segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Doutor Eduardo Adami revela lendas e causos de nossa cidade (Parte 6)

Cornélio Lemos Carneiro (Cornelinho) e Doutor Antenor
Doutor Antenor

Estava tudo certo para que Antenor Pinto de Almeida se formasse em medicina no ano de 1920. Mas em 1918 chegou ao Brasil, através de um navio grego, a terrível gripe espanhola. Para ajudar no tratamento daquela doença que já somava milhares de vítimas por aqui, o governo se viu obrigado a antecipar a formatura dos estudantes de medicina e o santarritense acabou voltando pra casa mais cedo. Desde então, o médico colecionou milhares de histórias por seu senso de humor incrível e acabou se tornando  uma verdadeira lenda por suas respostas irônicas e atravessadas. Uma delas, muito difundida por aqui, foi quando diagnosticou um amigo que vivia se empanturrando de comida.
- Seu problema é insuficiência.
- Cardíaca doutor?
- De bunda. Você precisa de duas para dar vazão a tudo que come.
Outra vez, encontrou um hipo-condríaco que quis saber dele o que era bom para reumatismo. De pronto, Antenor respondeu:
- Você já viu cavalo e vaca com reumatismo? Tem que comer mato!
Chegando em casa, o hipocondríaco fez um chá de capim gordura e quase morreu de diarréia. No outro dia, com mania de anotar todas as receitas que via pela frente, escreveu em seu caderninho: “Capim gordura, pra reumatismo, não vale nada. Já pra prisão de ventre é um santo remédio.”

Um oferecimento:

Doutor Eduardo Adami revela lendas e causos de nossa cidade (Parte 5)

Membros da Cia Força e Luz em 1931: José dos Santos Filho, Antônio Moreira da Costa (Tonico Moreira), José Longuinho Sobrinho e José de Miranda Santos.
 Companhia Força Minas Sul

Por volta de 1910, o senhor Tonico Moreira, altamente visionário, decidiu criar uma empresa para trazer a energia elétrica para Santa Rita. Essa usina foi construída em Natércia e sua linha de transmissão cortava as terras do Senhor Antenor, no distrito do Vargedo. Somente em 1935 a Companhia Sul Mineira de Energia – como era chamada - se transferiu para Santa Rita para abastecer as cerca de 4 mil residências locais e comprou a primeira estação. Com um sistema bem diferente do atual, a pessoa pagava um valor fixo por mês e podia consumir o que quisesse.

Um dos fatos interessantes, acontecidos nesse período, envolveu o senhor Joaquim Carneiro de Abreu, muito respeitado por suas convicções políticas e membro de uma das famílias mais tradicionais, que costumava produzir um jornal de oposição em forma de mural, colado na parede da Matriz. Sempre muito imparcial, suas críticas não poupavam nem a Minas Sul – de propriedade do seu cunhado, Tonico – que imediatamente mandou cortar o fornecimento de energia ao tomar conhecimento de que ele havia reclamado das altas taxas. Quando um funcionário chegou à sua residência para desligar os fios, Joaquim deu um tiro pra cima e gritou: “Vou ficar de guarda! Minha energia ninguém corta!” Conta-se que o rapaz foi embora e nunca mais voltou.

Um oferecimento:

Doutor Eduardo Adami revela lendas e causos de nossa cidade (Parte 4)

Anauê: mais uma do Integralismo

No auge do Integralismo, Santa Rita chegou a contar com cerca de 1200 membros e se tornou uma espécie de referência na região. Com jornal próprio, escola e organização suficiente para eleger diversos representantes na esfera pública, a cidade foi escolhida para sediar uma reunião do partido que contou com a participação de representantes de Pouso Alegre, Itajubá e outros municípios. Estava tudo pronto. Cinema lotado, representantes uniformizados, saudações na ponta da língua. Só não contavam que assim que a reunião tivesse início um rojão seria aceso nos fundos do cinema colocando a multidão toda pra correr. Felizmente, ninguém se feriu e todos puderam participar do congresso, alguns minutos depois. Só não tiveram o gosto de encontrar o engraçadinho para fazê-lo gritar “Anauê!”.

Um oferecimento:

Doutor Eduardo Adami revela lendas e causos (Parte 3)

Integralismo X Maçonaria

Na primeira metade do Século XX, se havia 3 coisas que não se misturavam na cidade eram o Integralismo, a Igreja e Maçonaria. O primeiro trazia entre seus afiliados alguns dos habitantes mais importantes da cidade como os senhores A. de Cássia, Martiniano Ribeiro (Avô de Eduardo), Doutor Arlette, Paulo Pinho, dentre outros. Do lado dos Maçons, personalidades não menos proeminentes como o senhor Adelino Carneiro Pinto e seu filho Rui, José Ribeiro da Silva e Eli Amaral. Todos se respeitavam, mas sabiam que as ideologias eram muito distintas. Certo dia, surgiu um comentário de que os Integralistas estavam prestes a invadir a “Caridade Sul Mineira” por suspeitarem encontrar documentos que fossem contra sua ideologia. Ao saber do boato, senhor Ferreira, Presidente da Loja, na época, comunicou ao comandante do Batalhão de Pouso Alegre, que imediatamente enviou duas metralhadoras para serem instaladas na entrada da Loja e um alarme no portão que dispararia caso algum intruso chegasse. A vigília durou alguns meses, mas o suposto plano jamais se concretizou.

