quinta-feira, 22 de março de 2012

Mentira Históricas sobre Tiradentes

O dicionário define mentira como falsidade, juízo falso e algumas pessoas a utiliza como prato do dia. Há muito tempo, lá pelo início da era Moderna o filósofo Voltaire, enciclopedista e iluminista, dizia aos amigos: “ Mentez, mentez, mons amis..” Mintam, mintam meus amigos, se vocês quiserem destruir uma pessoa devem falar mal dela, quer seja verdade ou mentira. Se for verdade, ela ficará arruinada, mas se for mentira, e mesmo que esta seja provada, alguma dúvida ficará.

A História, principalmente a do Brasil, está cheia de falsidades que foram difundidas, algumas por  falta de conhecimento, como o erro sobre Pedro Álvares Cabral descobrir o Brasil, e outras fabricadas por maldade, para denegrir  a pessoa como é o caso de algumas idéias sobre Tiradentes, Joaquim Norberto escreveu sua História do Brasil no segundo Império, no governo de D.Pedro II, da casa de Bragança de Portugal. Para agradar aos portugueses que residiam no Brasil e ganhar as boas graças do Imperador, ele deturpou a História, inventando mentiras e calunias sobre o líder inconfidente. De todos os lideres inconfidentes, Joaquim José da Silva Xavier era aquele que não tinha estudado na Europa, não frequentara Coimbra e não conhecera Paris. Então foi fácil pra o autor levantar a hipótese de que Tiradentes não poderia ser o líder de poetas, advogados, desembargadores e sacerdotes. Não havia lógica, pois Tiradentes não tinha títulos. Durante muito tempo se falou que ele foi um bode expiatório, que a ele foi colocada a culpa para poder resguardar a honra dos verdadeiros líderes

A História mostra, através dos documentos dos Autos da Devassa que Joaquim Norberto estava errado, pois o depoimento de todos os envolvidos aponta a liderança, a estima, a admiração a Tiradentes.  A tenacidade, o desassombro e a coragem fizeram de Joaquim José a principal figura inconfidente,  que embora não tivesse freqüentado as escolas européias,  tinha conhecimentos do latim, do francês e do inglês. Sua liderança é tão nítida que os companheiros, entre tantas idéias apresentadas, escolherem para bandeira do movimento a sua proposta de um triangulo representando a Santíssima Trindade. Poxa,  ter  uma representação religiosa num movimento político-revolucionário. Isto sim é liderança. Com um exemplar da Constituição da América de baixo do braço o intrépido inconfidente fazia calorosa propaganda republicana recebendo por isso o apelido de O República.

É de Tiradentes o plano para abastecimento de água no Rio de Janeiro que seria feito com a construção de um aqueduto de arquitetura romana , em arcos, para captação das águas do rio Andaraí e o Maracanã. Esse plano só não foi realizado porque Tiradentes  foi preso,  declarado infame e assassinado. Na época de D. João, como continuasse o problema da falta  de água na cidade, o aqueduto foi construído mas dele ,hoje,só restaram os Arcos da Lapa.Também de Tiradentes é o traçado da estrada que liga  Juiz de Fora ao Rio de Janeiro passando por Petrópolis. Estes fatos argumentam por si mesmo a importância de Joaquim José, não só no âmbito da Inconfidência como também no social.

A sentença de D. Maria I contra os inconfidentes teve lances pitorescos como o de condenar um dos  presos a sofrer chicotadas dando nove voltas em torno da forca, mas o pior foi o do esquartejamento de Tiradentes condenando –o a morrer, na forca,  morte natural e para sempre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário