quinta-feira, 1 de março de 2012

Sonho de Dona Lourdes é completar 50 anos de serviços prestados à ETE FMC

A história de Maria de Lourdes Duarte de Souza se confunde com a própria trajetória da ETE e sua incrível memória nos transporta para os primórdios da Instituição. Ela se recorda que, ainda criança, brincava no aterro do local onde seria erigida a escola e que chegava a brigar com as outras crianças para segurar a sombrinha de Sinhá Moreira, enquanto ela avaliava a obra.

“Quando eu completei 14 anos meu pai morreu e procurei Dona Sinhá para pedir emprego. Como era muito nova, Sinhá pediu para que eu a procurasse quando tivesse maioridade e foi o que aconteceu. Quando fiz 19 anos, ela já estava em tratamento de um câncer, na cidade do Rio de Janeiro e foi preciso eu enviar uma carta. Por conta disso, muitas pessoas brincam que minha carteira de trabalho foi assinada pela própria Sinhá Moreira, mas quem me contratou foi o Dom Vaz” – lembra Dona Lourdes.

No dia 1 de agosto de 1963, a moça foi contratada para ser bibliotecária, mas fazia os mais variados trabalhos. Como a situação da escola ainda era muito precária, Lourdes realizava a faxina, aguava as plantas, atendia os alunos e ainda atuava como secretária do Padre Vaz. “Eu era tão criança que, na construção do auditório, descia escorregando pela rampa lisa. Dom Vaz achava graça”.

Nos 10 anos seguintes, Dona Lourdes dividiu sua jornada de trabalho entre o setor administrativo e a biblioteca, e teve a oportunidade de presenciar alguns dos momentos mais importantes da história da cidade: “Nas reuniões, eu datilografava com uma Hampton que produzia 10 cópias carbono de uma só vez. Quando errava, era preciso começar tudo de novo. Me lembro bem quando os professores Nogueira Leite e Fredmark, junto com o Doutor Quina e outras autoridades, chegaram aqui para apresentar o projeto de criação do Inatel. A ETE era tão pobre que, quando o Padre Vaz pediu para eu servir algo para eles beberem, tive que ir ao Bebatron (barzinho dos alunos) comprar alguns ‘Ki-Sucos’ e servir os copos americanos em uma bandeja de balança. Eu derramava tudo. Foi um desastre...” – conta.

Para a bibliotecária, os momentos mais importantes da escola aconteceram durante as comemorações de 25 e 50 anos de fundação. Segundo conta, seu sonho era estar presente no jubileu de ouro da instituição. Como isso já aconteceu, prolongou seu projeto de vida para mais alguns anos e hoje torce para completar 50 anos de serviços prestados, o que acontecerá no ano que vem. “Para mim, a ETE é como uma filha que vi nascer, crescer e se tornar essa “belezura” que vemos hoje. Meu filho até brinca que dou mais atenção à escola do que à família, mas foi aqui que consegui conquistar tudo o que eu tenho. Tenho grande orgulho de trabalhar aqui”.

Em dado momento, perguntamos sobre como anda a escola atualmente e ela falou sobre a convivência com todos: “Eu já contei para o Alexandre Barbosa e para o Ialdo que eles são mais do que meus chefes. Eu os considero meus verdadeiros amigos. Quando o Padre Guy chegou, confesso que tinha certo medo dele. Com o tempo, percebi que aquela sua franqueza era sua maior qualidade e nos tornamos grandes amigos também. Esta equipe de diretores é, realmente, muito especial”.

Padre Guy, Diretor Geral da ETE FMC, fala sobre sua funcionária mais antiga com bom humor e carinho: “A Dona Lourdes me lembra a Rainha de Sabá. É como uma abelha rainha aqui da escola. Acho impressionante como ela sempre sabe onde está tudo. Sua simpatia é outra característica que me chama a atenção. O que eu espero é que ela não somente complete 50 anos conosco, como permaneça aqui por muitos anos ainda. Em nome da ETE FMC, eu agradeço sua doação e seus inestimáveis préstimos”.
(Carlos Magno Romero Carneiro)

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