Empreender não tem só a ver com montar empresas. Tem a ver com não se contentar com as adversidades e fazer de tudo para mudar. É tirar a bunda da cadeira e dar um novo rumo para as coisas. É enxergar incômodos como uma grande oportunidade de fazer algo diferente. Muitas vezes essas soluções tomam a forma de uma empresa, mas não necessariamente. E quem viveu sua juventude nos anos 70, 80 ou 90 na cidade sabe bem o quanto isso era presente no DNA de Santa Rita.
Quando era adolescente, não tinha muito o que fazer na cidade. Só que a gente não esperava sentado. Uns montaram bandas, outros criaram radios, outros se reuniam pra conversar sobre quadrinhos que liam e trocar exemplares. Havia festivais de música e arte, a TV dos alunos do INATEL, o Rally, entre muitas outras coisas. Tudo feito por nós – jovens com todos os problemas dessa época da vida, mas a fim de fazer algo diferente e saudável apenas pelo prazer de se divertir. E o apoio dos adultos que acreditaram – fossem pais, amigos, professores ou apenas entusiastas - sempre foi essencial.
A cidade estava feia? Lembro-me bem do pessoal grafitando cada bloco da parede do campo de futebol. Com o apoio das lideranças, o talento artístico de muita gente ajudou a tornar tudo aquilo mais agradável.
No clube, montávamos times e criávamos nossos próprios campeonatos. Lembro-me do Samir Murad dando treinos de basquete pro pessoal no ginásio do Country sem cobrar nada. O próprio Bloco do Urso, que virou negócio mas não tem a ver com tecnologia, nasceu de um grupo de amigos que ‘não tinha nada’ pra fazer nas tardes de carnaval.
Simplesmente, desistir era algo inconcebível. A gente acreditava – e muito. Se não existia ou incomodava, nós fazíamos – mesmo que de forma meio amadora. Não é a toa que essa atitude das gerações ‘se vira’ - produziu tanta gente que está fazendo a diferença mundo a fora. O que tinha nessa época que vemos muito pouco hoje? Gente criando coisas.
Hoje, a cidade é outra. O mundo é outro. Mas mesmo com as coisas aparentemente prontas, que tal resgatarmos a alma empreendedora da população – antes que ela se esgote de vez? Que tal incentivarmos os jovens – da forma que cada um puder – a criar coisas, a desenvolver ideias desde cedo?
Na minha opinião, botar o talento e a criatividade dos jovens pra trabalhar é o primeiro passo pra trazermos de volta o orgulho da população santarritense. Com orgulho, as pessoas defendem uma causa sem medir esforços. Com vontade de empreender, as pessoas são capazes de mudar uma cidade – e até mesmo o mundo.
Na minha opinião precisa haver uma sinergia entre o poder público e a iniciativa privada para que as coisas voltem a acontecer na cidade. A prefeitura precisa incentivar a produção cultural e, por outro lado, a população precisa ser mais idealista e não se contentar com as deficiências locais que são muitas. Os blocos precisam voltar, Cassinho precisa voltar com os Rallys, as instituições precisam recomeçar com os festivais da canção, o Inatel precisa democratizar seu movimento cultural, o Feirão precisar vir com mais força, o centro de artesanato precisa ser reativado, os veteranos precisam receber novamente incentivo ao esporte (eles foram proibidos de jogar na nova gestão), os blocos precisam receber apoio e autonomia para desfilar onde quiserem, precisamos fazer mais exposições nos bairros pobres, precisamos trazer grandes artistas para a cidade, devemos trazer grandes obras para serem expostas aqui...enfim, essa onda de drogas, violência, câncer e suícidio só vai acabar por aqui quando as pessoas tiverem maiores perspectivas e perceberem que o mundo via além de nosso mundinho entre as montanhas.Abraço a todos e parabéns pelo debate! Quero ouvir as opiniões de outros internautas. Estarei por aqui.
ResponderExcluirAnônimo, melhor ainda seriam novas pessoas surgirem com novas ideias. Vejo menos a reconstrução do passado (volta do Raly, dos blocos, e afins) e mais a construção do futuro.
ResponderExcluirAcho também que essa monotonia geral tem que acabar, mas acredito que hoje as pessoas não tem tempo para organizar esses eventos pois internet que traz o mundo para dentro de casa não permite.Não tem duvida que é um grande avanço, mas a grande desvatagem é tirar as pessoas do convívio social. Então os jovens se limitam a internet e "festas" noturnas...
ResponderExcluirA cidade precisa de enlevo para todas as idades, diversão bem orientada e fundamentada.
É hora das pessoas que amam esta terra se organizar, que seja para colher frutos daqui a 20 anos, mas ta na hora de começar. Linda mátéria Carlos. Parabéns
ResponderExcluirTá claramente faltando uma NOVA SINHÁ MOREIRA pra ajudar a cidade a se reinventar. Drogas, suicídios, criminalidade, probreza e muito mais, são avisos claros de que a cidade está inconscientemente pedindo socorro.
ResponderExcluirA primeira Sinhá trouxe tecnologia. Acontece que tecnologia em excesso deixa o lado humano de fora. Estamos vivendo o claro reflexo disso. A próxima Sinhá tem que revolucionar SRS em termos humanos.
Acontece que as chances de uma nova pessoa tão revolucionária assim são mínimas.
O que falta é que cada habitante da cidade desperte a Sinhá que existe dentro de si e comece a mudar um pedacinho, depois outro, depois outro...
Que legal Carlão.. ficou muito bacana... Obrigado pela lembrança.... :)
ResponderExcluirUm fato interessante que recordei, é que treinavamos no ginásio, e na época o clube colocou a tabela na quadra de fora, e por isso tinhamos que treinar Basquete sem a tabela... rsrsrsrs... e nem por este "pequeno" detalhe deixamos de treinar... kkkkk
Ai pessoal..
ResponderExcluirO rally nós estamos trazendo de volta, divulguem o maixo que puderem.
Dia 22/09 8º Rally de regularidade Sula das Gerais e 23/09 2011 3º. Trilha Vale da Eletronica.
Vamos participar, a renda será em beneficio da " Associação Movimento para Vida"
Abraços
Zé Horacio