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Membros da grande família Kallás. |
Em busca de paz
Imagine o seu país ocupado por tropas militares de uma nação vizinha e pouco simpática. Pense no sofrimento de uma perseguição religiosa levada a efeito pelos invasores. Calcule o constrangimento de ter de abandonar seu país, mudar-se de continente e, por fim, ser confundido com aqueles que oprimem e espoliam seu povo. Situações como essa parecem impensáveis aos brasileiros do século XXI. Não para os cristãos libaneses que aqui desembarcaram na primeira metade do século passado, deixando para trás a hostilidade dos turcos e muçulmanos.
As colônias libanesas
Imagine o seu país ocupado por tropas militares de uma nação vizinha e pouco simpática. Pense no sofrimento de uma perseguição religiosa levada a efeito pelos invasores. Calcule o constrangimento de ter de abandonar seu país, mudar-se de continente e, por fim, ser confundido com aqueles que oprimem e espoliam seu povo. Situações como essa parecem impensáveis aos brasileiros do século XXI. Não para os cristãos libaneses que aqui desembarcaram na primeira metade do século passado, deixando para trás a hostilidade dos turcos e muçulmanos.
As colônias libanesas
Santa Rita do Sapucaí acolheu várias famílias oriundas do Líbano: Abdalla, Andare, Andery, Baracat, Kallás, Murad, Nassar, Rezeck e Ruade. O clã dos Kallás é um dos mais presentes na história e nos lares da cidade. O primeiro re-presentante dessa família a pisar o território santarritense foi José Abrahão Kallás que, em 1909, trouxe consigo a esposa Zarife e muita esperança em seus alforjes. Nagib Elias, sobrinho de José Abrahão, chegou à cidade na mesma época. Nos anos que se seguiram, vieram três irmãos do pioneiro (Antônio, Elias e Júlia) com seus cônjuges e filhos.
Raízes de Cedro
O ramo da família Kallás que fixou-se em Santa Rita tem como berço a pequena vila de Fakiha, localizada no fértil Vale do Bekaa, leste do Líbano. No limiar do século XX, a pacata população local se reunia à noite em frente às casas para conversar, cantar e saborear damascos, uvas, nozes e figos. O lugarejo não ficou imune às atrocidades da Primeira Grande Guerra (1914-1918), durante a qual os soldados da Turquia saquearam e mataram centenas de libaneses. Com a derrota dos turcos, o Líbano passou a ser dominado pela França, que concedeu-lhe independência em 1944.
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Família se reúne para receber Bispo Dom José Kallás - 1952 |
O interesse pelo Brasil
De acordo com o médico David Carvalho Kallás, o interesse dos habitantes de Fakiha pelo Brasil teve início em 1876, quando o imperador Pedro II visitou as ruínas de Baalbek, no Vale do Bekaa. A libanesa Salma Aoun Kallás, moradora de Santa Rita desde 1948, conta que o território brasileiro exercia grande atração sobre seus conterrâneos.
Alguns diziam que o ouro brotava do solo na aprazível nação tropical, mas foi preciso muito trabalho para alcançar a riqueza no Brasil. Comerciantes natos, os imigrantes libaneses demonstraram grande habilidade atrás dos balcões santarritenses.
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Fakiha, berço da família Kallás. |
Outono do Patriarca
O patriarca José Abrahão não demorou a conquistar espaço e respeito, fundando a Casa Kallás em 1913 na praça Santa Rita. Conta-se que a agência do antigo Banco Nacional em Itajubá foi aberta graças a um depósito do comerciante, no valor de 1.500 contos de réis, a pedido do ex-presidente Wenceslau Braz. Em 1917, Nagib Elias inaugurou seu estabelecimento comercial, na rua Silvestre Ferraz, logradouro que receberia muitas outras empresas criadas pela colônia libanesa. Instalaram-se na “rua da Ponte”, por exemplo, os grandes comerciantes Abrahão Elias e Felipe Elias. Outros, como Chafik e Toufik, optaram por fazer negócios na avenida Dr. Delfim Moreira.
O patriarca José Abrahão não demorou a conquistar espaço e respeito, fundando a Casa Kallás em 1913 na praça Santa Rita. Conta-se que a agência do antigo Banco Nacional em Itajubá foi aberta graças a um depósito do comerciante, no valor de 1.500 contos de réis, a pedido do ex-presidente Wenceslau Braz. Em 1917, Nagib Elias inaugurou seu estabelecimento comercial, na rua Silvestre Ferraz, logradouro que receberia muitas outras empresas criadas pela colônia libanesa. Instalaram-se na “rua da Ponte”, por exemplo, os grandes comerciantes Abrahão Elias e Felipe Elias. Outros, como Chafik e Toufik, optaram por fazer negócios na avenida Dr. Delfim Moreira.
