sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

11 anos após a grande enchente de 2000, nada foi feito pelo poder público

11 anos se passaram

Em janeiro de 2000, várias famílias foram vítimas da enchente que destruiu parte da cidade de Santa Rita do Sapucaí. Naquele ano, a população sofreu grandes perdas materiais e milhares de pessoas tiveram que sair de suas casas às pressas, logo no primeiro dia do ano. Em 2007, a cidade ficou novamente debaixo d’água e, até então, pouco ou quase nada havia sido feito para reduzir as probabilidades de possíveis desastres.
Imagem: Enchente de 2000. Depois de 11anos, a cidade corre o sério risco de ver uma reprise deste triste episódio.
A causa e o efeito

Santa Rita do Sapucaí foi construída em um espaço pantanoso - antes ocupado pelo Rio Sapucaí e que sofreu grandes mudanças no decorrer dos tempos. As várzeas deram lugar a loteamentos mal planejados o esguicho aterrou grande parte do centro e o sistema de saneamento básico foi construído em nível baixo, fazendo com que a água volte para as casas (em alguns pontos) quando o rio enche.

Como contornar esse problema?

Segundo as autoridades, a melhor forma de conter as enchentes é através da construção de barragens no leito do rio Sapucaí - obra prometida e ainda não cumprida pelo Governo do Estado - e a construção de galerias com grande capacidade de vazão.
Imagem: Enchente de 2000. Enquanto o Plano Diretor não é aprovado, loteamentos continuam sendo construídos em áreas de risco.
Comerciantes e moradores preocupados

Muitos moradores e comerciantes de Santa Rita foram prejudicados nas duas enchentes. De acordo com o presidente da Associação Comercial do Vale da Eletrônica, José Norberto Dias, 70% da cidade ficou em baixo d’água e, mesmo que tenha um plano de fuga, o comércio da cidade sofrerá um prejuízo muito grande. “Quando houve as enchentes cadastramos as empresas prejudicadas e conseguimos recursos e empréstimos junto ao SEBRAE e BDMG, mas não tem saída: é um problema crítico e todos acabam tendo prejuízo”, disse ele.
Descaso: Após a enchente de 2000, o governo e prefeitura nada fizeram para reverter este quadro.
Pergunta que não quer calar
Em 10 anos não poderia ter sido feito algo para que uma tragédia não se repetisse? As autoridades municipais não deveriam ter cobrado uma iniciativa concreta dos responsáveis? Existe alguém preocupado com a situação de milhares de santarritenses que perdem tudo quando a cidade fica submersa? Comprem seus escafandros. Nunca se sabe...

13 comentários:

  1. É preocupante como uma cidade dona da mais progressista APL de MG e centro de formação educacional de 1a linha ainda sofre com este problema. Há solução de engenharia viável para aumentar a vazão da calha do rio em pontos críticos. Soluções que se pagam por evitarem estes patentes grandes prejuízos que as imagens mostram. Esta é uma proposta que o Olavo Bilac e outros representantes de nossa região devem defender e brigar junto ao Governo Federal. As.: Reinaldo Andrade

    ResponderExcluir
  2. Nestes tempos de intensificação dos desastres naturais e depois da cidade ter passsado pela enchente de 2000, é estarrecedor ver que nada foi feito para amenizar, ao menos, uma nova e quase certa inundação.....depois, é REMEDIAR.....PREVENIR que é bom, nada.....

    ResponderExcluir
  3. Se não me engano postei um comentário bem esclarecedor sobre as possíveis soluções para esse terrível problema mas, parece que foi censurado, ou estou enganado?
    abs
    João Paulo
    jpon70@gmail.com

    ResponderExcluir
  4. Oi João. Tudo bem? Espero que sim. Náo foi aqui. Nunca apaguei um único comentário nesta comunidade até hoje. Abraço.
    Carlos

    ResponderExcluir
  5. OK Carlos, me perdoe.
    São tantos blogs desenvolvendo o mesmo tema que posso ter me enganado.
    De qlq forma, parabens pelo seu trabalho.
    JP

    ResponderExcluir
  6. Carlos, com relação ao comentário que acreditei ter postado, acho que digitei mas não postei, provavelmente não digitei o texto de segurança...
    Mais ou menos foi nesses termos:

    A construção de barragens, galerias, aumento da calha do rio Sapucaí, até a construção de um desvio do rio como a absurda transposição do rio São Franciso, são soluções paliativas, minha cidade, São Paulo já fez de tudo para resolver o mesmo problema e todos sabem como está hoje... Sampa é uma cidade sem solução a longo prazo pois nem com planejamento tem como reverter essa situação.

    No caso de Santa Rita do Sapucaí, o que se vê é uma cidade primaria, sem a minima infraestrutura.

    Me sinto envergonhado quando tenho de ouvir certas perguntas:
    - A sua cidade não tem pelo menos um planejamento?
    - Santa Rita não é o famoso Vale da Eletronica? Polo de alta tecnologia?
    entre outras…

    O sonho de Sinhá Moreira "is over?"

    Temos um excelente Plano Diretor aguardando votação na Camara Municipal mas, segundo informações, alguns loteadores, corretores, donos de grandes terrenos vazios, estão pressionando alguns vereadores para “esquecerem” o assunto, eles não tem o mínimo interesse em ver seus rentáveis negócios serem prejudicados.

    Pelo que sei, o Paulinho não consegue o apoio necessário na Câmara, que passa o tempo discutindo denuncias, muitas delas sem fundamentação alguma.

    Temos que cobrar dos nossos representantes ou recorrer ao Ministério Publico.

