Aeroporto de Barajas, em Madri, capital da Espanha. Um homem moreno e calvo aproximou-se de mim e disse, em português: “Conheço o senhor de algum lugar?”. A fisionomia dele me era realmente familiar. “Tenho certeza de que nos conhecemos, sim!” respondi. “– Sou de São Paulo. Trabalho na Vivo de lá”, respondeu-me ele. Benedito!
Alguns anos depois, a mesma cena se repetiu em outro recanto do planeta. Desta vez, eu estava na loja da Apple, em São Francisco, na Califórnia. Novamente, alguém de mim se aproximou. Era um senhor loiro de mais ou menos um metro e oitenta: “De onde nos conhecemos?”. Indagou-me ele. Creio que lá das Minas Gerais, brinquei trazendo na memória uma longínqua lembrança do passado. São Benedito!
Mais uma cena ocorrida há uns cinco anos: nesta, a situação foi diferente. Novamente encontrei alguém de fisionomia familiar. Nossos olhares cruzaram. Ele, eu conhecia. Ele também me conhecia. Tinha a lembrança de seu nome e sobrenome. Era um amigo de longa data. Após anos que não nos víamos vieram os cumprimentos amistosos de dois amigos que sempre se gostaram. Ele, trabalhando na Siemens, em Brasília, tinha vindo a trabalho à minha cidade de berço e residência, Goiânia. Era Edson Curto, colega de faculdade. Glorioso São Benedito!
Glorioso, glorioso São Benedito. Era assim que a música da igreja me acordava na manhã que tinha missa. Morava eu atrás da igreja nos meus tempos de estudante em Santa Rita do Sapucaí. Trinta e quatro anos já se passaram, mas as lembranças continuam bem vivas dentro da minha alma. Encontrei esses três companheiros, em diferentes partes do mundo. Algo nos unia em um tempo que marcou nossas vidas.
Faz bem a gente recordar situações como essas no cinquentenário da escola que nos educou para a vida, o Instituto Nacional das Telecomunicações. Todos somos filhos de um mesmo sonho, germinado pelo professor José Nogueira Leite.
O cinquentão Inatel que conheci ainda adolescente se globalizou com qualidade. No próximo dia 6 de setembro, inúmeros filhos oriundos dessa instituição têm um encontro marcado no alto da Avenida João de Camargo, nº 510.
Um misto de emoção, orgulho e saudades brotará do coração de todos aqueles que um dia passaram pelo Inatel, que tanta contribuição deu e continua dando ao país, para que o Brasil possa, cada vez, mais se integrar pelas telecomunicações nessa sociedade globalizada em re-de. Parabéns, Inatel! Que os sinos da igreja São Benedito dobrem por ti no ano do teu cinquentenário.
(Salatiel Correia é Engenheiro, Bacharel em Administração de Empresas, Mestre em Planejamento Energético. É autor, entre outras obras, do livro de “Cheiro de Biblioteca. Obras e personalidades que fazem nossa época.)”
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