Um oferecimento:

Doutor Eduardo Adami revela lendas e causos (Parte 2)

Senhor Arnauld

O Sr. Arnauld era uma pessoa extremamente interessante e polêmica. Seu senso de humor era conhecido pela cidade toda e acabou ultrapassando os limites do vale quando, junto com alguns amigos, resolveu fazer uma viagem a São Paulo. Entusiasmado com a paulicéia, Arnaud convidou todos para conhecerem um restaurante francês e só não se encantou quando o maitre trouxe uma conta repleta de zeros.
- Mais isso é um absurdo! Eu quero um descontinho – reclamou o santarritense.
- Me desculpe messier, mas aqui é um restaurante chique, não oferecemos desconto... – retrucou o maitre.
- Mas o senhor vai negar um abatimento para o seu companheiro de profissão? – devolveu Arnauld.
- Que honra! O senhor também trabalha em restaurante?
- Não – disse Arnauld – sou ladrão!
Injuriado, o santarritense pagou as despesas e nunca mais voltou ao local.

Um oferecimento:

Doutor Eduardo Adami revela lendas e causos (Parte 1)

O Delegado Assumpção
O delegado Assumpção morava na esquina da Praça Américo Lopes (Grupão) e colecionou uma série de causos interessantes. Segundo contam, era uma pessoa tão polêmica que envergava a lei de acordo com a necessidade. A mais notória delas foi quando recebeu a denúncia de que alguns santarritenses estavam jogando carteado a dinheiro no Clube Santarritense e chamou alguns policiais para averiguar. Quando percebeu que os jogadores tratavam-se de algumas das figuras mais importantes de cidade e, muito sem jeito de prender seus amigos de convivência, mandou para o xadrez todo mundo que estava assistindo, pelo crime de vadiagem.
 Um oferecimento:

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

SUL DE MINAS RECEBE TRÊS NOVOS INVESTIMENTOS

Três investimentos no Sul de Minas, no valor total de R$ 8,6 milhões foram anunciados nesta quinta-feira (22). Os protocolos de intenções foram assinados pelo presidente do Instituto Integrado de Desenvolvimento Econômico (Indi), José Frederico Álvares, com os representantes das empresas Sekisui Comércio Importação e Exportação, Condminas Indústria de Fios Especiais Ltda. e distribuidora de pneus West. Em Santa Rita do Sapucaí, a Sekisui Comércio Importação e Exportação Ltda. irá investir R$ 1,25 milhões na construção de sua fábrica. A nova planta será destinada à montagem, fabricação e comercialização de produtos eletroeletrônicos. Com a nova unidade, serão gerados 68 empregos diretos e outros 19 indiretos. Fundada em 1993, a empresa atua no segmento de fabricação, distribuição de produtos e prestações de serviços voltados para o atendimento de clientes do setor público e privado. O projeto, iniciado em julho deste ano, deverá ser concluído em dezembro de 2013. Com a nova unidade, serão gerados 68 empregos diretos e outros 19 indiretos.
 
A outra empresa a assinar protocolo de intenções com o Indi foi a Condminas Indústria de Fios Especiais, que irá implantar uma unidade industrial em Camanducaia. Sediada na cidade de São Paulo, a empresa investirá R$ 6,7 milhões na transferência de máquinas e equipamentos da planta fabril para Minas Gerais, onde também irá desenvolver novos produtos. O novo empreendimento irá gerar 55 novos empregos diretos e 55 indiretos e, de acordo com o cronograma de execução do projeto, o início das operações está previsto para maio de 2012. A Condminas atua há 40 anos no desenvolvimento e fabricação de cabos e fios elétricos especiais, com um portfólio de mais de 3 mil produtos.
 
Já a distribuidora de pneus West irá investir R$ 690 mil na implantação de uma filial da empresa no Sul do Estado. O município do empreendimento ainda não está definido. A inauguração da filial da empresa em Minas está prevista para abril de 2012 e irá gerar 63 empregos diretos. A West foi criada para atender ao mercado distribuidor no segmento de pneus, com uma proposta diferenciada de atendimento e uma estrutura pronta para os clientes em geral.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Um santarritense na Grande Muralha da China

Como Santarritense fanático que sou, não poderia deixar de compartilhar com meus conterrâneos a emoção que senti e a aventura que passei na muralha da China.

A trabalho na China, hoje sou responsável por enxergar e buscar novas tecnologias de telecomunicações existentes no mundo e levar para o Brasil para as operadoras de telefonia Vivo e Telefonica Brasil, em visita a Pequim, capital da China, mais conhecida aqui na China pelos chineses como Beijing, tive o prazer de conhecer melhor a historia deste fantástico pais, visitando a muralha da China.

