sexta-feira, 15 de março de 2013

OPINIÃO: “Se a missão é difícil, chame um Jesuíta”

Eles estão por aqui

Santa Rita do Sapucaí convive com a Cia de Jesus há mais de meio século. Desde que Sinhá Moreira, consciente da ousadia de sua obra, decidiu entregá-la ao comando dos Padres Jesuítas, mundialmente conhecidos na excelência em educação, nossa comunidade tomou conhecimento do empenho e coragem desses servidores.

A minha experiência junto aos Jesuítas teve início ainda na década de 90, quando me matriculei na ETE FMC e tive minhas primeiras aulas com os Padres Jaime, Furusawa, Sefrin e Irmão Salvador.

Alguns anos depois, ao terminar a faculdade e permanecer um tempo em São Paulo, retornei a Santa Rita e fui contratado pelo Padre Raul e pelo "civil", Alexandre Barbosa, para gerar um plano de comunicação para a ETE FMC. Desde então, tive a oportunidade de conhecer o caráter prático dessa Ordem com 479 anos e perceber como seus integrantes eram cheios de personalidade.

No ano passado, poucos dias antes de partir para Brasília, meu amigo Pe. Ramon realizou a cerimônia do meu casamento, do jeito que queríamos: sem convidados, flores, corneteiros ou chuva de arroz. Apenas pai, mãe, irmãos e Deus. A desbotada marcha nupcial estava lá, mas na caixinha do celular do sacerdote que entendeu o que esperávamos do casório e foi grande incentivador desse “Modus Operandi”.

Habemus Papam

Hoje de manhã, ao ligar a TV, vi os primeiros passos do novo Papa e a notícia me surpreendeu. O líder que adotou o “nickname” de Francisco – o nome da simplicidade – parece ter compreendido muito bem o motivo da escolha de um Jesuíta e começou a educar, logo nos primeiros procedimentos. O crucifixo de ouro foi substituído pelo de madeira; em vez de trocar a indumentária, preferiu continuar com as vestimentas mais simples; a luxuosa limousine foi substituída por um carro comum; na cerimônia, não se sentou no trono de ouro, mas permaneceu no mesmo nível dos outros participantes; ao deixar o local, foi até a recepção e pagou as próprias despesas; em vez voltar sozinho no carro, entrou no ônibus e sentou-se ao lado do cardeal brasileiro. Aquilo, realmente, me comoveu. O representante máximo da Igreja Católica deixava de lado as distinções papais e colocava em prática os ensinamentos de Jesus.

“A oração está nas suas obras”

Todos aqueles ensinamentos me fizeram lembrar das vezes em que participei das reuniões da Companhia de Jesus e me surpreendi com as experiências . Na primeira delas, estava meio contrariado por ter que deixar Santa Rita bem no dia da Festa da Padroeira e viajar para o Rio de Janeiro. Entre um debate e outro, fui assistir a uma missa e acabei pego de surpresa quando o sacerdote usou a filosofia do filme Matrix em sua homilia. Há alguns dias, retornei para outro Encontro de Comunicação e novamente me emocionei quando Padre Geraldo falou sobre a perda dos pais, há pouco tempo, e como permaneceu confortado diante dos fatos, mediante a fé de que a história não acabava ali.

Ao que tudo indica, o mundo ainda terá grandes exemplos desse Papa Argentino. Na internet, as piadas com sua nacionalidade são muitas: “O Papa é Argentino, mas Deus é Brasileiro”, “Enfim, um Argentino aceitou um cargo abaixo de Deus.” e outras. No mais, costumo dizer que a gente só brinca com quem a gente gosta. Como diz uma expressão muito conhecida mundo afora: “Se a missão é difícil, chame um Jesuíta”. Muitas conquistas à comunidade católica. Novos tempos se aproximam. A hora é essa.

(Carlos Romero Carneiro)

2 comentários:

  1. Adorei e concordo com sua opinião,pois é a minha também.
    Com o seu consentimento faço das suas palavras , minhas também.

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  2. Também amei a escolha desse Papa. Simpatizei muito com sua figura. Fiquei emocionada. E não dá para não se emocionar nessas ocasiões. Que Deus abençoe o Santo Padre o Papa Francisco!

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