Porque Bilac Pinto quis mudar o nome da Aeronáutica
“Logo que o general Castelo Branco tomou posse na Presidência da República, depois do golpe de 64, o deputado Bilac Pinto, udenista mineiro papo amarelo, companheiro de conspiração e amigo íntimo de Castelo, apresentou projeto na Câmara mudando o nome do Ministério da Aeronáutica para Ministério da Aviação. Ninguém entendeu.
“Logo que o general Castelo Branco tomou posse na Presidência da República, depois do golpe de 64, o deputado Bilac Pinto, udenista mineiro papo amarelo, companheiro de conspiração e amigo íntimo de Castelo, apresentou projeto na Câmara mudando o nome do Ministério da Aeronáutica para Ministério da Aviação. Ninguém entendeu.
O Ministério da Aeronáutica foi criado por Getúlio em janeiro de 41, em plena Guerra Mundial. O primeiro titular foi o gaúcho Salgado Filho, advogado, professor de literatura clássica no Rio, ministro do Trabalho de 32 a 34 (substituiu Lindolfo Collor, que, jornalista, rompeu com Vargas por causa do empastelamento do “Diário Carioca” em abril de 32) e, a partir de 38, ministro do Superior Tribunal Militar.
Por que mudar o nome? O brigadeiro Eduardo Gomes, símbolo da Aeronáutica e então ministro, vetou em silêncio, o projeto foi arquivado e ninguém mais falou no assunto. Mas contou a Prudente de Morais Neto.
Bilac Pinto, candidato “in pectore” de Castelo a seu sucessor, quis apenas fazer um favor fonoaudiológico ao general-presidente. Castelo, cearense de Mecejana, não conseguia dizer Aeronáutica. Só “Areonáutica”. Bilac, amante do bem-dizer, quis ajudar a Aeronáutica em terra. Na boca. (...)”
(Sebastião Nery, Tribuna da Imprensa, 25 de junho de 2005)
Os cabelos do presidente Delfim Moreira
“Reeleito para a legislatura seguinte (1898-1902), foi convidado a ocupar o cargo de secretário do Interior pelo recém-empossado presidente do Estado, Francisco Antônio de Sales – seu companheiro de lutas republicanas na juventude. Deixou a função em 1906, quando foi eleito senador federal com a precoce idade de 38 anos.
“Reeleito para a legislatura seguinte (1898-1902), foi convidado a ocupar o cargo de secretário do Interior pelo recém-empossado presidente do Estado, Francisco Antônio de Sales – seu companheiro de lutas republicanas na juventude. Deixou a função em 1906, quando foi eleito senador federal com a precoce idade de 38 anos.
Surpreendido e muito preocupado com a responsabilidade do cargo, pois achava que este só deveria ser ocupado por homens maduros e, portanto, mais velhos, retornou a Santa Rita do Sapucaí. Lá, deixou-se ficar na Fazenda do Turvo, pertencente a parentes, onde permaneceu por algum tempo. Durante sua estada nessa fazenda, muito deprimido, ficou dias sem fazer a barba nem cuidar do cabelo. Conta-se que um dia, indo visitar sua mãe na Fazenda Pedra Redonda, exclamou, logo que chegou: “Venha, minha mãe, cortar os cabelos deste velho senador!” Em 1908, dois anos depois de eleito para o Senado, foi finalmente ocupar a cadeira que lhe cabia no Congresso no Rio de Janeiro.”
(Presidentes do Brasil, Fábio Koifman, Cultura Editores, 2002)
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