Em 1929, o Brasil foi vítima da maior crise econômica de todos os tempos, que ficou conhecida como “A queda do café”. A cafeicultura que, até então, era responsável por nossa principal produção agrícola, tivera sua cotação reduzida a zero e arruinou muitos produtores da época, dentre eles “Erasmo Cabral”. Conheça a seguir o drama de um homem e como esse fato influenciou a vida de nossa cidade.
O grande empreendedor Erasmo Cabral (Terno branco e Chapéu), ao lado de um dos times que patrocinava. Hoje, o Estádio da cidade tem o seu nome. |
Tempos Modernos
Com o final da Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos tiveram um incrível crescimento econômico. De maior devedor do mundo, os americanos passaram a ser os maiores credores, uma vez que fizeram empréstimos tanto aos países aliados quanto aos derrotados. A produção americana vivia um tempo de glória. A indústria e a agricultura, produziam em uma escala nunca vista antes, mas os salários não cresciam na mesma proporção.
Com o final da Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos tiveram um incrível crescimento econômico. De maior devedor do mundo, os americanos passaram a ser os maiores credores, uma vez que fizeram empréstimos tanto aos países aliados quanto aos derrotados. A produção americana vivia um tempo de glória. A indústria e a agricultura, produziam em uma escala nunca vista antes, mas os salários não cresciam na mesma proporção.
Assim que os países europeus começaram a se recuperar, diminuíram o consumo dos produtos americanos. Por este e outros motivos, mesmo com um intenso incentivo ao consumo, as vendas despencaram e, prevendo o declínio da produção, muitos investidores começaram a vender suas ações. Naquela ocasião, a região sudeste do Brasil produzia, sozinha, cerca de 60% do café consumido no mundo.
Família de Erasmo Cabral com a sociedade santarritense em pic-nic. |
Em 1927, os produtores pareciam não dar importância ao fato de que ocorria uma queda no consumo de produtos agrícolas e continuaram aumentando a produção, de forma desenfreada. Em consequência da oferta gigantesca de ações sem compradores, no dia 24 de Outubro de 1929, a bolsa de Nova York quebrou e levou o mundo inteiro. A cotação do café despencou e muitos produtores rurais brasileiros viram-se, da noite para o dia, com um estoque gigantesco de um produto sem valor. Dentre eles, o Coronel Erasmo Cabral.
Erasmo Cabral
Erasmo Cabral era um dos maiores cafeicultores locais. Construiu sua fortuna através da lavoura do café e da produção do leite que era usado na fabricação da famosa “Manteiga Jurandy”, que levava o nome de sua filha e que tinha um consumo disputadíssimo no Rio de Janeiro.
Erasmo Cabral
Erasmo Cabral era um dos maiores cafeicultores locais. Construiu sua fortuna através da lavoura do café e da produção do leite que era usado na fabricação da famosa “Manteiga Jurandy”, que levava o nome de sua filha e que tinha um consumo disputadíssimo no Rio de Janeiro.
O grande produtor também negociava a produção dos fazendeiros locais e através de um convênio com a famosa firma Leon Israel Agrícola, passou a exportar café através de um estabelecimento comercial que mantinha no Porto de Santos.
Jurandy Cabral, Rainha dos Estudante e madrinha de um dos times locais. |
Tudo corria às mil maravilhas. Da Serra do Paredão, o grande homem de negócios movimentava uma incrível fortuna. Em sua fazenda havia escola, fábríca e até uma bomba de gasolina usada para abastecer o primeiro automóvel da cidade. A prosperidade era crescente. Jurandy, filha do empresário, foi coroada Rainha dos Estudantes - o grande sonho das meninas da época - e se preparava para frequentar a alta sociedade santarritense.
