quinta-feira, 5 de março de 2015

Bloco do Urso faz um dos melhores carnavais do país e atrai imprensa nacional

 Terça-feira de carnaval. Bloco do Urso, camarote. Lá pelas tantas, um DJ coloca a molecada pra dançar e eu vejo um rapaz perguntar para o homem na mesa de som:
- Quem é o artista?
(Ele responde algo que não entendo)
- Moby dos Estados Unidos?
- Não! Bob da D2!

Diante da confusão do rapaz, nem me surpreendi quando a única atração da cidade foi confundida com um artista internacional. Os caras do Urso têm primado tanto pelo profissionalismo que os fãs já começam a esperar de tudo.

Desde o primeiro dia, a repercussão do Bloco do Urso começou a ecoar pelos quatro cantos do país. Fantástico, Ana Maria Braga, Palmirinha, redes sociais... em tudo que era canto só se ouvia falar da passagem da Cláudia Leitte por Santa Rita de (sic) Sapucaí. Como um Mestre dos Magos louro, a cantora desaparecia na Bahia, reaparecia em Salvador, para ser vista novamente na Marquês de Sapucaí. Pela cidade, as pessoas teorizavam sobre o preço da atração ou sobre como seria feito o transporte da artista.

Quando entramos na Cidade do Urso, integrante da Grande Santa Rita (da qual também fazem parte Pouso Alegre, Nova Cidade e Mata Cachorro) notamos que o local era o mesmo, mas a infraestrutura evoluiu muito desde a última edição. Não que tenha deixado a desejar em 2014, mas parece que os organizadores primaram pelos de-talhes e acertaram em tudo. Talvez o ponto alto do camarote tenha sido a qualidade das refeições e entradas. Apesar do número de seguranças ser maior que o normal, não vimos uma única confusão. Todo mundo demonstrava respeito, com exceção de um ou outro juvenil. Novidade no camarote, havia um espaço com música eletrônica que deu cara nova ao ambiente. Quando começavam os shows, o DJ fazia cara de desapontado, mas mandou bem no repertório.

Após a apresentação dos Inimigos da HP, Cláudia Leitte entrou no palco por volta da meia-noite. Do lado de fora havia uma elevação e uma grande quantidade de pessoas, talvez moradores do bairro, que esticaram o pescoço para ver o show. A loura pintou, bordou, e até cantou, enquanto a molecada ia ao delírio na área VIP.

No segundo dia, São Pedro apareceu na festa e botou todo mundo debaixo das tendas. Era água que não acabava, mas não foi o suficiente para atrapalhar o evento. O primeiro corajoso foi um magrelinho de chapéu que entrou na chuva e ensaiou uma coreografia digna do Jacaré do Tchan. Em seguida, a multidão foi desentocando e a tempestade passou.

Quando o marido da Fernanda Souza adentrou o palco, hits eram alternados com samba de raiz e a multidão se agitou. Pelo que se viu nos dias seguintes, esse retorno aos sucessos do passado surtiu um efeito bem interessante, já que todo mundo canta e participa. Depois do Thiaguinho, Lucas Lúpulo (é isso mesmo?) entrou em cena e fez a chuva voltar ao recinto. Apesar das atrações em alta, quem fez mais sucesso foi um arroz de carreteiro que tirou muito folião da dieta.

A noite do esperado Bloco Fantasia teve início com a chegada de uma leva de figuras exóticas. O que mais se viu foram tentativas de reproduzir os personagens de um livro sobre um sádico que encontra uma masoquista e ignoram Maria da Penha, que virou filme e tem feito muito sucesso nos cinemas. As atrações da noite foram A Zorra e Oba Oba Music Hall.

No último dia do evento, os foliões demoraram um pouco para pegar no tranco, mas a noite esteve animada. O grupo Monobloco aplicou a estratégia de reviver sucessos de outros carnavais e acertou em cheio. Muita gente que estava nos camarotes desceu para o espaço VIP e o que se viu foi uma mistura de abadás. Entre os shows, fotografias dos foliões eram publicadas em grandes telas ao lado do palco, intercaladas por informações sobre segurança e pratos do dia. Lá fora, a movimentação era intensa e foi possível ver aquele carro de bombeiros gigante que só costuma chegar à cidade quando o incêndio já foi controlado.

Para finalizar, Gusttavo Lima botou as meninas pra pular mais do que a pipoca servida à exaustão pela equipe de buffet. Como as cervejas eram Budweiser, Skol e Original, ninguém cometeu a heresia de jogar pro alto, como em outras edições. Em um momento, o cantor emocionou ao receber um folião com necessidades especiais. Quando deixou o palco, terminava mais um carnaval que primou pela excelência dos organizadores que conquistaram, nesses dezesseis anos de história, uma grande admiração dos santa-ritenses e respeito inquestionável dos executivos de entretenimento do país. No fim, uma pergunta ficou no ar: o que esses caras estão armando para o ano que vem? Só Deus sabe.

(Carlos Romero Carneiro)

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