No governo de Delfim Moreira, o braço direito do presidente era o ministro Afrânio de Melo Franco. Dizem que, certa feita, Delfim mandou chamá-lo para uma conversa e iniciou o seguinte diálogo:
- Compadre Afrânio, preciso demitir o prefeito do Rio.
- Demitir por quê?
- Tenho horror a ele.
- O senhor não deveria demitir assim sem mais nem menos. Ficaria agressivo demais. Convoque uma reunião do ministério. Como prefeito, ele comparecerá também. Nós todos pediremos demissão e o senhor aceita a dele.
Na reunião, Delfim estava indócil. Não olhava para mais ninguém. Fixou os olhos no prefeito e não bateu pestana, duro lá na cabeceira da mesa. Os ministros iam se levantando. Um a um, diziam algumas palavras, pediam demissão e sentavam-se novamente. Quando o prefeito do Rio se levantou e disse: “Senhor presidente...”, Delfim Moreira deu um salto na cadeira e gritou com o dedo estirado:
- Aceito! Aceito! Aceito!
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