    JP
    jpon70@gmail.com

    ResponderExcluir
  7. Olá. Concordo plenamente com o comentário acima. Mas não podemos nos esquecer que nossa querida cidade pode ser dividida em duas situações:
    a) primeira: as instituições de ensino ( ETE e INATEL) constituem algo de primeiro mundo. Se observarmos as instalações do INATEL teremos a prova disso. O nome Vale da Eletrônica deve-se basicamente ao trabalho dos profissionais das escolas citadas. A prefeitura nunca foi responsável por iniciativa alguma que ajudasse a cidade construir esse nome. Se alguém falar que a prefeitura ajudou ou ajuda bastante , desculpe, mas é melhor rever as informações. O máximo que o poder público local fez e faz é dar um apoio, pequeno diga-se de passagem, aos projetos que partem de dentro dessas escolas.
    b) segundo: tirando as escolas citadas, a cidade em si é outro mundo. Infelizmente, um mundo subdesenvolvido, com ruas precárias, emburacadas, sem calçamento, sujas; uma cidade sem planejamento para lugar nenhum. Se no passado os interesses econômicos dos "coronéis " imperavam, na atualidade essa prática perpetua transformada em interesses imobiliários, políticos, entre outros.

    Enfim, se observamos, no nome Vale da Eletrônica só se justifica pela existência das escolas mencionadas anteriormente, porque pela cidade em si estaríamos anos luz de muitas pequenas cidades espalhadas pelo Brasil e de países com grau de desenvolvimento inferior ao nosso. É inaceitável que uma cidade com menos de 40 mil habitantes, com uma boa arrecadação , o poder público local alegue motivos diversos para não calçar uma rua. É de doer.
    Por conseguinte, o mais triste de tudo isso, é não ver esperança num futuro próximo. Nenhum dos nomes especulados até agora para ocupar a cadeira de prefeito representa sinal de esperança, de melhorias. Isso é extremamente preocupante. Resta à população torcer para que recaía sobre os homens que querem governar a cidade um milagre. O milagre da boa vontade política e do verdadeiro compromisso com a coisa pública. Porque quando se obtém isso, ai tudo caminha. Aí é outra história.
    Prof. Anderson (EE"Sanico Teles")

    ResponderExcluir
  8. Prof Anderson, muito triste mas a pura realidade...
    Uma incompatibilidade gritante:
    De um lado centros de excelência em tecnologia e ensino, de outro uma cidade carente de todo tipo de recurso.
    O Vale da Eletrônica possui cérebros privilegiados e pessoas de cultura mas também gente interessada apenas no lucro imediato, em seus egoísticos privilégios.
    Será que não é chegada a hora da grande revolução urbana de Santa Rita? aqueles que representam os centros de excelência e essa indústria de vanguarda devem se expor e engrossar a frente de resistência, não permitindo que Santa Rita persista nesses erros primários.
    abs
    jpon70@gmail.com

    ResponderExcluir
  9. Olá. Concordo plenamente com o último comentário feito pelo prezado JPON70. Porém, a única coisa que me preocupa é que tudo passa pela política e e ai que o "doce" desanda. E como já havia dito, não vejo ninguém na política santarritense que seja sinônimo de uma nova forma de atuação. Dito e repito: absolutamente ninguém. Além do mais, quem se ocupa das questões tecnológicas não vai encontrar tempo para se dividir com a política. Seria necessário o surgimento de uma nova geração de políticos. Entretanto, as novas gerações que raramente vem se interessando pelo assunto, estão decepcionando mais do que a velha guarda. Solução???? sinceramente, não sei. Ela existe, mas me parece utópica para se adequar a cultura política brasileira, infelizmente.
    Prof. Anderson (EE"Sanico Teles")

    ResponderExcluir
  10. Caro professor, nada é impossível de se realizar, basta ter vontade e sair pra luta.
    Qualquer um, de alguma forma, pode e deve praticar política, é por esse motivo que estamos nessa.
    abs
    JP
    jpon70@gmail.com

    ResponderExcluir
  11. Com toda certeza. Querer de alguma forma é poder. Entretanto, deve-se sempre manter os pés no chão porque senão viramos todos ícaros. É preciso partir para a luta e para começar temos que conscientizar. É possível? sim, óbvio que sim, porém, é um trabalho de formiguinha e falo com precisão de causa, pois ao trabalhar com educação nos últimos 15 anos sempre procuramos conscientizar os alunos quanto há uma série de questões que vão da política às pequenas situações do cotidiano e é olímpica a luta. Trabalho para décadas, para gerações, sem garantia de sucesso. Mudar uma forma de pensar , de agir de séculos é muito difícil. Mais fácil seria tentar amenizá-la, por conseguinte, é preciso acreditar, ter vontade e sair para a luta. Valeu!!!!!!!!
    Abração.
    Prof. Anderson ( EE"Sanico Teles")

    ResponderExcluir
  12. Concordo com voce prof Anderson, é um trabalho de formiguinhas e voces professores cumprem grande parte dessa tarefa.
    Nosso país, melhora ainda, nossa nação ainda é uma criança no pré-primário em se tratando de política, se analizarmos a história veremos que o sentido de Nação Brasileira tem pouco mais de cem anos de vida e, temos ainda uma ou mais geração perdida depois da ditadura militar de 64.
    Peço que continue postando e ensinando pelos blogs disponíveis, um excelente meio de politizar a população.
    abs
    JP
    jpon70@gmail.com

    ResponderExcluir
  13. Olá. Com certeza. Afinal a profissão de professor tem como um de seus princípios acreditar sempre. Desistir nunca. Embora tudo colabore para que abandonemos o barco. As condições de salariais, de trabalho, enfim, um verdadeiro horror. Mas, um verdadeiro vocacionado do magistério, insiste, persiste e vai. Infelizmente, temos muita gente dando aula, mas poucos professores. Valeu!!!!!!!
    Prof. Anderson ("Sanico Teles")

    ResponderExcluir