quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Dilson Frota e sua paixão pela aviação

Conte-nos sobre a construção de seu avião

Minha oficina é feita para a construção de aviões de metal. Eu trabalho a partir de uma planta americana, muito confiável e bem testada, desenvolvida por engenheiros da aeronáutica. A partir dela, você escolhe uma medida qualquer e produz peças que, mais tarde, formarão um Kit para montar o avião. No meu caso, é bem diferente de você comprar um kit com as peças já prontas. Hoje em dia é possível você construir um avião desses porque existe uma legislação específica para autorizá-lo a voar, mediante inspeção de um engenheiro de aeronáutica.  Quando você obtém essa autorização, você obtém quase todos os direitos de um avião comum. A única diferença é que ele não poderá realizar voos comerciais porque ele não foi testado pelos órgãos. Existe uma coisa mística no avião: você já sabe se ele vai voar, antes dele sair do chão. Você faz uma série de testes para saber se ele voará mesmo ou não.

Qual é a previsão para o seu avião ficar pronto?

Será exatamente no dia em que acabar. (Risos) Porque é um hobby. Quando eu terminá-lo não vou ter mais o que fazer...  Na verdade, este meu projeto está parado há algum tempo porque eu precisei me dedicar a outras coisas.

Você já tinha montado aviões antes?

Antes, eu só havia montado aeromodelos. O primeiro eu montei com 5 anos de idade. Já na ETE, eu tive outros. Assim que me casei, continuei a desenvolver outros projetos e acabei parando por  um período de 5 anos, quando eu estava construindo o PABX (carro-chefe de sua empresa).

Então você  já tinha essa paixão desde a infância?
Meu gosto por aeromodelos começou com um presente de meu tio Carlos. Aos 10 anos, eu tive um amigo que fazia modelos maravilhos. Na época, ele não tinha controle. Era preso por cabos e você os girava. Por incrível que pareça esse menino, mais tarde, trabalhou no projeto do novo modelo da Boeing, - o 787, em Seattle. (Risos) Tá certo que foi um dos milhares dentro da fábrica, mas estava lá...

Nos tempos de ETE você trabalhou com aeromodelismo?

Na ETE, o nosso projeto de formatura foi um controle remoto para barcos, porque naquele tempo as peças era muito pesadas para aplicarmos em um avião. Ainda bem, porque assim não caiu na cabeça de ninguém...

Como é concedida autorização para voar?

No meu caso, não era permitido eu voar por ter uma vista só. Até que o Brasil se a-dequou às normas internacionais e permitiu o voo monocular. Você faz um exame médico a cada 6 meses, precisa validar a carteira a cada dois anos e refazer a prova novamente. Desde então, eu conquistei a carteira de pilotos privados.
Conte-nos quando você comprou sua primeira aeronave

A primeira coisa que eu gostaria de informar às pessoas é que um avião custa muito mais barato do que as pessoas imaginam. Quando eu comprei o meu, paguei 30 mil Reais. Nessa ocasião, o Hermes Moreira, preocupado comigo, pediu para ver o manual da aeronave. Depois que ele estudou o manual inteiro, voltou e disse: “Pode voar que esse avião é seguro”. Ele me ensinou muito, foi fantástico. Uma das coisas mais importantes que aprendi com ele é que “Avião nunca pode ser tratado como você. Tem que ser tratado como senhor.” Isso quer dizer que nunca podemos perder o respeito por ele.

Você usa a pista do campo de aviação para pousar?

Há algum tempo, pousou um avião com drogas em Santa Rita e algumas pessoas que queriam evitar algo desse tipo levaram esse fato ao conhecimento do DAC (Departamento de Aviação Civil) com o objetivo de destruir a pista ou interditá-la. A verdade é que não tem como evitar o pouso de um avião irregular. Se ele não pousar em uma pista, ele pousa na estrada, num matinho ou em outro lugar qualquer. Com isso o DAC veio até aqui, verificou que nosso campo de aviação não tinha cerca e nosso campo deixou de ser oficial. Hoje, quem chega de avião na cidade precisa descer em Pouso Alegre. Seria bom se conseguíssemos regularizar novamente a situação. Enquanto isso, guardo em Pouso Alegre.

Por muito anos, eu usei o hangar de um amigo, quando pousava aqui em Santa Rita. Como eu construí um avião mais rápido, o tamanho da pista varia de acordo com as características da aeronave. Desde então não pude mais usar sua pista. O ideal seria ter novamente a do campo de aviação.
Como foi sua última viagem?

