terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Sob a sombra das Sapucaias

Conheça um pouco sobre a árvore-símbolo de Santa Rita do Sapucaí

A origem do termo

A Sapucaia ou cabeça de macaco é uma árvore da família das Lecitidáceas existente na floresta amazônica e na Mata Atlântica, que pode atingir os 30 metros de altura e um metro de diâmetro, ainda que a maioria ronde os 5 a 15 metros de altura e 30 centímetros de diâmetro.

A palavra sapucaia tem origem tupi, ainda que existam diferentes interpretações sobre o seu significado. Para uns, resulta da união dos elementos sa, puca e ia (respectivamente: olho - que se abre - cabaça) - já que ao abrir-se o fruto parece que se vê um olho. Outros estudiosos dizem que o termo tem origem na palavra tupi para galinha (elemento de troca entre índios e portugueses, no início da colonização, que as trocavam pelas sementes do fruto - castanhas).

Os frutos levam cerca de dez meses para atingir a maturação (agosto ou setembro) depois da floração que ocorre logo a seguir, em outubro. Os morcegos são responsáveis pelo principal processo de disseminação de sementes, sendo atraídos pelo alimento que é proporcionado numa extremidade das sementes.
Pelo nome de sapucaia é conhecido, no Brasil, um grande número de árvores que pertencem à família botânica das Lecitidáceas, a mesma à qual pertence a imponente castanheira-do-brasil ou castanheira-do-pará.

Os frutos da Sapucaia

As sapucaias e seus frutos, nativos da terra, já eram bastante conhecidos e aproveitados pelas populações que habitavam o Brasil na época da chegada dos primeiros europeus, no século XVI. Estes, por sua vez, sentiram-se atraidos pelas qualidades da planta - útil, exótica e ornamental - e impressionaram-se com suas peculiaridades, tendo fornecido interessantes descrições e detalhamentos de sua conformação.

De acordo com Eurico Teixeira, o viajante Pêro de Magalhães Gândavo descreveu os frutos das sapucaias como grandes cocos muito duros, repletos de castanhas doces e extremamente saborosas. Para ele, esses frutos não parecem criados pela natureza, e sim por algum “artifício de indústria humana” uma vez que suas bocas, voltadas para baixo e cobertas por “capadoiras” que caem sozinhas, permitem que também as “castanhas”, tranqüilamente, possam cair e se dissipar.
 As amêndoas aromáticas e oleaginosas da sapucaia podem ser consumidas cruas, cozidas ou assadas, constituindo-se em excelente alimento. Podem substituir, em igualdade de condições, as nozes, amêndoas ou castanhas comuns européias, prestando-se como ingrediente para doces, confeitos e pratos salgados.

O cultivo

A sapucaia propaga-se por sementes. Caso o fruto seja colhido antes da maturação, é necessário deixá-lo ao sol para que se abra e libere as sementes. Necessita de solo argiloso, rico em matéria orgânica e sombreamento.

As únicas da cidade

Os únicos exemplares que temos da árvore em Santa Rita do Sapucaí foram plantados por José Salmira na antiga “Maktub - Vivenda de Faisões”, local onde hoje encontra-se a Academia de Ginástica Action. Ao passarmos pela Avenida Beira-rio é possível vermos as imponentes árvores, cheias de frutos nesta época do ano. Segundo nos contou Rita de Franco, as sementes foram compradas em um horto florestal no Rio de Janeiro, mas temos notícia de que existem sementes também em Viçosa.

A importância da sapucaia

Em um reportagem feita pelo jornal “O Vale da Eletrônica”, o biólogo Giancarlo Mendes Carli afirmou que a Sapucaia é uma árvore nativa que foi utilizada pelos índios que habitavam a região, tanto para extração do fruto comestível, quanto para confeccionar instrumentos de uso da própria tribo. “O fruto é uma cumbuca e eles a utilizavam para se alimentar. A madeira é muito resistente, densa, dura, forte e muito boa para construções, fazer embarcações, madeiramento de residências, dentre outras utilidades”.      

Ele também explicou que ela tem uma grande importância porque o nome do rio Sapucaí vem da denominação da Sapucaia e que apesar de vários estudos realizados na região comprovarem que não há grandes quantidades dessas árvores na mata ciliar do rio, ainda existem alguns exemplares, como é o caso próximo ao Rio Sapucaí na área central e também na área de várzea.

Um comentário:

  1. Olá! Estava lendo sobre elas e descobri que os exemplares são poucos, pois é um árvore de difícil propagação, os frutos dificilmente germinam sozinhos. Existem algumas ações humanas que facilitam a germinação, mas poucos conhecem e se empenham em desenvolvê-las.

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