A muralha esta aproximadamente a 2 horas de carro de Pequim e a aproximadamente 4000 metros de altitude, com uma extensão de 6000 quilômetros. Foi construída pelos chineses para proteger de invasores, que na época brigavam pela conquista de território, onde o principal invasor era a Mongolia, que na minha opinião, uma estratégia de invasão muito mal elaborada e planejada, para não dizer burra, pois invadir um pais como a China, com uma muralha a 4000 metros de altitude, no pico das montanhas e 6000 quilômetros de extensão, não poderia dar certo, todas as invasões foram frustradas.

Minha aventura foi fantástica, com ajuda de guias turísticos da China, através de um “ cable car” consegui chegar a aproximadamente 2KM do topo da muralha, onde com muito esforço devido ao frio de 0 graus porém sensação térmica de -5graus, caminhei muralha acima ate chegar ao topo da muralha, onde se encontra a bandeira chinesa, onde gastei 4 horas para percorrer os 2KM montanha acima.

Quem tiver a oportunidade de conhecer a China, Pequim, não deixem de conhecer a muralha da China, onde esta pode ser vista ate da lua e a historia deste pais que nada mais nada menos esta se tornando a potência mundial, tem uma historia linda.Não poderia deixar de compartilhar com vocês esta aventura e emoção que senti.

Esta foto foi tirada por um amigo Chinês, Cheng Zan Yu, que foi companheiro muralha acima, a quem agradeço por me acompanhar nesta aventura inesquecível.

Abraço a todos.
Leonardo Azevedo Ribeiro

Um oferecimento:

Um pedaço de Diamante em Santa Rita

Um pedaço de Diamante em Santa Rita

Diamante é uma pequena cidade de 5 mil habitantes, situada na província de Cocenza, que fica na região da Calábria, ao sul da Itália. Entre os anos de 1840 a 1860 a Itália passava por uma grande transformação política em função do movimento de unificação de seus reinos. Houve muitas batalhas em toda a região italiana, constituindo também uma guerra civil. Era um período difícil e, por este motivo, muitos italianos ganharam o oceano em direção às Américas, em busca de uma nova vida. Foi assim que, dentre muitos outros italianos, Antônio, Vincenzo, Bonaventura e Paolo de Luna, dentre outros da mesma família, chegaram a terras Mineiras, há mais de 150 anos.
Fabiana com seus familiares italianos.
Paolo de Luna era médico, permaneceu em Santa Rita do Sapucaí por alguns anos e foi, juntamente com Delfim Moreira, fundador da Loja Maçônica Caridade Sul Mineira (Antigamente chamada de “Atalaia do Sul”), sendo Venerável Mestre desta loja em 1903.  No ano de 1907, aproximadamente, Paolo de Luna regressou à Itália, já unificada desde 1861, onde constituiu família. Seus primos continuaram no Brasil, e deram origem à Família “de Luna” conhecida hoje.
O principal ramo da família “de Luna” em Santa Rita do Sapucaí se deve a Antônio de Luna. Este Italiano, fazendeiro e comerciante, se casou com a senhora Francisca Pereira (Mãe Chica), e tiveram 6 filhos, sendo a primeira natimorta. Seus filhos eram Leopoldo, Agenor, Godofredo, Luiza e Francisca, hoje em dia muito bem lembrados e homenageados em nomes de ruas de nossa cidade.

Eu sempre ouvia de meu pai, de tios e primos mais velhos, como o Dr. Cyro de Luna, frases e lembranças de Diamante: “É uma cidadezinha linda à beira mar, de águas cristalinas...”, e esta fantasia me motivou a ir em busca de minhas origens. Eu estava, definitivamente, convicta a viajar um dia para a Itália e conhecer a cidade e os parentes que lá viviam!
Um passeios pelas ruas de Diamantes.
E foi nestes tempos modernos, através da tecnologia, que vínculos distantes no tempo voltaram a se unir. Como uma bela surpresa, há dois anos aproximadamente, um Italiano me abordou no Facebook e me perguntou se, por um acaso, eu saberia dizer a origem do meu sobrenome. Eu não tive dúvidas e imediatamente respondi que era de “Diamante”, na Calábria! Começou aí uma história de amizade e reencontro das famílias. Este “primo distante”, Vincenzo de Luna, era bisneto de Paolo de Luna, aquele italiano que chegou a Santa Rita juntamente com o meu tataravô, Antônio de Luna. Ele tinha profundo interesse em saber sobre este ramo da família, e me pediu para ajudá-lo a completar a árvore genealógica da família “de Luna” no Brasil. Desde então, através dos recursos da internet, temos nos comunicado sempre, trocado informações, fotos e documentos.. Comecei a motivar meus primos ítalo-brasileiros, motivando a completarmos a árvore genealógica, trocando informações e histórias e propondo para que fôssemos, juntos, em busca de nosso reconhecimento à Cidadania Italiana.
Em Agosto deste ano, finalmente, consegui programar minhas férias, e o destino não poderia ser outro: Itália! Visitei diversas cidades históricas pelo país durante as três primeiras semanas, como Veneza, Florença, Roma, Pisa, Assis, Loreto... e aproveitei para fazer um curso de Língua e Cultura Italiana em Castelraimondo, por indicação de meu amigo Pedro Vono, também descendente de Italianos de outra família conhecida em nossa cidade. Como não poderia esquecer, visitei as Cidades de Cássia e Roccaporena, onde renovei minha fé ao me encontrar com Santa Rita em carne e osso. Foi uma experiência incrível conhecer onde a nossa santinha nasceu e viveu, o convento e sua parreira ainda viva, sua cela de clausura e, finalmente, o seu corpo intacto há mais de 600 anos. Não pude conter as lágrimas quando me deparei com Santa Rita!

