quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Um pedaço de Diamante em Santa Rita

Um pedaço de Diamante em Santa Rita

Diamante é uma pequena cidade de 5 mil habitantes, situada na província de Cocenza, que fica na região da Calábria, ao sul da Itália. Entre os anos de 1840 a 1860 a Itália passava por uma grande transformação política em função do movimento de unificação de seus reinos. Houve muitas batalhas em toda a região italiana, constituindo também uma guerra civil. Era um período difícil e, por este motivo, muitos italianos ganharam o oceano em direção às Américas, em busca de uma nova vida. Foi assim que, dentre muitos outros italianos, Antônio, Vincenzo, Bonaventura e Paolo de Luna, dentre outros da mesma família, chegaram a terras Mineiras, há mais de 150 anos.
Fabiana com seus familiares italianos.
Paolo de Luna era médico, permaneceu em Santa Rita do Sapucaí por alguns anos e foi, juntamente com Delfim Moreira, fundador da Loja Maçônica Caridade Sul Mineira (Antigamente chamada de “Atalaia do Sul”), sendo Venerável Mestre desta loja em 1903.  No ano de 1907, aproximadamente, Paolo de Luna regressou à Itália, já unificada desde 1861, onde constituiu família. Seus primos continuaram no Brasil, e deram origem à Família “de Luna” conhecida hoje.
O principal ramo da família “de Luna” em Santa Rita do Sapucaí se deve a Antônio de Luna. Este Italiano, fazendeiro e comerciante, se casou com a senhora Francisca Pereira (Mãe Chica), e tiveram 6 filhos, sendo a primeira natimorta. Seus filhos eram Leopoldo, Agenor, Godofredo, Luiza e Francisca, hoje em dia muito bem lembrados e homenageados em nomes de ruas de nossa cidade.

Eu sempre ouvia de meu pai, de tios e primos mais velhos, como o Dr. Cyro de Luna, frases e lembranças de Diamante: “É uma cidadezinha linda à beira mar, de águas cristalinas...”, e esta fantasia me motivou a ir em busca de minhas origens. Eu estava, definitivamente, convicta a viajar um dia para a Itália e conhecer a cidade e os parentes que lá viviam!
Um passeios pelas ruas de Diamantes.
E foi nestes tempos modernos, através da tecnologia, que vínculos distantes no tempo voltaram a se unir. Como uma bela surpresa, há dois anos aproximadamente, um Italiano me abordou no Facebook e me perguntou se, por um acaso, eu saberia dizer a origem do meu sobrenome. Eu não tive dúvidas e imediatamente respondi que era de “Diamante”, na Calábria! Começou aí uma história de amizade e reencontro das famílias. Este “primo distante”, Vincenzo de Luna, era bisneto de Paolo de Luna, aquele italiano que chegou a Santa Rita juntamente com o meu tataravô, Antônio de Luna. Ele tinha profundo interesse em saber sobre este ramo da família, e me pediu para ajudá-lo a completar a árvore genealógica da família “de Luna” no Brasil. Desde então, através dos recursos da internet, temos nos comunicado sempre, trocado informações, fotos e documentos.. Comecei a motivar meus primos ítalo-brasileiros, motivando a completarmos a árvore genealógica, trocando informações e histórias e propondo para que fôssemos, juntos, em busca de nosso reconhecimento à Cidadania Italiana.
Em Agosto deste ano, finalmente, consegui programar minhas férias, e o destino não poderia ser outro: Itália! Visitei diversas cidades históricas pelo país durante as três primeiras semanas, como Veneza, Florença, Roma, Pisa, Assis, Loreto... e aproveitei para fazer um curso de Língua e Cultura Italiana em Castelraimondo, por indicação de meu amigo Pedro Vono, também descendente de Italianos de outra família conhecida em nossa cidade. Como não poderia esquecer, visitei as Cidades de Cássia e Roccaporena, onde renovei minha fé ao me encontrar com Santa Rita em carne e osso. Foi uma experiência incrível conhecer onde a nossa santinha nasceu e viveu, o convento e sua parreira ainda viva, sua cela de clausura e, finalmente, o seu corpo intacto há mais de 600 anos. Não pude conter as lágrimas quando me deparei com Santa Rita!

