segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Dólar baixo leva empresa a fechar área de exportação

Fábrica reduziu terceirização para enfrentar a competição com a China. Foto Divulgação
A desvalorização do dólar tem causado dificuldades para empresas exportadoras do polo de eletroeletrônicos de Santa Rita do Sapucaí, no sul de Minas Gerais. A empresa Líder Porteiros Eletrônicos, indústria com 22 anos de atividades, produtora de equipamentos de segurança eletrônica, é uma espécie de resumo da situação vivida pelas demais fábricas da região. 

A cotação da moeda norteamericana em torno de R$ 1,70 gera alta concorrência com os produtos similares asiáticos (China, Coréia e Taiwan), que chegam ao país a preços imbatíveis.

“A solução é se tornar mais competitivo por meio da verticalização da produção, deixando de terceirizar as etapas e retornando todos os processos para dentro da fábrica. Isso reduz custos”, explica Almir Furtado, diretor da Líder. A empresa chegou a contar com departamento de exportação e filiais no México e Chile, mas a taxa atual do câmbio inviabilizou essa área de vendas, segundo ele. Os negócios estão voltados, hoje, praticamente para o mercado nacional. A concorrência maior é na área de produtos acabados.

Almir informa que investiu, nos últimos dois anos, em equipamentos e tecnologia para driblar a situação. Passou a produzir os moldes de plástico na própria fábrica, mas nem assim foi possível baixar os custos dos produtos finais em comparação com os asiáticos. O mercado interno também está muito alterado, por causa dos eletro-eletrônicos chineses, que tornam a competição acirrada também dentro do país.

Empresas de "Etiquetagem" invadem o Vale da Eletrônica em busca de benefícios:

“Não há mais fábricas de componentes eletrônicos no Brasil”, lamenta. O resistor, peça básica de toda a indústria eletro-eletrônica, não é fabricado aqui há cerca de dez anos, segundo o empresário. Almir diz que há ‘ indústrias maquiadas’ se instalando no pólo de Santa Rita do Sapucaí, para se aproveitar dos benefícios fiscais (ICMS de 18% para importados) oferecidos às empresas da região. “Essas empresas estão se instalando aqui para importar produtos acabados”, denuncia. Se essa situação não for enfrentada, Santa Rita do Sapucaí vai se tornar um polo de etiquetagem de produtos chineses, de acordo com Almir. “Essas fábricas não geram empregos”, argumenta. A solução seria conceder benefícios fiscais apenas para as empresas que importam matéria-prima, sugere o empresário.

Fonte: Agência Sebrae de Notícias

Nenhum comentário:

Postar um comentário