sexta-feira, 28 de setembro de 2012

DIFUSORA: Sobreviventes e parentes da tragédia da ponte lembram o fato que ocorreu há 31 anos em Santa Rita



O dia 27 de setembro de 1981 ficou marcado para várias pessoas que estavam em Santa Rita do Sapucaí. Era um domingo, com chuva fraca que ia e voltava, e dia de batismo para os cristãos da igreja Assembleia de Deus. Trajeto da igreja até as margens do rio Sapucaí foi feito, como de costume, com música. Já, na beira do rio, enquanto os candidatos ao batismo se organizavam, uma multidão foi para a ponte para ver o rito. Populares contam que cerca de 200 pessoas acompanhavam o batismo que não chegou acontecer. A ponte veio abaixo e a multidão caiu nas águas do Sapucaí às 15h.

Maria do Carmo Fernandes, 12 anos na época, era uma das candidatas ao batismo. Ela lembra que estava angustiada naquele dia. “Quando chegamos ao local o pessoal estava colocando roupão para batizar e eu já estava com muita angustia. Parecia que algo ia acontecer, mas como era jovem, não sabia me expressar. Eu comecei a olhar na ponte e na água, aquilo me deixou com muito medo”.
A irmã de Maria do Carmo, Maria José Fernandes, também iria se batizar, mas acabou como vítima. Ela subiu na ponte para ver o início do batismo com o marido e o irmão mais novo de 6 anos. Marco Antônio Fernandes recorda que só escapou da tragédia porque pediu um sorvete para a irmã. 

“Eu que nunca era de pedir nada, pedi um picolé para ela. Ela disse para meu cunhado: ‘vai comprar picolé para ele.’ Ele pegou na minha mão e saiu quando pegamos o picolé escutamos os três estalos e já olhamos para cima e vimos aquele tanto de gente pendurado e caindo”.

Dona Ana Maria Garcia, mãe dos 3, se recorda que um dia antes havia feito um vestido para a filha de 19 anos que estava grávida de 6 meses no dia da tragédia. O corpo dela foi o primeiro a ser encontrado, dois dias depois.
Joaquim Ferreira Neto tinha 32 em 1981 e naquele domingo decidiu acompanhar o batismo da ponte. Ele recorda que antes da queda a ponte sofreu um desvio “A ponte estava interditada, o povo foi para ponte por desconhecer o perigo. Um pouco antes ouve um estalo muito grande e ela tombou o que fez o povo ir para o lado quando ocorreu o segundo estalo e cedeu”.

Joaquim levou 6 meses para se recuperar dos ferimentos que sofreu. “Eu voltei nadando e nem sei como voltei para a ponte - ela fez uma rampa- porque eu fraturei a bacia, a perna e o fêmur abriu”.

Além de Maria José Fernandes, também morreram na tragédia Maria Alves, Benedita Raimunda Vitor, Vitor Jorge e uma adolescente, 16 anos, de Itajubá que havia vindo assistir o batismo acompanhando o pai dela que era o regente da banda da igreja.
Da Redação - Daniele Peixoto

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