Nasci em Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais, em 03 de Maio de 1960. Aprendi a ter o gosto pela culinária com minha avó materna, Maria José e minha mãe, Teresa Maria, que cozinhavam no fogão a lenha em Minas, onde nasci e passei minha infância. Tudo era plantado no quintal e os porcos e galinhas criados em um cercado. Tínhamos muita fartura em legumes, verduras e frutas de época. Os doces eram feitos em tacho de cobre e no fogão a lenha. As paçocas piladas no pilão de madeira, o café colhido, torrado e moído em casa e depois passado no coador de pano em um enorme suporte de ferro. As panelas e chaleiras eram de ferro preto, os pratos, canecas e bule de ágata. Quando matava o porco, tudo era aproveitado: fazia chouriço, pendurava a panceta ou barriga em arame em cima do fogão a lenha para defumar e ai tínhamos o bacon defumado e as carnes eram guardadas em latas na própria banha, pois não havia geladeira em casa. Quantas saudades…
Os queijos, manteigas, requeijão de corte, doce de leite, bolo de fubá, arroz doce, canjica e outros doces em calda eram feitos com muito esmero por elas e eu ali sempre em volta para raspar as panelas. Nos finais de semana, saía com uma forma cheia de doce de leite para vender no campo de futebol dos colonos, no sítio.
Lembro-me até de minha mãe lavar as roupas no rio com sabão de cinzas que minha vó fazia enquanto eu me divertia brincando nas águas do rio!
Quando meus pais resolveram mudar para Jundiaí, foi então que eu realmente tive que cozinhar, pois minha mãe foi trabalhar fora e eu tinha muitos irmãos menores que eu. Aprendi a fazer feijoada e ajudei a nossa vizinha a fazê-la na casa do Sr. Walmor, um dos prefeitos de Jundiaí. Depois, com 10 anos fui trabalhar de doméstica em uma casa onde eu cozinhava. Com 12 anos, trabalhei na casa da minha professora, onde eu fazia tudo, desde o café da manhã até o jantar e, nessa época, comecei a fazer cursos no Sesi e também estudava no Conde do Parnaíba, à noite e, desde então, minha paixão pela cozinha nunca mais parou.
Com os tropeços da vida e a necessidade sempre em primeiro lugar, não tive oportunidade de fazer uma faculdade, pois me casei muito cedo e fui mãe muito precoce. Mas sempre tive muito apoio de familiares e amigos e tive a oportunidade de ter minha própria confeitaria, no ano de 96. Como a sociedade não deu certo, em 98 encerramos as atividades. Voltei a trabalhar em empresas, mas sempre fazendo meus doces e bolos nos finais de semana e assim vencendo, aos poucos, os obstáculos. Depois tive uma lanchonete onde servia muitas porções e caldos e com musica ao vivo todas as sextas, mas também tive que me afastar, pois, nessa época, meu filho adoeceu. Voltei novamente ao trabalho em empresa onde atuei por 2 anos no Villa Pizza Bar. Depois passei 4 anos na Itália, onde conheci a culinária Italiana e me apaixonei muito mais pela Gastronomia. Retornei ao Brasil, em 2012, e decidi fazer a tão sonhada faculdade de Gastronomia, onde esse ano me formo como gastrônoma.
Fonte: foconapanela.com.br
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Bela lição de vida! Muito sucesso pra você.
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