 Na última semana de férias fui visitar, na região da Calábria, a cidade de Diamante! Fui recebida com o calor humano e carinho de família. Receberam-me em sua casa o Sr. Paolo e a Sra. Giulia de Luna, pais de Vincenzo, o meu primo da Internet. Levaram-me para conhecer o centro histórico da cidade, as praias, a comida típica e muitos outros parentes, sempre me apresentando como “La cugina brasiliana” – A prima Brasileira! Todos me abraçavam com muito carinho e faziam muitas perguntas, e foram 4 dias maravilhosos ao lado desta família! Tive a oportunidade de conhecer a Senhora Adele de Luna, filha de Paolo de Luna, aquele que veio ao Brasil. Uma senhorinha simpática de 91 anos, largo sorriso e brilho nos olhos, e que lembrava muito a minha vó Hilda, com mãozinhas pequenas e gordinhas, como dos “Lunas” daqui! Vi que a semelhança física dos Lunas da Itália era muito grande em comparação aos Lunas de Santa Rita. Percebi também a grande importância que os Italianos, de um modo geral, dão à família e seus laços, o que faz de nós, descendentes, sermos “veramente italianos”!
O prefeito de Diamante enviou uma carta oferecendo parceria com Santa Rita, entregue ao prefeito.
Para completar minha visita a esta cidade maravilhosa, fui convidada a conhecer a “Comune di Diamante” - a prefeitura, e o seu “Sindaco” – prefeito, que ficou muito feliz em saber que Santa Rita do Sapucaí abrigava muitos italianos descendentes da família “de Luna” provenientes daquela cidade. Tomando conhecimento da história desta família no Brasil e da proporção de seus descendentes em Santa Rita, enviou, através de mim, uma carta oficial ao Sr Prefeito de Santa Rita propondo um “gemelagio”, ou seja, um tratado de cidades irmãs para promover a troca de cultura, visitas e informações entre ambas. Juntamente com a carta, enviou também uma placa comemorativa da cidade. Esperamos que as autoridades de nossa cidade retornem o contato com Diamante, para que possamos promover intercâmbio de cultura e estreitar os laços com esta cidade italiana.

Mais do que maravilhada com a viagem e as belezas da Itália, me encantou o afeto e carinho de todos aqueles que me receberam como “parente” e me trataram como filha. Pude concluir que o reconhecimento Italiano para com sua descendência é de fato muito forte, e me senti orgulhosa por fazer parte desta família que tanto contribuiu para o crescimento e desenvolvimento de nossa cidade. Família é mais forte do que diamante, do que qualquer outra pedra preciosa, e são nos laços de amor que nos tornamos mais fortes!

Esta matéria é um oferecimento de:

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Empório de Notícias - 49 : Dia 22 de Dezembro, nas bancas!

Edição Imperdível do Empório de Notícias. Veja o que vem por aí:


- Entrevistamos o amigo Décio de Almeida Azevedo: O santarritense fala sobre seu pai e conta muitos causos acontecidos na cidade.


- O exemplo de vida de Lucimara Gonçalves: de chão de fábrica a empresária de sucesso, a santarritense conta como chegou la.

- Francisco Moreira da Costa Neto conta detalhes sobre a sua família: saiba como era Francisco Moreira e sua filha Sinhá Moreira, na intimidade. Saiba também como surgiram alguns dos bancos mais famosos do Brasil na cidade.


- Senhor Hélio Magalhães e as lembranças do Natal, no Porto Sapucaí.


- Carteira de habilitação de 1928 mostra como era a lei de trânsito em Santa Rita. (Uma cortesia de Fred Cunha)


- Quem casa, quer casa... (Um conto de Haidée Cabral)

- Especialista em estudos sobre o Rio Sapucaí fala sobre a questão das enchentes em Santa Rita 


- Detalhes que fazem a diferença na escolha do Ensino Médio


- Inatel oferece novo curso de graduação: Engenharia de Controle e Automação


- Pós-Graduação em Circuitos Eletrônicos em Santa Rita do Sapucaí


- SRCC conquista copa COE de futebol, Pouso Alegre


- Ivon mostra sua visão de Natal em "Revelando a História".

Natal é na Stillus Modas

Para matar saudades do Showrrasco: Programa Leandro Ponto Com.

Nessa semana, o Leandro Ponto Com disponibilou a reportagem que fez no showrrasco para visualização no Youtube:

Café da Manhã e Café da Tarde é na Ki Sabor!