Alguns imigrantes da família Kallás recomeçaram sua vida no Sul de Minas atuando como mascates. Foi o caso de José Calixto, cujo sobrenome é uma forma aportuguesada de Kallás. Natural de Baalbek, fugiu da casa dos pais aos 14 anos e escondeu-se no porão de um navio para reencontrar sua irmã Zarife em Santa Rita. Boa prosa e inteligente, fez seu pé-de-meia como vendedor ambulante e conseguiu montar um bar na praça Rui Barbosa, nas proximidades do antigo Clube Santarritense.
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Dona Salma e filhos em frente às ruínas de Baalbek |
José Calixto almejava levar a filha Maria Rita Calixto de Castro para conhecer Baalbek. Sua morte precoce, aos 44 anos, pôs fim ao sonho. Salma Kallás teve o privilégio de retornar à terra natal e reencontrar seus progenitores, em 1982. Porém, aquela não foi uma viagem tranquila: justamente durante a visita, Salma viu Fakiha sendo bombardeada por israelenses, numa ação militar que teve sete vítimas fatais. O conflito ceifou até mesmo a vida do então presidente libanês, Bashir Gemayel. No ano em que Salma fez sua segunda viagem ao Líbano (2005), foi a vez do primeiro-ministro Rafik Hariri ser assassinado.
Fincando raízes
Longe dos combates intermináveis do Oriente Médio, a família Kallás encontrou, no Vale do Sapucaí, um solo fértil para a paz e muitas oportunidades, apesar da penosa adaptação ao clima tropical, à língua portuguesa e aos costumes brasileiros. Do clã não saíram apenas homens de negócio, mas também insignes magistrados, médicos e professores. “Os libaneses vieram pensando em voltar, mas gostaram tanto daqui que construíram casas, tiveram filhos e não voltaram mais”, relata Salma Aoun Kallás. “Sofremos muito, mas vencemos”, acrescenta Maria Rita Calixto de Castro.
Gostei muito da matéria, meu avô é Calixto também(João Calixto da Cruz) e os traços dele são muito parecidos como os da família Kallas.Minha família(materna) é da região de Campanha(Sul de Minas) minha mãe e tios dizem que ele veio do Líbano, queria saber se há informações de outros membros da família em outras regiões de Minas.
ResponderExcluirOlá Crente
ExcluirA família Kallas está presente em muitas cidades do Sul de Minas, com destaque em Santa Rita do Sapucaí, Passos e Itajubá.
Já realizamos tres encontros da família em Passos, catalogando mais de 500 pessoas. No mundo inteiro identificamos cerca de 2000 parentes na Europa, EUA e outros países.
A Mary da casa Joka, em Itajubá, mantinha a árvore genealogica com até 2.000 primos. Promoviam o encontro mas parecem que desistiram de manter.
Ivan Kallas ivankallas@oi.com.br
pera ai voce e kallas eu tambem e sou de parte materna ;devemos ter parentesco pois so existe 1 familia kallas
ResponderExcluirsou kallas e nao sabia PROFUNDAMENTE isso
ResponderExcluirGostei muito sobre essas inofrmações, gostaria de saber mais, pois meu Avô também é Calixto, e provavelmente do Sul de minas, (Joaquim Calixto da Cruz), e os traços dele também saõ muito parecidos com essa familia, e ao Judeu crente, nosso sobrenome é muito parecido, podemos entrar em contato, por aqui!
ResponderExcluirVejam em meu perfil facebook um pouco da história da família.
ResponderExcluirVejam em meu http://cyberveio.blogspot.com.br/ mais um pouco.
Ivan Kallas ivankallas@oi.com.br
Meu avô veio do Líbano de 1929 , originalmente o nome dele era Jorge Bacus Andery, porém no Brasil foi registrado como Bacus Jorge Bacus... Alguém da região com sobrenome Andery ?
ResponderExcluirA cidade de Passos-MG é um grande grande reduto da Família KALLAS. Poderíamos agitar um grande encontro familiar com muito kibe e afins.🤩😍
ResponderExcluirAmei saber a história da família sabia um pouco pois qnd eu morava em Sta Rita minha vovó Salma
ResponderExcluirq Deus a tenha em um bom lugar ja havia me contado.....Nossa familia e enorme......
Meus bisavós também estavam em Santa Rita desde 1906.Alexandre Abdalla Nassar seu nome consta no Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro como negociante em Santa Rita. A partir de 1921 vieram meus avós Gabriel Alexandre Nassar e Cecília Anderi Nassar,com 2 filhos nascidos em El Kfour Líbano,Massoud e Latif Nassar, os demais 9 filhos são Santaritenses. Meus avós vieram para Itajubá em 1941.
ResponderExcluirHá um restaurante - KALLAS DA SERRA - em Cunha, SP. Teria algum elo?
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