quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Eles sobrevivem por aqui

Conheça a dura vida de um casal que tenta sobreviver 
nas ruas de Santa Rita do Sapucaí

As histórias são bem parecidas e acontecem todos os dias nas cidades brasileiras. Um homem com esposa, filhos e carteira assinada, vê seu casamento fracassar e é obrigado a sair de casa, sem ter aonde ir. Amargurado, começa a se embriagar até perder o emprego e acaba se tornando um morador de rua. Daí em diante, reverter tal situação e colocar a vida em ordem novamente é uma missão quase impossível.
Este é o caso de Marcelo Costa Ferreira, de 33 anos, nascido em Pouso Alegre e que vive na rua há um ano e dois meses. Pai de família, com segundo grau completo e habilitado na categoria E, dirigia bitrens e tinha uma vida humilde, mas confortável. No dia em que o motorista chegou em casa mais cedo, encontrou sua esposa com o próprio irmão e se desesperou. Desolado, saiu de casa com as roupas do corpo e deixou para trás tudo o que havia construído. Ao chegar a Santa Rita, alugou uma casa no bairro Pedro Sancho, arrumou emprego como caminhoneiro e casou novamente. O fim do segundo casamento, entretanto, levou Marcelo a se afundar na bebida e jogar sua vida para o alto. Marcelo foi demitido, passou a viver como indigente e bebeu o quanto podia para aliviar o sofrimento. Para se alimentar, passou a contar com a ajuda de alguns donos de restaurantes, solidários às condições precárias do rapaz. 

Há alguns meses, Marcelo teve seu colchão e cobertor roubados e passou por maus bocados no último inverno. “Às vezes eu peço misericórdia de Deus para me ajudar a aquecer um pouquinho. É muito difícil sobreviver nessas condições.” Ao lado de sua companheira, Lúcia Pereira, o rapaz sonha em ter a oportunidade de conseguir um trabalho e conquistar novamente um lar. “Tudo o que eu queria era uma casinha na roça e um trabalho para me reerguer. O que eu mais preciso hoje é de uma oportunidade qualquer.”
Companheira de Marcelo há 7 meses, Lúcia Pereira tem 34 anos e é natural de Itajubá. Moradora de rua há 4 anos, ela conta que o que a destruiu foi  ter começado a beber e usar drogas ainda criança. Apesar de ser casada e mãe de 8 fi-lhos, a gari vivia nos bares e levava uma vida desregrada. Ainda assim, fazia bicos como catadora de lixo e tinha uma casa com televisão, móveis e chuveiro elétrico. As coisas chegaram a um patamar insustentável quando o marido morreu esfaqueado e ela perdeu tudo o que tinha. As crianças foram levadas pelo Conselho Tutelar, o juiz vendeu sua casa e entregou a ela o dinheiro e Lúcia afundou completamente nas drogas.

A moça conta que sente muita saudade dos filhos, mas que eles têm uma mágoa profunda dela. Há algum tempo, seu irmão esteve na cidade, pediu para que ela se internasse e ela o fez. Marcelo estava se dando bem na casa de recuperação mas decidiu voltar às ruas quando a companheira se desentendeu com uma das dirigentes. “Eu preciso me esforçar mais se quiser me dar bem, mas estou disposta a aproveitar a oportunidade.” – afirma Lúcia.

Quem estiver disposto a conhecer de perto a vida deste casal pode encontrá-los em um dos bancos à beira do Rio Sapucaí. Seus poucos pertences estão sempre pendurados em árvores e muitos frequentadores da região conhecem bem estas pessoas que, por suas escolhas ou pelo próprio destino, deixaram com que suas existências fossem rebaixadas a um estágio de sofrimento, enfermidades e grandes privações.

(Carlos Romero Carneiro)

Oferecimento:

2 comentários:

  1. Infelizmente esse não é um caso isolado, e acredito que eles merecem uma segunda oportunidade para se reestruturarem. Talvez algum proprietário que dispõe de alguma casa na roça poderia fazer a caridade de ajudá-los com uma morada e um trabalho. Ninguem está livre de situações semelhantes,e quem sabe não seria exatamente essa,a oportunidade e a motivação que o casal precisa para começar um novo capitulo de sua história!!?? Com certeza aparecerá um coração generoso para fazer a DIFERENÇA na vida desse casal...

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  2. Infelizmente esse não é um caso isolado, e acredito que eles merecem uma segunda oportunidade para se reestruturarem. Talvez algum proprietário que dispõe de alguma casa na roça poderia fazer a caridade de ajudá-los com uma morada e um trabalho. Ninguem está livre de situações semelhantes,e quem sabe não seria exatamente essa,a oportunidade e a motivação que o casal precisa para começar um novo capitulo de sua história!!?? Com certeza aparecerá um coração generoso para fazer a DIFERENÇA na vida desse casal...

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