Foi um caso até engraçado... Na última sexta-feira eu fui para São Paulo de avião e, na volta, lembrei que a chave tinha ficado na minha mala, dentro do carro do Marcos (seu sócio na Leucotron). Eu tive que voltar de carro! (Risos)

Esta matéria é um oferecimento de:

6 comentários:

  1. Dilson, gosto muito de contar para o meu neto Diogo a história de Santos Dumont, o menino que queria construir máquinas de voar...
    Agora vou ter mais uma história semelhante, só que de um menino muito querido.
    Parabéns pelo que vc fez da sua vida, cheia de boas surpresas e conseguindo construir tudo que queria. Bjão da Tia Isabel.

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  2. O Dilson continua uma figuraça....

    Conheci-o na epoca em que eu trabalhava na Hexadados e ele estava começando a leucotron com o Marcos. Um dia esse doido desenhou um circuito na calçada com um pedaço de tijolo na frente da casa do Ronald..... E o pior é que o trem funcionou !!!!!!!!!

    Um grande abraço !!!

    Mamão.

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  3. Sem dúvida uma pessoa de um coração muito humilde e de uma alma muito grande.
    É muito bom poder ter você como referência tanto na empresa quanto fora dela.
    Grande Abraço.

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  4. Dilson que beleza de máquina em...

    Vc é um verdadeiro Piloto e empreendedor sabe se divertir bem... tem bom gosto e muita responsabilidade, tu es um camarada que conheço exemplo de amigo ser humano... certo dia um advogado perguntou a um rapaz, quando uma senhora pobre, negra, aparentemente sofrida ia subindo a rua: o que vc tem melhor que ela... eu vi este rapaz pensando um bucado... o advogado respondeu, nada... ela tem tudo que vc tem, só não tem as condições que vc tem, nem por isso vc é melhor que ela...
    Quando vi isso me lembrei de vc e como vc trata a todos, nunca vi preconceito, nem qualquer distrato, apesar de vc ser quem é sentimos bem ao seu lado, diferente de muitos que ao estar perto sentimos desconforto ou mal...

    é isso ai Dilson Feliz 2012 pra vc e sua preciosa FAMILIA!!!

    Abraços,

    Daniel Reis

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  5. Grande Dilson ,este cara foi meu professor de eletrônica Digital quando estudei na ETE
    em Santa Rita Do Sapucaí (1973-1976), foi um dos melhores. Ele era tão bom professor que , me lembro que na época eu estava montando um pequeno órgão digital(bem simples)
    e era difícil fazer a afinação porque quando afinava uma nota desafinava outra, a afinação era feita por trimers e não tinha um para cada nota, às vezes era preciso ajustar dois ou mais para cada nota e as vezes cada trimer(resistor ajustável) participava de mais de uma nota. foi quando me ocorreu alterar o circuito para que cada trimer fosse usado só em uma nota,para isto tive que ´´bolar´´ um circuito que separasse um trimer para cada nota .Quando tudo funcionou, vibrei e fui mostrar ´´o circuito que eu havia inventado´´ ao professor de laboratório (o Ítalo),também excelente professor que trabalhava com o Dilson, O italo me deu a seguinte resposta: Ah sei,você colocou um decodificador.Algumas semanas depois, durante as aulas do Dilson é que fiquei sabendo que aquele circuito que eu pensei ter inventado, já existia na eletrônica digital (era o decodificador).Mas só foi possivel para mim fazer esta ´´descoberta`´ devido ao excelente curso e ao embasamento que eu estava obtendo nas aulas do Dilson.
    Marco Antônio Manes (Além Paraíba MG)

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  6. Grande Dilson ,este cara foi meu professor de eletrônica Digital quando estudei na ETE
    em Santa Rita Do Sapucaí (1973-1976), foi um dos melhores. Ele era tão bom professor que , me lembro que na época eu estava montando um pequeno órgão digital(bem simples)
    e era difícil fazer a afinação porque quando afinava uma nota desafinava outra, a afinação era feita por trimers e não tinha um para cada nota, às vezes era preciso ajustar dois ou mais para cada nota e as vezes cada trimer(resistor ajustável) participava de mais de uma nota. foi quando me ocorreu alterar o circuito para que cada trimer fosse usado só em uma nota,para isto tive que ´´bolar´´ um circuito que separasse um trimer para cada nota .Quando tudo funcionou, vibrei e fui mostrar ´´o circuito que eu havia inventado´´ ao professor de laboratório (o Ítalo),também excelente professor que trabalhava com o Dilson, O italo me deu a seguinte resposta: Ah sei,você colocou um decodificador.Algumas semanas depois, durante as aulas do Dilson é que fiquei sabendo que aquele circuito que eu pensei ter inventado, já existia na eletrônica digital (era o decodificador).Mas só foi possivel para mim fazer esta ´´descoberta`´ devido ao excelente curso e ao embasamento que eu estava obtendo nas aulas do Dilson.
    Marco Antônio Manes (Além Paraíba MG)

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