quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Vendem-se fichas telefônicas

 
Um fato extraordinário

Nos últimos dias, recebemos uma notícia surpreendente. O amigo Jonas Costa descobriu em um bar localizado no final da rua Genoveva da Fonseca (Bepe), uma placa com a seguinte inscrição: “Vendem-se fichas para telefone”. Aquilo nos chamou muito a atenção. Afinal, quem ainda usaria tais fichas? Será que ainda existe na cidade alguns exemplares desses aparelhos movidos a pastilhas metálicas?  Para tirar a prova, fomos até o local e desvendamos esse incrível mistério. Acompanhe essa aventura em busca do elo perdido da telefonia, em uma reportagem de Gabriela Santucci.
Rumo ao bar do Elzo

Às treze horas do dia 17 de julho, cheguei ao famoso bar,  onde o seu dono – Elzo - trabalhava normalmente, como acontece há 38 anos. Para facilitar a reportagem, pisei em seu estabelecimento como uma cliente normal e fui logo perguntando se ele tinha fichas de telefone para vender. Sua reação foi de total surpresa, afinal, os telefones de hoje em dia só aceitam cartão. Então eu me apresentei e disse que gostaria de entrevistá-lo. Fiz algumas perguntas e suas declarações foram dadas com bastante entusiasmo.
O Elo Perdido

 Seu Elzo, de 68 anos, vendia muitas fichas de telefone antes do cataclisma causado pelo surgimento dos cartões. A seu pedido, a companhia telefônica instalou um orelhão dentro do estabelecimento, porque os aparelhos da rua eram destruídos com muita frequência.
Fichas encalhadas

Com o surgimento dos cartões, as fichas acabaram abandonadas em sua mercearia e a plaquinha “Vende-se Fichas” (retirada há poucos dias), ficou esquecida em uma das paredes do bar. Elzo nos mostrou algumas das mais de 500 fichas encalhadas no recinto e disse que atualmente elas não têm preço, mas que, se alguém pagar uns 10 reais, ele vende. 
Um homem trabalhador

Elzo é um senhor bastante lúcido, inteligente e agradável. Toda a sua existência foi baseada no esforço para ganhar a vida. Aos doze anos de idade, já trabalhava o bastante para poupar sua mãe do esforço. No decorrer de nossa conversa, o comerciante afirmou  que valoriza muito a honestidade e reforçou que é graças a ela que seu negócio está firme e forte há tanto tempo. Casado há 48 anos, teve sete filhos, sendo dois falecidos. Elzo também contou que se orgulha do estabelecimento construído com sua própria força e se emocionou ao falar das pessoas que passaram por lá e ao lembrar os amigos e fregueses que deixaram muita saudade em seu coração. “A cidade que eu mais gosto é Santa Rita!” - afirmou o vendedor – que não conteve as lágrimas ao definir o imenso carinho que sente pelo lugar onde vive. Para finalizar, declarou que já passou por muitas cidades, mas foi aqui que nasceu e é aqui que quer terminar seus dias.
(Gabriela Santucci)
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