Rogério Rennó fala sobre Jiu-Jitsu, família Gracie e seus tempos de Vale Tudo

Como foi a vinda dos Gracie para o Rio de Janeiro?

A família do Hélio Gracie morava no Pará. Lá ele conheceu um japonês chamado Conde Koma que lhe passou todos os conhecimentos do puro Jiu-Jitsu do Japão. O professor Jorge Gracie, irmão do Hélio, foi quem mais absorveu os conhecimentos. Juntos, eles vieram para o Rio onde montaram uma Academia na Avenida Rio Branco.

Hélio começou por acaso. Ele era o mais fraquinho da família, sofria de asma, e só deu sua primeira aula para substituir o irmão. Desde então, nunca mais parou. Hoje em dia, tudo o que existe em Jiu-Jitsu no Brasil surgiu com ele. Vem da mesma ramificação.

Conte-nos sobre o Brazilian Jiu-Jitsu

No Japão existia o Jiu-Jitsu. Após a segunda guerra, a modalidade foi divi-dida para reduzir suas forças, onde nasceram as mais diversas vertentes como Karatê, Taekwondo, Aikido. Quando o Jiu-Jitsu chegou aqui, a família Grace o aprimorou e o tornou ainda mais completo. Desde então, todas as academias que ensinam a modalidade no mundo, têm como referência o Brazilian Jiu-Jitsu.

Como você conheceu Hélio Gracie?

Em 1972, eu estava no Rio e lá decidi começar a praticar algum tipo de esporte, optando pelo Jiu-Jitsu. Na época, esta modalidade era tida como violentíssima. Este tipo de luta, a princípio, era muito pouco praticado. Junto comigo, começaram grandes incentivadores do esporte no Brasil. Nós formávamos uma boa equipe e sempre competíamos Vale-tudo no ginásio do América Futebol Clube. Na época, nós ganhávamos apenas dinheiro para o lanche. Nesses eventos, reuníamos o pessoal da capoeira, o grupo de Karatê e outras modalidades. A verdade é que nós treinávamos demais. Alguns treinamentos duravam entre 4 e 5 horas. A verdade é que a convivência que eu tive com esse pessoal foi muito boa. Graças a Deus eu tive o privilégio de tê-los conhecido.  (Se emociona muito e faz uma pausa na entrevista)

Você teve contato com os filhos de Hélio Gracie?

Eu tinha muita amizade com o Carlson e com o Robson. Já essa turma mais nova, o Rorion, o Royce e o Rickson era criança nessa época. Desde molequinhos eles já viviam de kimono. Eu lembro que, por qualquer coisinha, o Hélio já colocava a criançada em cima da mesa para lutar. (Risos)

Seu instrutor foi quem implantou os desafios entre modalidades?

Ele desafiava a tudo e a todos. Sempre queria descobrir se o Jiu-Jitsu tinha falhas e, para isso, convidava os professores de outras modalidades para um combate. Em 1962, chegaram dois mestres de Karatê na cidade - Tanaka e Uriu - e seus alunos foram desafiados por nossa academia. A condição que eles impuseram foi de que a luta deveria ser fechada e nós ganhamos todas as lutas em questão de segundos.

Como foi sua trajetória como lutador?

Tive aulas muitos anos com o Hélio Grace e depois fui para a Academia do Chiquinho Mansur, na Praça Saens Peña. Em 1973 eu me tornei faixa preta em primeiro Dan. Antigamente, você se graduava em combate. Nesse período eu fui campeão carioca uma vez, fui campeão fluminense duas ve-es e vice campeão brasileiro.

Você manteve contato com Hélio Gracie?

Sim. Uma vez eu estava na rua da Assembleia e encontrei o Hélio Grace. Eu perguntei a ele: “O senhor ainda está treinando?” E ele respondeu: “Tenho que treinar para não apanhar na rua.” E veio pra cima de mim! Queria me pegar... (Risos)

Os treinamentos continuaram ao retornar a Santa Rita?

Quando eu voltei para Santa Rita, comecei a treinar e nós difundimos o Jiu-Jitsu na região. Mais tarde, meu filho, Toninho, também se tornou professor. Hoje nós temos antigos alunos dando aula em Pouso Alegre, Santa Rita e Itajubá. Na Academia Action, temos o Marcelo que foi nosso aluno; na Academia do Arthur temos o Josicássio que é um professor muito técnico; em Pouso Alegre temos ótimos professores (um deles foi campeão mundial) e, em Itajubá, temos um campeão brasileiro... todos eles foram alunos meus. Isso me deixa muito sa-tisfeito de saber que todos se sobressaíram.

