram a festa, a piscina estava com mais ou menos um metro de água. Teve uma hora que o Toninho já estava meio de fogo e o Zezé resolveu jogá-lo dentro da piscina! Queriam dar um susto nele. O que eles não sabiam é que o filho do Zezé, durante o churrasco, tinha resolvido esgotar a água pra poder lavar. Como já estava escuro, eles não viram que a piscina estava seca, pegaram o Toninho, um agarrando pelo pé e outro pelas pernas, chacoalharam bem e jogaram lá dentro!  Quase mataram o coitado! Tiveram que levar até pro hospital! Lançaram o coitadinho na piscina seca! (Risos)
O famoso Toninho anão.
Teve uma outra vez que o Toninho bateu o carro ali perto do chalé! Aquele rapaz era cheio de manha! Ele fingiu que estava morto e tiveram que levá-lo pro hospital. Quando os amigos chamavam, ele não respondia e todo mundo começou a ficar preocupado. Quando o doutor Jorge chegou, falou: ”Esse tá ruim mesmo! Vamos abrir a cabeça dele e fazer uma operação pra tentar salvar!” Nessa hora o Toninho pulou da maca e saiu correndo lá dentro do hospital! (Risos) Deu o que fazer pra acharem ele!

E o Zezico? Você também conhecia?

Eu sei uma história boa do Zezico!  Uma vez o Chicão contou uma história pra mim... mas isso só pode ser mentira! Ele contou que um dia foi viajar com o Zezico e no meio do caminho, perto de Piranguinho, eles viram um velhinho de uns 80 anos, chorando na beira da estrada. Quando o Zezico viu, falou: “Pára o carro! Pára o carro!” Quando eles desceram, perguntaram porque ele estava chorando e o velhinho falou: “Tô chorando porque o meu pai bateu em mim!” (Risos) Eles assustaram, mas resolveram levar o velhinho pra casa. Quando chegaram lá, tinha outro velhinho sentado do lado do fogão.  E o Chicão perguntou: “Foi você quem bateu nele?”. E o homem, com uns 100 anos de idade falou: “Bati sim! Pra ele aprender a não responder pro avô! (Risos) Diz o Chicão que o avô dele estava doente, deitado no quarto! Alguém acredita nisso? (Risos)

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