terça-feira, 5 de outubro de 2010

De volta para casa

Algumas vezes, enquanto caminho pelas ruas de Santa Rita do Sapucaí, começo a imaginar quantas pessoas passaram um dia por ali e fizeram daquele mesmo trajeto, um elo para os momentos mais decisivos de suas vidas. Quantos de nossos antepassados caminharam por essas mesmas ruas, praças e avenidas? Quantos momentos de nossas vidas permanecem gravados em algumas pedras e construções que insistem em resistir ao tempo? Quantas ilusões dissolveram-se nas curvas da história nestes mesmos lugares onde sonhamos hoje? Se olharmos com um pouco mais de atenção essas ruas, quase podemos alcançar o passado e enxergar aquelas mesmas pessoas passeando por essas calçadas há muitas e muitas décadas. Essas pequenas e centenárias ruas que compõem o perfil de nossa cidade, guardam um pouco de nós. Somos um pouco de cada uma delas. Afinal, todo o progresso que percebemos hoje e tudo o que podemos usufruir dessa cidade que tanto amamos é fruto do que nossos conterrâneos construiram durante suas experiências nessas mesmas esquinas onde encontramos os velhos amigos e por onde vagueiam nossos mais profundos anseios.  Um dia, nossos filhos talvez saberão que nestes mesmos caminhos em que brincam displicentes, seus pais e avós cresceram, amaram e batalharam para oferecer a eles uma vida melhor. Por outro lado, quando precisarem trilhar novas sendas, fica o consolo por saberem que essas mesmas ruas estarão sempre por aqui quando, enfim, decidirem que chegou o momento de voltarem pra casa.

Por Carlos Romero.

2 comentários:

  1. Belo texto, é como cutucar a nossa nostalgia , principalmente em pessoas que ja viveram um pouco mais , e alcançou em suas lembranças o inicio do século passado , ou até mesmo a segunda metade do seculo , como eu ... senti nas palavras desse texto a sensação de voltar no tempo , nos sentimentos da minha infancia , quando saia pra passear , ir ao cinema , mercado ... , enfim ... lembranças de infancia!! Parabéns !

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  2. Admiro muito muito essa nostalgia, mas sincera- mente... o que eu sinto é só fingimento poético (com o perdão do Pessoa).
    Agora: elo de ligação??????????????????
    Beijo da Renata Romero
    (postei como "anonimo" pq não estava dando certo de outra maneira)

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