Conte-nos sobre uma de suas participações no Vale Tudo

Teve um Vale-tudo que eu participei na Polícia Militar. O meu oponente era dublê da Globo. Pouco antes da luta, ele veio até mim e falou: “Vamos maneirar, porque eu vou ter que fazer um trabalho e não posso machucar...” E eu aceitei. Só que, no momento da luta, estávamos em um tablado alto e ele me jogou lá de cima. Eu caí pra fora do tablado e quebrei a clavícula. O Chiquinho pegou um esparadrapo, me imobilizou e eu subi de novo. Ele veio com tudo pra cima, mas nessa época em estava em ótima condição física. Ele sofreu, viu... (Risos)

Esta entrevista é um oferecimento de:

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Cartão de Natal ACEVALE

A catedral de Pouso Alegre vista sob outro ângulo

Divina Arte

Quando contemplou o interior da Capela Sistina pela primeira vez, o jornalista Claudio Abramo (1923-1987) sentiu uma estranha emoção chocar-se com sua opção pelo ateísmo. “Tive de fazer um esforço enorme para continuar ateu”, admitiu a um grupo de colegas do diário O Estado de S. Paulo, logo que regressou do Vaticano. Abramo ficara extasiado ao conhecer de perto o majestoso templo católico, cujo teto ainda hoje exibe pinturas primorosas de Michelangelo (1475-1564). A Catedral Metropolitana de Pouso Alegre também exemplifica o emprego exitoso da arte em nome da evangelização. Poucos seres humanos conseguem manter-se indiferentes diante da riqueza artística e simbólica guardada pela sede da única arquidiocese sul-mineira.
Vista de dentro do mostrador da Catedral.
A genialidade de José Perez

O artista plástico espanhol José Perez de Moraes deixou seu talento marcado nas paredes do presbitério e da nave da catedral. Desafiado pelo verde claro escolhido para a pintura interna, produziu belas imagens em tons escuros de verde, acrescidos de branco e preto. Dos pincéis de Perez saíram as figuras que ladeiam o altar: os quatro evangelistas, o Bom Pastor, Jesus transfigurado, a parábola do filho pródigo e a ressurreição de Cristo. As 14 estações da Via Sacra foram pintadas pelo mesmo autor na parte superior da nave. Na entrada da igreja figuram o Rei Davi tocando harpa e Jesus batendo à porta. Perez produziu ainda duas figuras alusivas ao mistério da eucaristia, as quais adornam a Capela do Santíssimo.
Existe um cemitério debaixo do altar.
Solo sagrado

A capela é tida como o espaço mais sagrado do templo, pois guarda as hóstias consagradas para que os fiéis possam adorar o corpo de Cristo. Lá são acondicionadas também as sobras de hóstias que são levadas até lares de enfermos. Uma lâmpada vermelha fica constantemente acesa na capela para indicar que ali Cristo se faz presente por meio da eucaristia, momento a que os católicos conferem maior importância.
As engrenagens do relógio.
A cripta da Catedral

As primeiras comunidades cristãs celebravam a eucaristia sobre os túmulos dos mártires (pessoas que morriam para testemunhar a fé cristã) e, por essa razão, a cripta das catedrais geralmente é construída exatamente sob o presbitério. Na cripta da catedral de Pouso Alegre foram sepultados três bispos: Dom Octávio Chagas de Miranda (líder da diocese de 1916 a 1959), Dom José D’Angelo Neto (1960 a 1990) e Dom João Bergese (1991 a 1996). Uma imagem de São João Batista foi colocada no recinto subterrâneo por causa do nome do primeiro bispo de Pouso Alegre, Dom João Batista Corrêa Nery (1901 a 1908).
Os sinos da Catedral.
A cátedra

O atual arcebispo, Dom Ricardo Pedro Chaves Pinto Filho, preside cerimônias a partir de sua cátedra – denominação dada à cadeira do bispo, da qual deriva a palavra catedral. A cátedra de madeira fica posicionada à direita do altar (ou mesa do sacrifício). Nas laterais do presbitério reservam-se assentos especiais para 10 cônegos que atuam na jurisdição da arquidiocese, sendo cinco lugares de cada lado. Os nomes dos cônegos estão gravados em latim nas placas douradas que identificam seus assentos.
Entre colunas

Entre as colunas da catedral estão as capelas laterais de São José, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora das Dores e São Sebastião (patrono da arquidiocese). A catedral não tem padroeiro e, sim, um titular que pertence à Santíssima Trindade: Bom Jesus Crucificado. De acordo com o secretário paroquial Fernando Freitas, a imagem centenária teria vindo de Silvianópolis, quando aquela localidade não passava de um vilarejo e se chamava Santana do Sapucaí.
Obreiros de Deus

Os vitrais da catedral impressionam pela grandiosidade e pelo esmero das figuras coloridas que os enfeitam. Na extremidade inferior de cada vitral aparece o nome da família que o ofertou à igreja. Um dos patrocinadores foi o ex-senador Eduardo Carlos Vilhena do Amaral. O ex-prefeito de Maria da Fé, José Vilela Viana, doou o enorme vitral redondo que faz chegar luz e cores ao coro da catedral. Logo acima, no frontispício, foram colocadas figuras que representam os 12 apóstolos de Cristo. Durante a pintura da 12ª imagem, o operário que executava o serviço sofreu uma queda que provocou sua morte. Em seguida, o então cura da catedral, monsenhor Benedito Marcílio de Magalhães, decidiu manter a imagem sem pintura, em homenagem ao trabalhador ausente. A obra só foi completada meses após o triste episódio.
Os relógios da torre