 Na última semana de férias fui visitar, na região da Calábria, a cidade de Diamante! Fui recebida com o calor humano e carinho de família. Receberam-me em sua casa o Sr. Paolo e a Sra. Giulia de Luna, pais de Vincenzo, o meu primo da Internet. Levaram-me para conhecer o centro histórico da cidade, as praias, a comida típica e muitos outros parentes, sempre me apresentando como “La cugina brasiliana” – A prima Brasileira! Todos me abraçavam com muito carinho e faziam muitas perguntas, e foram 4 dias maravilhosos ao lado desta família! Tive a oportunidade de conhecer a Senhora Adele de Luna, filha de Paolo de Luna, aquele que veio ao Brasil. Uma senhorinha simpática de 91 anos, largo sorriso e brilho nos olhos, e que lembrava muito a minha vó Hilda, com mãozinhas pequenas e gordinhas, como dos “Lunas” daqui! Vi que a semelhança física dos Lunas da Itália era muito grande em comparação aos Lunas de Santa Rita. Percebi também a grande importância que os Italianos, de um modo geral, dão à família e seus laços, o que faz de nós, descendentes, sermos “veramente italianos”!
O prefeito de Diamante enviou uma carta oferecendo parceria com Santa Rita, entregue ao prefeito.
Para completar minha visita a esta cidade maravilhosa, fui convidada a conhecer a “Comune di Diamante” - a prefeitura, e o seu “Sindaco” – prefeito, que ficou muito feliz em saber que Santa Rita do Sapucaí abrigava muitos italianos descendentes da família “de Luna” provenientes daquela cidade. Tomando conhecimento da história desta família no Brasil e da proporção de seus descendentes em Santa Rita, enviou, através de mim, uma carta oficial ao Sr Prefeito de Santa Rita propondo um “gemelagio”, ou seja, um tratado de cidades irmãs para promover a troca de cultura, visitas e informações entre ambas. Juntamente com a carta, enviou também uma placa comemorativa da cidade. Esperamos que as autoridades de nossa cidade retornem o contato com Diamante, para que possamos promover intercâmbio de cultura e estreitar os laços com esta cidade italiana.

Mais do que maravilhada com a viagem e as belezas da Itália, me encantou o afeto e carinho de todos aqueles que me receberam como “parente” e me trataram como filha. Pude concluir que o reconhecimento Italiano para com sua descendência é de fato muito forte, e me senti orgulhosa por fazer parte desta família que tanto contribuiu para o crescimento e desenvolvimento de nossa cidade. Família é mais forte do que diamante, do que qualquer outra pedra preciosa, e são nos laços de amor que nos tornamos mais fortes!

Esta matéria é um oferecimento de:

4 comentários:

  1. Maria Luiza Cassia Matragrano3 de janeiro de 2012 às 16:21

    Quero dizer a Fabiana de Luna que gostei muito de sua descrição de viagem a Diamante , tb sou Luna , neta de Luiza Agueda Leopoldina, irmã de seu avô Agenor de Luna.
    Gostaria de conversar ao vivo com você e mostrar~lhe o quadro de N.Senhora de Diamante que tenho.
    Você conhece a historia sobre esta N.Senhora?
    Venha me visitar terei o maior prazer em recebe-la. Seu pai sabe onde moro.
    Bjs M.Luiza

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  2. Maria Luiza, será um prazer te encontrar e ver tudo o que tem de Diamante!
    Também tenho muitas fotos e vídeos da cidade e dos parentes. Será um prazer te mostrar!
    Vamos combinar então! Assim que eu for para Santa Rita num final de semana (pois moro em São Paulo atualmente), podemos combinar um encontro de membros de nossa família para esta finalidade!
    Beijos
    Fabiana

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  3. Prezada Prima,
    Sou Jayme Moreira de Luna Neto, neto de Jayme de luna que era filho de Leopoldo de Luna.
    Estou em busca de informações sobre a terra de nossos parentes. Logo em breve estarei indo para a Itália e pretendo passar por Diamante para conhecer.
    Se tiver dicas boas de hoteis e culinária, bem como de nossos parentes agradeceria seu contato.

    Atenciosamente,

    Jayme Luna

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  4. Estou muito feliz por encontrar Jayme Moreira Luna, pois quero saber se alguém conheceu meu avô Raimundo Moreira Luna

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