terça-feira, 20 de novembro de 2012

Coluna de Esportes - com Ricardo Baiano: Professor Aleluia, um dos maiores jogadores da região e responsável pela educação de milhares de crianças

Aos quinze anos, o garoto Antônio de Campos dava seus primeiros passos como jogador profissional pelo Mogi Mirim. Com passagens pelo Bahia, Juventus, Portuguesa (onde foi atleta e, mais tarde, membro da comissão técnica), Paulista de Jundiaí, Bragantino, Uberaba, Sport de Recife, Nacional/SP, entre outros, o popular Aleluia viveu de tudo no futebol, acumulando experiência e belas histórias. 
Nosso personagem enfrentou grandes jogadores, como o campeão do mundo Djalma Santos, o grande goleiro Leão e até o Rei Pelé. Isso mesmo. Certa vez, atuando pelo expressinho do São Paulo FC, Aleluia disputou um campeonato com outros grandes clubes do futebol paulista e, entre os participantes, estava o Exército. Tudo normal, se não fosse o fato de o Exército contar com um jogador chamado Edson Arantes do Nascimento. Isso mesmo. Aleluia enfrentou o Rei Pelé, ainda garoto. Nesse torneio, o futuro Rei do Futebol marcara 7 gols, enquanto o nosso querido professor anotou nada menos que 14. Isso o deixou muito orgulhoso, pois, pelo menos uma vez, pelo menos num torneio, ele fora melhor que o próprio Rei do Futebol. Aleluia sempre foi um jogador genioso, e algumas vezes até violento. Quanto maior o zagueiro, maior o estrago que o baixinho fazia. Não se intimidava de maneira nenhuma. Um jogador rápido, habilidoso, oportunista e um goleador nato. Aleluia fez sucesso em todos os times por onde jogou. Já no ADJ de Jacutinga, despertou o interesse dos dirigentes do lendário Industrial FC, de Santa Rita do Sapucaí. Ao lado de grandes feras como Luiz Carlos, Jair, Cubinho, Evaldo e companhia, nosso homenageado conquistou praticamente todos os títulos que disputou na região. É lembrado por muitos como um dos maiores jogadores de todos os tempos no Sul de Minas. Aleluia constituiu família em Santa Rita e, ao encerrar a carreira, começou um projeto para ensinar às crianças um pouco da sua experiência e do seu talento. Sempre cobrando boas notas na escola e ensinando que as drogas e o crime não compensam, Antônio de Campos, além de formar grandes jogadores, formou gerações de homens honestos e trabalhadores, que aprenderam desde cedo o valor do respeito e dos estudos. Hoje, aos 73 anos de idade, ele ainda ministra seus ensinamentos numa escolinha de futebol na Nova Cidade. Sua luta é para que as crianças troquem as drogas pelo esporte. Ele disse que a maioria das crianças são carentes e que os pais saem cedo pra trabalhar e só voltam à noite. Aleluia – já um tanto emocionado – diz sentir-se o pai de todas elas. Ele ainda tem um sonho: criar um centro de treinamentos para abrigar as crianças. Um lugar onde elas poderiam se alimentar e ainda praticar esportes. Eis um pouco da história, dos ensinamentos e dos sonhos do nosso eterno PROFESSOR. 

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