Os espaços pouco conhecidos da catedral também surpreendem qualquer visitante pela rusticidade. Entre paredes sem acabamento, funcionam os dois relógios e repousam os três sinos do templo, estes silenciados após reclamações de estabelecimentos comerciais vizinhos. O relógio mais antigo foi fabricado em 1949 por Lourenço Fernandes e Filhos, de Jacutinga. O outro funciona há 36 anos e foi confeccionado na cidade paulista de Jaboticabal pela empresa Zocca.
Ontem e hoje

A atual catedral pouso-alegrense começou a ser construída em 1948, sendo inaugurada 32 anos depois. No mesmo local ficava a antiga sede da diocese, construída em 1849 para ser a matriz da Paróquia de Bom Jesus. O bispado de Pouso Alegre foi instituído em 1900 por meio de uma bula do papa Leão XIII. Desde então, a maior cidade do Vale do Sapucaí se tornou um polo que atraiu não apenas autoridades eclesiásticas, como também líderes temporais. Uma das visitas mais importantes à catedral, ainda em construção, aconteceu em 1956. À época presidente da República, Juscelino Kubitschek assistiu a uma missa no espaço reservado ao clero e se hospedou no Palácio Episcopal.
(Jonas Costa)

Oferecimento: 

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Dilson Frota e sua paixão pela aviação

Conte-nos sobre a construção de seu avião

Minha oficina é feita para a construção de aviões de metal. Eu trabalho a partir de uma planta americana, muito confiável e bem testada, desenvolvida por engenheiros da aeronáutica. A partir dela, você escolhe uma medida qualquer e produz peças que, mais tarde, formarão um Kit para montar o avião. No meu caso, é bem diferente de você comprar um kit com as peças já prontas. Hoje em dia é possível você construir um avião desses porque existe uma legislação específica para autorizá-lo a voar, mediante inspeção de um engenheiro de aeronáutica.  Quando você obtém essa autorização, você obtém quase todos os direitos de um avião comum. A única diferença é que ele não poderá realizar voos comerciais porque ele não foi testado pelos órgãos. Existe uma coisa mística no avião: você já sabe se ele vai voar, antes dele sair do chão. Você faz uma série de testes para saber se ele voará mesmo ou não.

Qual é a previsão para o seu avião ficar pronto?

Será exatamente no dia em que acabar. (Risos) Porque é um hobby. Quando eu terminá-lo não vou ter mais o que fazer...  Na verdade, este meu projeto está parado há algum tempo porque eu precisei me dedicar a outras coisas.

Você já tinha montado aviões antes?

Antes, eu só havia montado aeromodelos. O primeiro eu montei com 5 anos de idade. Já na ETE, eu tive outros. Assim que me casei, continuei a desenvolver outros projetos e acabei parando por  um período de 5 anos, quando eu estava construindo o PABX (carro-chefe de sua empresa).

Então você  já tinha essa paixão desde a infância?
Meu gosto por aeromodelos começou com um presente de meu tio Carlos. Aos 10 anos, eu tive um amigo que fazia modelos maravilhos. Na época, ele não tinha controle. Era preso por cabos e você os girava. Por incrível que pareça esse menino, mais tarde, trabalhou no projeto do novo modelo da Boeing, - o 787, em Seattle. (Risos) Tá certo que foi um dos milhares dentro da fábrica, mas estava lá...

Nos tempos de ETE você trabalhou com aeromodelismo?

Na ETE, o nosso projeto de formatura foi um controle remoto para barcos, porque naquele tempo as peças era muito pesadas para aplicarmos em um avião. Ainda bem, porque assim não caiu na cabeça de ninguém...

Como é concedida autorização para voar?

No meu caso, não era permitido eu voar por ter uma vista só. Até que o Brasil se a-dequou às normas internacionais e permitiu o voo monocular. Você faz um exame médico a cada 6 meses, precisa validar a carteira a cada dois anos e refazer a prova novamente. Desde então, eu conquistei a carteira de pilotos privados.
Conte-nos quando você comprou sua primeira aeronave

A primeira coisa que eu gostaria de informar às pessoas é que um avião custa muito mais barato do que as pessoas imaginam. Quando eu comprei o meu, paguei 30 mil Reais. Nessa ocasião, o Hermes Moreira, preocupado comigo, pediu para ver o manual da aeronave. Depois que ele estudou o manual inteiro, voltou e disse: “Pode voar que esse avião é seguro”. Ele me ensinou muito, foi fantástico. Uma das coisas mais importantes que aprendi com ele é que “Avião nunca pode ser tratado como você. Tem que ser tratado como senhor.” Isso quer dizer que nunca podemos perder o respeito por ele.

Você usa a pista do campo de aviação para pousar?

