A reportagem do Jornal Empório de Notícias esteve presente em uma palestra na Loja Maçônica Caridade Sul Mineira, por ocasião do Programa de Meio Ambiente promovido pela entidade, onde pudemos assistir a uma palestra com o Doutor Alexandre Augusto Barbosa – especialista em estudos sobre as cheias do Rio Sapucaí. Professor da Unifei (Universidade Federal de Itajubá) nos cursos de graduação de Engenharia Hídrica, Engenharia Ambiental, entre outras, Alexandre é engenheiro mecânico, possui pós-graduação em Engenharia Ambiental e trabalha com a questão das enchentes no Rio sapucaí, desde 2000.
Segundo o expositor, a primeira cheia do rio Sapucaí, de que se tem registro, aconteceu em 1874. Tal informação foi obtida através de documentos e as enchentes seguintes, como a que aconteceu em 1919, pôde ser constatada através da análise de fotografias antigas, onde foram feitas comparações com pontos referenciais da cidade. Segundo o pesquisador, ocorrências semelhantes são constatadas, em média, a cada dois anos – embora em níveis diferentes. Alexandre explicou que os motivos das enchentes são vários: ocupação de áreas alagáveis, desmatamento das matas ciliares e ocupação irregular das encostas.
Segundo o expositor, a primeira cheia do rio Sapucaí, de que se tem registro, aconteceu em 1874. Tal informação foi obtida através de documentos e as enchentes seguintes, como a que aconteceu em 1919, pôde ser constatada através da análise de fotografias antigas, onde foram feitas comparações com pontos referenciais da cidade. Segundo o pesquisador, ocorrências semelhantes são constatadas, em média, a cada dois anos – embora em níveis diferentes. Alexandre explicou que os motivos das enchentes são vários: ocupação de áreas alagáveis, desmatamento das matas ciliares e ocupação irregular das encostas.
Em 2000, 80% do município foram afetados – 90cm a mais que na década anterior. Caso existisse um barramento para conter o nível do Rio Sapucaí, efeitos seriam reduzidos. Para se ter uma ideia das dimensões daquela enchente, o normal é que passem 13 mil metros cúbicos de água por segundo e, naquela ocasião, o fluxo foi de 500 mil metros cúbicos por segundo. Caso existisse uma microbacia para conter a água, ela se encheria em um minuto e meio. Para ele, o que torna a situação de Santa Rita mais delicada é que a cidade se expandiu em locais inadequados, mas a probabilidade de acontecer uma cheia como a de 2000 é de uma para 500.
Medidas para conter as enchentes em Santa Rita
Medidas para conter as enchentes em Santa Rita
Alexandre, no decorrer de sua explanação, falou sobre os métodos que poderiam ser aplicados na cidade e a eficácia de cada um deles. Em relação à drenagem, por exemplo, explicou que, por passar cerca de 2500 toneladas de areia por dia, este método não seria duradouro. Ao ser questionado sobre a possibilidade de construção de um dique para contenção das águas, o pesquisador também descartou essa hipótese, uma vez que o Sapucaí corta a cidade de ponta a ponta. Para ele, Santa Rita seria beneficiada no caso da construção de um reservatório, em Campos do Jordão.
A velocidade com que as águas chegam de Itajubá a Santa Rita
Para explicar como as águas chegam de Itajubá a Santa Rita, Alexandre relatou que o nível do rio tem um declínio de 1 cm a cada quilômetro. Com a retificação e os desmatamentos, a velocidade da correnteza aumentou, fazendo com que a água chegue mais rápido ao município. O pesquisador também afirmou que, para monitorar estes níveis, a Unifei dispõe de um ponto de coleta de informações em Santa Rita capaz de calcular o quanto de água irá chegar à cidade, com 36 horas de antecedência. Tal ferramenta - resultado de um investimento de 600 mil Reais feito pela Copasa a partir de 2002 – envia uma mensagem ao celular dos pesquisadores, caso seja necessário alertar os moradores.
Como evitar maiores transtornos?
Para que, no futuro, não haja vítimas, o especialista informou que o zoneamento das áreas inundáveis e a construção de residências à prova de enchentes são medidas fundamentais. Em seguida, informou que para co-nhecer os locais onde existe o perigo de inundação e fazer o zoneamento urbano, basta que a prefeitura requisite um mapa do Instituto em que ele atua.
Soluções concretas
O professor da Unifei afirmou que a melhor maneira de resolver o problema das cheias em Santa Rita é fazer um monitoramento constante do nível do rio e construir um barramento em Itajubá que não custaria menos de 500 milhões de Reais. Alexandre conta também que, caso o governo optasse por construir um dique, alguns bairros de Santa Rita teriam que desaparecer.
Já que, até o momento, nossa única solução é sair de casa com antecedência, Alexandre disse que – como Pouso Alegre recebeu R$ 30 milhões para construir seu dique – Santa Rita deveria receber, no mínimo, R$ 50 mil para comprar um painel e para realizar uma campanha de conscientização.
(Carlos Romero Carneiro)
Um oferecimento:
Que pessimismo é esse professor, nossa cidade segundo dizem as autoridades já recebeu tres milhões de reais do governador de Minas. O prefeito garantiu que as obras já iniciaram e os bairros afetados serão beneficiados. Senhor não acha que cinquenta milhóes da para mudar o rio de lugar. Parabéns pela palestra, mas enchente é problema sério e um pouquinho mais de seriedade de nossas autoridades podia amenizar o sofrimento de nossa população.Um 10 para o Senhor. Armando Lemes
ResponderExcluirParabens Carlos Romero pelo resumo da palestra do prof Alexandre.
ResponderExcluirSr "anônimo" o que voce considera "pessimismo", chama-se realismo. De nada adianta filosofar sobre esse assunto, a UNIFEI e seus engenheiros praticam "full time" o estudo da engenharia e, muito mais que todos nós, sabem o que é melhor, dentro das nossas possibilidades técnicas e econômicas, para minimizar os efeitos das enchentes que ocorrem anualmente em nossa cidade.
Como esta claro na reportagem que resumiu com competência a palestra do prof Alexandre, o primeiro passo é aprimorar o monitoramento dos níveis do rio Sapucaí para que a população possa sair de casa a tempo e, a prazo mais longo, lutarmos para a construção de barragens em algum ponto a montante da nossa cidade.
Entretanto não podemos persistir em ocupar irregularmente as áreas alagáveis, as encostas e permitir o desmatamento sistemático da mata ciliar. Percebam que faz muita falta o nosso "Plano Diretor", o único instrumento que poderá organizar o crescimento da mancha urbana.
abraço a todos
João Paulo
Plano Diretor????? Pra onde foi?
ExcluirCarlos, uma informação do texto (após a segunda foto) me parece estranha:
ResponderExcluir"... é normal que passem 13 mil metros cúbicos de água por segundo..."
Para efeito de comparação, a vazão média nas Cataratas do Iguaçu é de 1500 metros cúbicos!!!
http://www.cataratasdoiguacu.com.br/portal/paginas/37-cataratas-do-iguacu.aspx
Excelente explicacao sobre o Rio Sapucaí. Parabéns Empório de Notícias.
ResponderExcluirSanta Rita é cidade rica, cheia de empresários .podia pagar a própria conta e deixar o dinheiro publico para as regiões pobres do estado.Mas é assim, fazem muita festa,muito carnaval de luxo, muita criatividade, mas não sabem resolver o que precisa ser resolvido.
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