segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Santa-ritense de 11 anos irá integrar a mais reconhecida escola de balé do mundo

Na terça-feira, 27 de outubro, estivemos na Academia de Dança Ândrea Falsarella para conhecer as três alunas selecionadas, dentre 3 mil bailarinas, de 8 a 11 anos, para as classificatórias que dariam acesso à escola de dança mais tradicional do planeta: o Balé Bolshoi. Uma delas, conquistou a tão disputada bolsa e conta o que sentiu ao realizar o seu sonho. Confira, a seguir, mais uma façanha de um santa-ritense.
“Foi mágico!” - disse Laura Machado de Castro, de apenas 11 anos, escolhida dentre 1500 finalistas, no último final de semana, na cidade de Joinville (SC). Com a pontuação que obteve, a bailarina que treina há 4 anos com a família Falsarella irá estudar gratuitamente em Joinville e morar em um pensionato conduzido pelas chamadas “mães de apoio”: senhoras contratadas para cuidar de bailarinas que partem de todos os cantos do país. 

Ao todo, foram escolhidas 40 crianças: 20 meninos e 20 meninas. Enquanto falava com desenvoltura, a garotinha filha, dos santa-ritenses Renato Pereira Castro e Josinês Machado, equilibrava-se nas pontas dos pés e demonstrava surpresa com o seu próprio desempenho: “Estava muito ansiosa! Não esperava o resultado. Meus pais dizem que até agora não caiu a ficha!”

Engana-se, entretanto, quem pensa que Laura é o único talento de sua casa. Seu irmão, Gabriel Machado de Castro, é lateral esquerdo do São Paulo e leva a crer que existe algo de especial nesta família com tantos talentos notáveis. 

As finalistas

Caçula entre as finalistas, Lara Fonseca de Souza Rezeck, passou metade dos seus 10 anos dentro da academia de Ândrea Falsarella. Apesar de não ter conseguido a pontuação de que precisava para conquistar a sonhada bolsa, diz que que não pretende desistir do seu sonho: “Eu não sei onde errei, mas voltarei para fazer o meu melhor!”

Decidida, a filha dos santa-ritenses Luciano Balestra e Lucilene Souza, conta que ficou contente com a experiência que adquiriu com tão pouca idade. “Achei a escola bonita e os professores muito rígidos. Meus pais estão contentes com o resultado e têm me apoiado muito. No ano que vem estarei de volta!” 

Outra aluna que deixou para trás 1500 candidatas ao concorrer a uma bolsa no Balé Bolshoi, Alice Moreira de Almeida, também não chegou à final, mas realizou um grande feito: destacar-se entre grandes talentos, com apenas dois anos de treino. Filha de Márcia Almeida e Renato Magalhães, a menina  contou como os pais receberam a notícia: “Meus pais disseram que só de eu ter chegado tão longe já foi muito emocionante para eles! Estou muito feliz com o resultado!”
As mestras

Ândrea Falsarella não conseguiu esconder sua emoção ao saber que, das cinco alunas que inscreveu para as seletivas, três tenham chegado tão longe. “Nós encaramos o sucesso das nossas alunas como uma forma de reconhecimento. É um grande orgulho saber que uma delas sairá daqui para estudar na mais conceituada escola de balé do mundo. Estamos muito felizes.” - conta a professora.

Mayara Falsarella, filha de Ândrea e professora da Academia, também demonstrou satisfação ao falar de suas alunas: “Cada criança que consegue um resultado como este mostra às outras que também é possível. É a primeira vez que temos uma aluna selecionada e pretendemos repetir este resultado por muitas outras vezes!”

Balé Bolshoi

Situada em Joinville (SC), a Escola do Teatro Bolshoi, no Brasil, é a única filial do Teatro Bolshoi, fora da Rússia. No total, o Bolshoi Brasil tem 21 estados brasileiros representados por 254 alunos, sendo estes 100% bolsistas. Com professores russos e brasileiros, a instituição forma bailarinos com a mesma precisão técnica e qualidade artística aplicadas em Moscou. O método utilizado é o Vaganova. O grupo de professores de dança e preparação física é formado por três russos, um ucraniano e dez brasileiros.

Além de ensino gratuito, os alunos da Bolshoi recebem benefícios opcionais como alimentação, transporte, uniformes, figurinos, assistência social, orientação pedagógica, assistência odontológica preventiva, atendimento fisioterápico, nutricional e assistência médica de emergência/urgência pré-hospitalar. Para isso, devem apresentar bom rendimento na Escola Bolshoi e também no ensino médio e fundamental, que cursam no local.

O complexo escolar é formado por salas para aulas de balé, estúdios de música, ateliê, núcleo de saúde, biblioteca, cantina, espaços culturais e dois laboratórios cênicos. A seleção anual para novos alunos compreende etapas que vão do despertar de jovens e crianças para o mundo das artes, até avaliações médicas e artísticas específicas. 

A Boishoi é uma instituição sem fins lucrativos, mantida por empresas e pessoas que apoiam o projeto.

(Por Carlos Romero Carneiro)

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