Há algum tempo, pousou um avião com drogas em Santa Rita e algumas pessoas que queriam evitar algo desse tipo levaram esse fato ao conhecimento do DAC (Departamento de Aviação Civil) com o objetivo de destruir a pista ou interditá-la. A verdade é que não tem como evitar o pouso de um avião irregular. Se ele não pousar em uma pista, ele pousa na estrada, num matinho ou em outro lugar qualquer. Com isso o DAC veio até aqui, verificou que nosso campo de aviação não tinha cerca e nosso campo deixou de ser oficial. Hoje, quem chega de avião na cidade precisa descer em Pouso Alegre. Seria bom se conseguíssemos regularizar novamente a situação. Enquanto isso, guardo em Pouso Alegre.

Por muito anos, eu usei o hangar de um amigo, quando pousava aqui em Santa Rita. Como eu construí um avião mais rápido, o tamanho da pista varia de acordo com as características da aeronave. Desde então não pude mais usar sua pista. O ideal seria ter novamente a do campo de aviação.
Como foi sua última viagem?

Foi um caso até engraçado... Na última sexta-feira eu fui para São Paulo de avião e, na volta, lembrei que a chave tinha ficado na minha mala, dentro do carro do Marcos (seu sócio na Leucotron). Eu tive que voltar de carro! (Risos)

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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Bá, apaixonado pelo Botafogo

Bá expõe recortes do Botafogo no Restaurante que leva o seu nome.
A paixão de Bá pelo seu time do coração vem de longe. Em uma época em que as duas agremiações mais conhecidas do país eram Santos e Botafogo, o menino acabou optando pelo alvinegro e, desde então, passaria as tardes de domingo na casa do senhor Bilange – morador da rua da pedra e também fanático pelo botafogo - ouvindo as transmissões de rádio em que a grande estrela era ninguém menos que Mané Garrincha. Quando seu time vencia, os comentários sobre a partida se estendiam até meia noite ou uma da manhã e, só então, Bá deixava a casa do amigo com a alma lavada.

Embora fosse completamente aficionado por futebol, como jogador Bá não era nenhum craque. O garoto até arriscava algumas jogadas como lateral direito, mas se posicionava melhor como torcedor. Ao completar a maioridade, o Bá chegou a morar em São Paulo – onde atuou como bancário e, desde então, passou a frequentar pelo menos 3 vezes por ano os estádios quando seu time entrava em campo contra algum clube paulista. No tempo das vacas magras, como tinha que optar entre pegar condução ou comprar o ingresso, Bá andava até duas horas a pé, entre o centro da cidade (onde morava) e o parque Antártica, só para assistir às partidas.
O comerciante fica apreensivo quando seu time entra em campo.
Desde que montou seu tradicional Restaurante em Santa Rita, o empresário jamais escondeu a admiração pelo Botafogo e sempre fez questão de estampar o símbolo do time nas paredes do estabelecimento. Vez ou outra, algum engraçadinho ainda ousa adentrar o recinto para proferir blasfêmias contra o seu clube. Se isso acontece, Bá se enfeza, queima no golpe, fecha a cara e não deixa barato. Para ele, o cúmulo da provocação aconteceu quando um grupo de cruzeirenses foi ao restaurante, após derrotar o seu time, e começou a fazer trenzinho em torno das mesas. Foi a gota que faltava para que o comerciante colocasse todo mundo pra correr e baixasse a porta mais cedo do que o previsto. O mesmo aconteceu quando um flamenguista foi vender pães para o botafoguense, depois que seu time havia acabado de amargar um 6 a 0: “Aqui ninguém vai comer pão hoje, não!”. Na última semana, dia de clássico, os marmitex chegaram à casa dos freguezes antes do esperado. Bá conta que, para não perder o jogo, seus clientes tiveram que jantar cinco e meia da tarde. Tudo para não perder a tão aguardada partida.
Camisa autografada pelo jogador Finazi.
Nas paredes do Bar e Restaurante do Bá, existem lembranças do clube por todos os cantos. Sempre que os fregueses encontram algo com o símbolo da agremiação, não deixam de presentear o amigo. De todas as relíquias expostas, a maior delas é a camisa número 6, que pertenceu ao atacante Finazzi. O presente autografado foi trazido pelo senhor Afonso, pai do jogador e distribuidor de açúcar na região, que sempre almoça por ali quando está de passagem por Santa Rita.

Em dias de domingo, para saber se o Botafogo se deu bem na rodada é muito fácil: se o time venceu, as luzes da casa do comerciante ficam acesas até terminar o último programa esportivo. Caso contrário, sete horas já está tudo apagado e todo mundo já foi pra cama.
Sempre que algum freguês encontra algo do Botafogo, traz de presente ao dono do Restaurante.
Atualmente, a grande preocupação de Bá está relacionada aos netos. Todos eles já foram presenteados com uma camisa oficial, mas o fato de apenas dois de seus quatro filhos torcerem para o botafogo, pode colocar em risco a perpetuação do clube dentro da família. Um de seus netos é Corintiano, o outro é filho de vascaíno. Como seu genro, Roberto de Franco, não é tão fanático, as chances desse jogo virar são grandes. A nação botafoguense agradece.

(Carlos Magno Romero Carneiro)

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