Há algumas décadas viveu em Santa Rita do Sapucaí uma senhora conhecida como Mariana Borges. Segundo contam os antigos, ela portava sempre um cajado para facilitar sua locomoção e percorria, diariamente, muitas ruas da cidade. Por ter os olhos muito azuis, os meninos da cidade escondiam-se nos terrenos e contruções por onde ela passava e chamavam-na de Mariana “Gata”. O fato é que ela detestava que se referissem a ela por esse apelido e sempre irritava-se quando brincadeiras assim aconteciam. Por ter uma vida muito sofrida, acreditam muitos santa-ritenses que ela hoje, depois de falecida, realiza muitos milagres a quem pede sua intercessão. Se buscarmos informações junto aos habitantes locais, não é difícil encontrar aqueles que sempre rezam para ela ou pedem missas em sua intenção. Entretanto, algo sempre me chamou a atenção: se ela se entristecia quando se referiam a ela pelo apelido maldoso, porque seu túmulo fica sempre repleto de gatinhos de louça dos mais diversos tipos? A conclusão a que cheguei é que, com o tempo, as pessoas foram perdendo o elo de ligação relacionado à sua verdadeira história. Com os anos, as pessoas não sabiam mais o motivo de ela ser conhecida pelo apelido e colocavam os gatinhos sobre o jazigo como forma de agrado à intercessora.
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