terça-feira, 31 de julho de 2012

Hoje em dia: Avanço na quarta geração tecnológica mostra efervescência do Estado


Parque industrial mineiro se sofistica e usa compostos de moléculas baseadas em carbono em vez de elementos como silício e cobre
Investimentos pioneiros feitos em Minas Gerais ajudam a colocar o Brasil pela primeira vez na comissão de frente de uma nova era da indústria mundial. Batizada de quarta geração da revolução tecnológica, a eletrônica orgânica vive um momento de efervescência no Estado, envolvendo centros de pesquisa, empresas e governo no objetivo ambicioso de desenvolver produtos de altíssimo valor agregado e com eles conquistar o mundo dos negócios.

Telas dobráveis, papel eletrônico, cartazes dinâmicos, tecidos inteligentes, painéis de energia solar de baixíssimo custo são alguns dos produtos da eletrônica orgânica e impressa, processo criativo liderado pela suíça CSEM , empresa que tem em Belo Horizonte o único escritório de inovação no Brasil. Após firmar convênios com a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e receber aportes do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) no valor de R$ 20 milhões, a CSEM Brasil se consolida como fornecedor dessa nova tecnologia para empresas mineiras.

A Junqueira Compressores percebeu a oportunidade de trabalhar em conjunto com o centro de pesquisa suíço. O presidente da empresa, Daniel Junqueira, 37 anos, diz que sempre apostou em tecnologia de ponta para impulsionar sua empresa, que é mineira e tem filiais no Rio de Janeiro e em São Paulo. Com o enfraquecimento do mercado de gás veicular, a Junqueira se voltou para o setor de plataforma de petróleo, em plena expansão."Procurei então a CSEM e fechamos um contrato para o desenvolvimento de um sensor com nível de tecnologia inédito no mundo", afirma o empresário, que prefere não revelar os valores do investimento. "Nós já fizemos os testes e acredito que nos próximos meses o produto chegará ao mercado", afirma.

Junqueira é o retrato de uma nova geração de empreendedores que têm a tecnologia como principal combustível do seu negócio. Ele também é presidente da Fiemg Jovem e diz que Minas Gerais está dando um salto grande quando se fala em inovação. "O Google montou um escritório em Belo Horizonte, a Boeing já manifestou intenção de vir para Minas, temos o Cetec, o BH-Tec, o Vale da Eletrônica de Santa Rita do Sapucaí, enfim, está tudo convergindo para uma mudança no perfil da indústria mineira".


A Fiemg Jovem aposta nesse cenário e por isso contratou a Global Urban Development (GUD), mesma consultoria que trabalhou na criação do Vale do Silício, nos Estados Unidos, para realizar um  iagnóstico do ambiente de inovação da indústria mineira. "A partir do momento em que recebermos esse diagnóstico, estaremos com a faca e o queijo na mão para traçarmos um plano estratégico". O empresário rejeita comparações. "Estamos fazendo o nosso próprio caminho. Cada lugar tem sua particularidade", afirma.


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