A pequena São Borja é um município situado na fronteira oeste do estado do Rio Grande do Sul, o qual é banhado pelo rio Uruguai – fronteira natural com a cidade de Santo Tomé, localizada na província argentina de Corrientes. São Borja é, portanto, uma cidade de fronteira.
Fundada pelos jesuítas em 10 de outubro de 1682, São Borja tem 330 anos. Lá vivem cerca de 61 mil habitantes. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dessa cidade fronteiriça é considerado alto (0,79).
Santa Rita do Sapucaí é outra pequena cidade localizada na beira da Serra da Mantiqueira em outra região do País: o sul de Minas Gerais. Embora seja bem mais nova que São Borja, Santa Rita, fundada em 24 de maio de 1892, tem hoje 120 anos e é também antiga. Trata-se de uma cidade com origens na imigração europeia: italiana, suíça e portuguesa, bem como de um país do Oriente Médio: o Líbano.
Seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é mais elevado que o de São Borja (0,81) – o que significa que o santa-ritense tem melhor qualidade de vida do que o são-borjense. A população do município é ainda menor que a de São Borja: 41 mil pessoas habitam a friorenta, mas muito agradável, Santa Rita.
A base geradora de valor para a economia de São Borja é a agropecuária; a de Santa Rita do Sapucaí vai além disso, pois a cidade teve uma extraordinária transformação estrutural em sua economia: da agropecuária, o município e suas mais de 150 empresas é hoje o maior polo eletrônico de Minas Gerais e um dos mais representativos do País. Existem respeitáveis instituições em Santa Rita que formam mão-de-obra qualificada para a região e para o país. A primeira delas, com meio século de existência, é a primeira Escola Técnica de Eletrônica da América Latina: a Escola Técnica Francisco Moreira da Costa. A segunda, com quase meio século, é a instituição pioneira na formação de engenheiros de telecomunicações no país: o Instituto Nacional das Telecomunicações. Atualmente, existem lá não só o curso de telecomunicações, mas, também, engenharias de computação, biomédica, controle e cursos para formação de tecnólogos.
Contudo, não só o tamanho, a riqueza e a tradição são os pontos comuns que unem esses dois municípios tão distantes um do outro. O maior e mais representativo ponto comum que une São Borja e Santa Rita do Sapucaí é, sem dúvida, seus cemitérios e os ilustres moradores que habitam cada um deles.
No cemitério de São Borja, descansa o político que mais marcou a história do Brasil republicano: o gaúcho Getúlio Vargas. João Goulart, outro ex-presidente, como Getúlio, filho de São Borja, também, está enterrado lá. O ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, é outro político que tem morada eterna no cemitério de São Borja.
Um dos berços da chamada República Velha habita o cemitério de Santa Rita do Sapucaí – nomes representativos da vida pública brasileira. Como é o caso do ex-presidente da República Delfim Moreira, um filho ilustre da terra. O ex-presidente da Câmara dos Deputados, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e ex-embaixador do Brasil na França, Olavo Bilac Pinto, é outro nome ilustre que descansa no cemitério de Santa Rita do Sapucaí. De igual forma, lá também descansa seu filho, o ex-deputado federal e ex-secretário da Administração de Minas Gerais, Francisco Bilac. Luiza Rennó Moreira – mais conhecida como Sinhá Moreira – grande benemérita da região e nome de expressão nas Minas Gerais, repousa no cemitério de Santa Rita do Sapucaí. E, assim, embora distantes na Geografia, São Borja e Santa Rita do Sapucaí têm muitos pontos em comum, sendo o maior deles a elevada qualidade de nomes ilustres que serviram ao país, personagens que estão ou serão enterrados nesses municípios.
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