Os blocos Ride Palhaço e Democráticos ainda não disputavam os aplausos dos santarritenses quando surgiu, no bairro proletário da Rua Nova, o cordão das Mimosas Cravinas. Corria a década de 1920 e o Carnaval do Rio de Janeiro, então capital federal, era dominado pelos ranchos – grupos de foliões menos organizados do que os blocos e que receberam, em sua maioria, nomes que faziam referência a flores. Um deles, criado no limiar do século XX, chamava-se Mimosas Cravinas e, certamente, influenciou a formação do cordão homônimo em Santa Rita do Sapucaí.
À frente das Mimosas da Rua Nova estava aquela que se tornaria a rainha do Carnaval da cidade: Maria Idalina de Jesus (1901-1997), a inesquecível Maria Bonita. Líder inconteste do povo negro santarritense, Maria tudo fazia para colocar seu bloco na rua. Quitandeira afamada e ama-de-leite de vários filhos da aristocracia, granjeava patrocinadores entre os coronéis locais. Foi sua proximidade com as famílias abastadas que possibilitou a construção da Associação José do Patrocínio, que serviu de sede das Cravinas.
A laboriosa Maria Bonita foi porta-estandarte de seu bloco até a velhice, distribuindo sorrisos, acenos e abraços aos incontáveis amigos. Em homenagem póstuma à rainha do Carnaval, o escritor Cyro de Luna Dias descreveu o traje que a imortalizou na memória coletiva: saia rodada de renda branca e blusa de lamê. Maria liderava as Mimosas Cravinas ao lado do músico Pedro Eduardo e do marceneiro José Pamphirio, dentre outros talentosos colaboradores.
Maria Bonita era, aliás, a musa inspiradora de Pedro Eduardo, compositor de marchinhas do bloco da Rua Nova. Pedro criava, sem esforço, canções sobre situações cotidianas. Ele é o provável autor do hino das Cravinas, que traduz o desejo de Maria em ver os diferentes grupos de foliões em congraçamento: “Lindas Mimosas, procurando triunfar/ Vêm convidar todo mundo para tomar parte neste Carnaval/ Convidei Ride Palhaço, Democráticos também/ Convidei o Tira-Teima, Furacão e mais alguém”.
O coração de Maria Bonita palpitava pelas Cravinas, mas tinha espaço também para o Bloco dos Democráticos, cujo barracão até hoje está no morro do Zé da Silva, logo abaixo da Rua Nova. A predileção pelo “Demo” não impediu que a líder negra mantivesse laços de amizade com os adeptos do Ride, velho rival do bloco alvinegro. Entusiasta das escolas de samba, Maria chegou a ser homenageada, já idosa, pela Azul e Branco, ocasião em que desfilou sentada num carro alegórico e emocionou muitos espectadores.
A célebre canção Não deixe o samba morrer, de Edson e Aluísio, parece ter sido feita sob encomenda para Maria Bonita. Pouco antes de falecer, ela externou a alguns “sambistas mais novos” (Quita, Tião Justino e Zé Pequeno) seu pedido final: “Não deixem o salão acabar! Aquilo lá é nossa vida!” Maria se referia à Associação José do Patrocínio, palco de inúmeros bailes de Carnaval nos quais todos eram iguais e felizes.
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ResponderExcluirSARAU RESISTENCIA NEGRA
ResponderExcluir(acróstico poético.)
Autor: José adão Ribeiro.
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Sinto quanto mais calamos
A nossa luta deixa de ser luta
Reconhecer o que somos capazes
As conquistas já poderia estar se fossemos
Unido por reconhecer os nossos direitos
Resistência é o que muitos desejam
Encontrar o caminho é com união pacifica
Soltando a voz, mostrando sem rodeio que e sem a.
Ilusão, jamais deveria fazer parte de nossa comunidade.
Ser forte
Temos condições se houvesse união
Esperar na mão, jamais será possível.
Nossa força é possível
Conquistar o que cada um merece
Insistindo contra a resistência
Atual que alguns não sentem o peso do fardo
Nossa diferencia é a cor da pele e a genética DNA
E o sangue pode ser compatível ser humano é o mesmo
Garanto-me que poderia haver muito mais doadores de órgão se
Realmente não houvesse tanto preconceito e discriminação
A cada momento os seres racionais poderiam se unir e refletir mais.
Autor: José adão Ribeiro.
Maria idalina de Jesus – acróstico poético.
ResponderExcluirAutor: José adão Ribeiro
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Maria idalina de Jesus
A sua vida foi longa
Reconhecida amada
Inspiradora que muito fez
Aqui nesta terra que a luz divina
Ilumine sempre onde estiver
Deixou saudades lembranças
Até hoje e sempre, creio eu.
Lutou a seu modo mostrando capacidade
Inspiradora sempre será
Nós negros temos que orgulhar
Amando nossa etnia pelo que já foi feito
Diamante raro que a
Esperança esteve sempre presente
Justa honrada mulher pelos feitos
E orgulho que nos representava
Superando barreiras sentindo na pele
Unida requisitada linda com
Sorriso sempre presente.
Autor: José adão Ribeiro
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