domingo, 10 de novembro de 2013

O santa-ritense que ajudou a fundar duas importantes cidades do Paraná

A aproximação de Francisco Moreira da Costa com o Norte do Paraná, mais especificamente com Cornélio Procópio e Santa Mariana deu-se por meio de suas atividades empresariais. O banqueiro possuía uma empresa imobiliária na qual foi sócio de Antonio Paiva Júnior, chamada “Colonizadora Paiva & Moreira”.
A Igreja Matriz antes da construção da segunda parte da torre, o Cel. Francisco Moreira e a Igreja de Santa Mariana.
Sabemos que a colonização da área de Cornélio Procópio tomou impulso quando o Cel. Francisco da Cunha Junqueira, genro de Cornélio Procópio, adquiriu, em 1923, terras onde seriam erigidos os núcleos urbanos atuais de Cornélio Procópio e Santa Mariana. Francisco da Cunha Junqueira, além de empresário, também era político importante, diga-se de passagem.

A decisão de fundar as duas cidades foi de 1924. Dois anos depois, as terras eram medidas e tinha início a formação de três fazendas.

Ligado ao Partido Democrático Junqueira chegou a ser Secretário da Agricultura de São Paulo, durante a intervenção federal que ocorreu após o sucesso da Revolução de 1930. 
Tudo começou quando as ações de Vargas como chefe do Governo Provisório acabaram descontentando São Paulo e os paulistas, tanto do Partido Democrático como do Partido Republicano, tornaram-se aliados na luta contra o Governo Federal. Em nove de julho de 1932 iniciava-se a Revolução Constitucionalista que oporia São Paulo ao restante do Brasil.
Francisco da Cunha Junqueira, como paulista, participou ativamente da revolução Constitucionalista. Com a derrota de São Paulo, em 1932, ele foi exilado. Sua esposa Mariana Balbina Procópio Junqueira assumiu o controle da propriedade familiar (no Norte do Paraná), iniciou o loteamento (de Cornélio Procópio) e negociou com a Viação Férreas São Paulo – Paraná (BRASIL, 1988, p. 36).

Devido ao distanciamento de Francisco da Cunha Junqueira, o então povoado de Cornélio Procópio crescia de forma desordenada no entorno da Estação Ferroviária. Motivações políticas e econômicas levaram-no a vender suas terras, incluindo dois loteamentos urbanos.
Francisco Moreira da Costa e Antonio Paiva Junior já desejavam comprar as terras, desde 1931, e o negócio se concretizou. Coube ao Coronel Francisco Moreira a colonização da antiga fazenda Santa Mariana e, com Paiva Júnior, a colonização de Cornélio Procópio. Desde então, as futuras cidades começaram a ter uma melhor infraestrutura.

 A sociedade deve ter sido desfeita em 1935, quando foram divididos entre os dois os lotes de Santa Mariana e de Cornélio Procópio (DIAS, 2000). 

No Paraná, onde tinha adquirido muitas terras, Chico Moreira praticamente construiu a cidade de Cornélio Procópio. Na cidade de Santa Mariana fez uma réplica exata da Igreja original de Santa Rita do Sapucaí. Como incentivador, nessas fazendas do Paraná, cedeu algumas glebas para seus sobrinhos, auxiliando-os na produção do café para que, através desses rendimentos, fossem aos poucos pagando ao tio o referente ao valor da terra. Sinhá Moreira acompanhava muito o pai em todas as suas viagens.

Francisco Moreira foi, ainda, eternizado em Cornélio Procópio com o seu nome batizando uma das praças da cidade e também uma escola primária. Apesar de extinta essa escola, seu nome ainda é mantido na placa de bronze no hall de entrada do prédio, hoje ocupado pelo Colégio Estadual “Cristo Rei”, que oferece Magistério em nível médio.

Consta que familiares de Francisco Moreira da Costa doaram à cidade de Cornélio Procópio os terrenos onde hoje se situam o Colégio Estadual “Zulmira Marchesi” e o Campus Centro da Universidade Estadual do Norte do Paraná.

Francisco Moreira da Costa, ao lado de Antonio de Paiva Júnior, constituem-se nos dois grandes responsáveis pelos planos de colonização de Cornélio Procópio e Santa Mariana que haviam sido iniciados por Francisco da Cunha Junqueira. Desta forma, podem ser apontados como responsáveis pela existência das duas cidades.

(Por Prof. Me. Roberto Bondarik)

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