Em questão de horas Cabral viu seu império ser dizimado. Da noite para o dia, a próspera família ficou apenas com a roupa do corpo. No auge do pânico, o empreendedor procurou o Banco do Brasil para apresentar a descrição de todos os seus bens: a Fazenda do Paredão, a Fazenda Aliança, todo o gado, uma fábrica de manteiga, uma máquina de café, implementos agrícolas, um armazém de café, uma residência na praça Santa Rita e uma mansão que, ao final da construção, seria a moradia da família Cabral. O objetivo da prestação de contas era o rateio dos bens para serem divididos entre os seus credores. José Cabral, filho de Erasmo Cabral, conta que jamais teve coragem de manusear qualquer documento referente ao episódio. O duro golpe do destino marcaria para sempre aquela família.
Fábrica das famosas Manteigas Jurandy. |
"A esposa de Erasmo, conhecida como Bidi, por certo aturdida pelo drama que se abateu sobre a família, haveria de encontrar forças para enfrentar todos os percalços que lhe haveriam de atribular a vida. Outro filho, Losi, que era sentimental por excelênca, muito bom e trabalhador, foi embora contrafeito para, algum tempo depois, voltar novamente a visitar os produtores de café para propor novos negócios."
Festa Junina da sociedade satarritense, na Fazenda do Cel. Erasmo Cabral. |
Haydee Cabral, Filha de Erasmo, conta que um dos motivos da família ter conseguido se reerguer foi porque seu irmão, José Cabral, tornou-se um dos maiores advogados do país. Segundo relata, os famiilares conseguiram dar a volta por cima, ajudando-se mutuamente. A caçula também contou que o pai faleceu muito cedo. Erasmo Cabral, que era portador de diabetes, teve uma grande queda em seu estado clínico, após a falência, morrendo aos 54 anos de idade.
Glorinha Moreira, conta como foi o drama da família Cabral na época:
“Hoje, 14 de Janeiro, foi o dia da Reunião dos advogados do Sr. Erasmo. Tem 20 advogados na terra e a reunião foi ao meio-dia. A falência do senhor Erasmo ficou resolvida do melhor modo. Entregaram tudo ao titio Chiquinho Moreira para, no prazo de um ano, ele fazer o que achar melhor com a fazenda e os cafés que estão nas suas casas de Santos. Isso é tudo o que ele tem. Sua mãe e seus irmãos foram embora quinta-feira, dia 16.”
Glorinha Moreira, conta como foi o drama da família Cabral na época:
“Hoje, 14 de Janeiro, foi o dia da Reunião dos advogados do Sr. Erasmo. Tem 20 advogados na terra e a reunião foi ao meio-dia. A falência do senhor Erasmo ficou resolvida do melhor modo. Entregaram tudo ao titio Chiquinho Moreira para, no prazo de um ano, ele fazer o que achar melhor com a fazenda e os cafés que estão nas suas casas de Santos. Isso é tudo o que ele tem. Sua mãe e seus irmãos foram embora quinta-feira, dia 16.”
(Carlos Magno Romero Carneiro)
E complementando, na cidade de São Paulo, muitos poderosos "Barões do café" terminaram pedindo esmolas enfrente as mansões que antes da crise eram de suas propriedades. A crise de 1929, não só gerou toda essa turbulência econômica como teve reflexos imediatos nos rumos políticos do país, sendo de suma importância para a queda da chamada República "Café - com - Leite", em 1930, entre outros fatores,obviamente. Na época da crise os coronéis que mandavam e desmandavam na política nacional, não puderam usar o dinheiro público para salvar muitos deles da falência com havia ocorrido em outra grande crise do café, em 1904, porque a crise de 1929 foi de uma gravidade sem tamanho. E pelo jeito a coisa não mudou muito, pois estamos sempre vendo dinheiro público sendo usado para salvar banqueiros falidos. É o Brasil.
ResponderExcluirAbração.
Prof. Anderson ( EE"Sanico Teles")
o saite é ótimo. ameiiiiiiiiii. ass: eu mesma
ResponderExcluirconcordo prof
ResponderExcluiresse saite doi nós olhos. você é do palmeiras? NADA CONTRA TÁ?
ResponderExcluirNão sou palmeiras não... Terror horror de futebol... rsrs Abraço!
ResponderExcluirMeu querido Bisavó Erasmo, te amo, meu grande empreendedor e eterna inspiração. Beijos...
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