- Quem ler esta entrevista vai dizer que nós somos loucos, Chicão! - disse Chico Coelho.
- Vai falar pra você... eu não estou saindo mais de casa mesmo! - respondeu Chicão, aos risos.
Assim começou a prosa com dois santa-ritenses que juram ter visto um disco voador, no final dos anos 70 e que têm muitas histórias para contar. Através de um relato cheio de detalhes, eles lembram experiências de outro mundo e nos colocam pra pensar: “Aconteceu mesmo?”
Como é a história do disco voador?
Chicão do Alemão: No final de 1976, estávamos fazendo um passeio a Pouso Alegre, por volta das onze e pouco da noite. Enquanto eu dirigia, o Chico Coelho cochilava, até que chegamos naquela parte da estrada, perto do Shopping, onde existe uma lojinha de queijo e eu avistei uma luz muito forte, logo à frente.
Chico Coelho: Lembro que aquilo me chamou a atenção porque parecia que estava amanhecendo e o farol dava a impressão que estava perdendo o efeito.
Chicão do Alemão: Quando chegamos perto de onde hoje há um radar, antes da ponte, avistei um disco voador estacionado em uma pequena várzea, à beira da estrada. Eu juntei o carro no freio, parei no meio da pista e mostrei para o Chico. Ele gritava: “Nossa senhora! Não acredito!” Nós descemos do carro, chegamos à beira do barranco e a nave deu de levantar.
Vocês viram o disco se movimentar?
Chico Coelho: Ele ficou lá quase um minuto, enquanto a gente observava. Depois de alguns instantes, ele começou a levantar, foi ficando meio de lado e sobrevoou o rio. A luz dele clareava a várzea inteira. Nunca vi um luz tão forte na minha vida! O mais interessante é que não fazia o menor barulho. Não é como avião que desloca o ar ou faz barulho do motor. Era totalmente silencioso.
Como o disco voador era?
Chicão do Alemão: A coisa mais bonita que eu já vi na minha vida. Era muito grande e iluminado! Uma coisa que me chamou a atenção é que, naquela noite, foi noticiado em várias partes do país, sobre pessoas que tinham passado pela mesma experiência. Lembro que li sobre uma mulher que tinha visto a mesma coisa no Rio de Janeiro e outras pessoas também o viram em São Paulo!
Mais alguém teve a mesma experiência em Pouso Alegre?
Quando nós estávamos entrando no carro para ir embora, lembro que chegou o Luizinho do Manezão e perguntou o que tinha acontecido. Eu disse: “Se eu contar pra você o que aconteceu aqui, você não vai acreditar!” E ele respondeu: “Eu sei o que vocês viram! Vocês viram um disco voador!” Eu perguntei como é que ele sabia e ele contou que quando vinha vindo viu o mesmo disco passar por cima do Hospital São Camilo e iluminar a região inteira. Ele havia comentado com os amigos que estavam com ele que não poderia ser helicóptero e nem avião porque era muito grande e totalmente silencioso.
Qual era a forma dele?
Chico Coelho: Dava uns quarenta metros de diâmetro! Era muito grande e inteirinho iluminado. Seria a mesma coisa dessas placas de LED que nós vemos hoje.
Chicão do Alemão: Seria o mesmo de você pegar um plástico e colocar uma luz bem forte dentro para irradiar de todos os lados!
Pode ser coisa de seres humanos?
Chicão do Alemão: Aquilo não pode ser obra do ser humano. É coisa do outro mundo!
E vocês chegaram a duvidar do que viram?
Chicão do Alemão: Não duvidamos porque não bebemos nada naquela noite e vimos a mesma coisa. Ficamos a menos de vinte metros do disco voador. Deu pra ver direitinho. Toda vez que eu passo por lá, ainda lembro.
Chico Coelho: Quem ler isso vai pensar que nós estamos loucos, mas sabemos de mais gente que viu! Existe disco voador com certeza!
Imaginavam que poderiam passar por algo assim?
Chico Coelho: Eu sempre ouvia histórias sobre o assunto, mas nunca me passou pela cabeça viver essa situação! Naquela época, a gente nem tocava no assunto. Se comentássemos, o povo riria da gente. Pena que não existia celular naquela época, senão teríamos registrado!
O Chicão viveu outra passagem com aeronaves?
Chicão do Alemão: Uma vez, um avião quase caiu em cima de nós, mas era uma aeronave do exército! Foi perto daquele posto da Polícia Rodoviária, na Fernão Dias. Estávamos voltando de Arcos, onde fomos buscar calcário, quando um aviãozinho bateu num fio e saiu balançando. Quando eu vi aquilo, em vez de entrar para Santa Rita, passei direto. Eu comentei com o Tostão: “Aquele avião vai cair.” Não deu outra!
Vocês foram ajudar?
Nós vimos o avião se espatifar e fomos ajudar. A gasolina estava vazando, a frente da aeronave estava toda estourada, o piloto pendurado pelo cinto de segurança com sangue pra todo lado e o outro agarrado numa montanha de papéis. Eram dois oficiais do exército! Depois de alguns minutos, chegou um guarda que não queria se aproximar com medo da gasolina e me ouviu dizer que iria cortar o cinto deles. Ele dizia: “Vocês estão loucos? O avião pode explodir!” Nós nem demos bola. Corremos lá, cortamos os cintos e arrancamos os dois.
Chico Coelho: Lembra da conversa que você teve com o piloto?
Chicão do Alemão: Eu perguntei: “Pra onde vocês estavam indo?” E ele respondeu: “Aqui é que não era, né?” Então eu falei: “Não era mesmo, uai! Aqui não é campo de aviação!” Fui lá e ainda tomei xingo! Nessa hora deu vontade de largar os dois e vir embora pra casa!
E a história do café?
Chicão do Alemão: Estávamos eu e o Waguinho Caputo em um bar à beira da estrada e pedimos um café. Quando eu botei na boca, queimou a ponta da minha língua e eu joguei tudo na pia, dizendo: “Credo! Tenho horror de café frio!” Quando o Waguinho viu a cena, pegou o dele e tacou tudo na boca! Ele deu uma cuspida que saiu até pedaço de pele da boca! Quase matei o caboclo! Ficou um tempão sem comer, com a boca na carne viva! (Risos)
E a história com o Tatau?
Chicão do Alemão: Estávamos preparando para um desfile que o Bloco dos Democráticos faria em Itajubá e saí com o Tatau para levar para lá algumas alegorias. Enquanto ele arrumava as coisas para sair, eu sentei no carro, abri o porta-luvas e vi que os óculos dele estavam lá dentro. Eu peguei um pincel atômico, pintei as lentes de preto e coloquei de volta. Parece castigo! Quando pegamos aquela reta da Cachoeirinha, vimos que a Polícia Rodoviária estava parada um pouco à frente e o Tatau gritou: “Pega os meus óculos!” Ele abriu o porta-luvas, juntou os óculos e, quando colocou, quase tombou o carro! Cantou até pneu! Ainda bem que o guarda não viu a vacilada que ele deu e nós passamos, mas quando fez a curva ele parou e começou a me falar: “Nem sei de que nome que eu te chamo! Quase que capotamos o carro!” Eu dizia: “Mas não fui eu, Tatau!” E ele gritava: “Que não foi o quê, rapaz! Eu te conheço!” (Risos)
Oferecimento:
caus de pescador com fundamento científico, ou a ordem dos tratores não altera o conduz?!
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