quarta-feira, 6 de julho de 2011

A história do integralismo em Santa Rita do Sapucaí

 A Ação Integralista Brasileira (AIB) foi um partido político, fundado em 7 de outubro de 1932, por Plínio Salgado, escritor modernista, jornalista e político. Esse movimento nacionalista espelhava-se no Nazismo e no Fascismo, então em alta na Europa, mas buscava uma identidade própria aqui no Brasil.

Os integralistas ficaram conhecidos como camisas-verdes ou galinhas-verdes, devido aos uniformes que utilizavam. A atitude dos integralistas brasileiros, em público, chamava a atenção, pela simbologia e iconografia adotadas. Os integralistas se apresentavam, oficialmente, uniformizados. Em seu cumprimento, os integralistas usavam a palavra “Anauê”, que significa em Tupi “você é meu irmão”, com o braço esticado e a mão espalmada, em um movimento similar à saudação nazista. A bandeira do movimento era composta por um fundo azul com um círculo branco no centro e, no meio do círculo, a letra grega maiúscula “sigma”, significando a soma dos valores. Havendo uma parada militar, os participantes do movimento marchavam como soldados. Em seus encontros e concentrações, os integralistas recebiam treinamento e instrução de ordem unida, além de executar (com algumas alterações) muitos dos rituais e simbologias das Forças Armadas.

O Integralismo em Santa Rita

Em Santa Rita do Sapucaí, temos notícias de alguns grupos que se organizaram em torno do partido integralista. Na foto acima, vemos uma reunião que foi realizada nos meados da década de 30. A reunião foi flagrada em uma das únicas imagens existentes do antigo cinema da cidade, que sofreu um incêndio pouco tempo depois e foi substituído pelo atual Cine Santa Rita.

O momento histórico

Poucos anos antes de iniciar a segunda guerra, a Alemanha passava por um momento de grande ascensão social e econômica. O patriotismo contagiava o país como um todo e Hitler lançava os alicerces para as invasões alemãs que tomariam conta de toda a Europa em pouco tempo.

Em Santa Rita do Sapucaí, podemos perceber que o movimento era puramente nacionalista, sem qualquer vestígio de preconceitos ou segregações raciais. Ao contrário, em uma das edições do jornal “Aço Verde” de 1935, os integralistas Santa-ritenses ofereciam escola gratuita para todos, sem qualquer tipo de salário pago aos professores. A aulas aconteciam nas dependências do Núcleo Integralista Santa-ritense, sob a direção de Lourdes Brigagão Ferreira.
Aço verde

Na década de 30, o movimento integralista atingiu tamanha força na cidade que fez com que surgisse até um jornal cujo objetivo era, exclusivamente, pôr em debate as idéias do grupo. O jornal chamava-se “Aço verde” e trazia informações com alto teor nacionalista. Tratava-se de um periódico com 4 páginas, veiculado semanalmente, e com a direção de Francisco Carli Netto. Antônio de Cássia Filho era o orientador do jornal.
Hoje em dia, os exemplares deste jornal são raros de serem encontrados na cidade. A reportagem do empório conseguiu apenas um deles que, por ter sido guardado em um cofre durante muitas décadas, encontra-se em um estado até razoável.
A edição que conseguimos trazia anúncios da própria “grife” do partido, como os cigarros “Camisas verdes”. As matérias não se limitavam a acontecimentos “integralistas” puramente santarritenses que, pelo visto, não eram muitos, e traziam citações de diversos representantes do movimento no Brasil, além de muitas referências aos seus grandes adversários: os comunistas. Em uma das matérias, em que os partidários santa-ritenses falam sobre a escola integralista que montaram, o texto termina com a frase: “Onde e quando o Comunismo fez o que o Integralismo está fazendo?”
 

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