domingo, 1 de julho de 2012

Neto do inventor do dirigível - Ferdinand Zeppelin - também é conde e vive em Santa Rita do Sapucaí (MG)

Na edição 52 do Empório de Notícias, contamos a História de “Maria Luiza, a santarritense que viu o Zeppelin”, e esta reportagem revelou um fato inédito para a maioria dos leitores.

Tudo começou quando veiculamos em nosso blog uma matéria que havia estampado as páginas do jornal e recebemos a notícia de que o neto do Conde Zeppelin estaria vivendo de forma anônima em nossa cidade. 

No início, não levamos a informação muito a sério e até acreditávamos que era uma brincadeira. Somente após verificarmos que “Ferdinand Louis André Von Zeppelin Obermuller” morava à rua Antônio Américo Junqueira, foi que percebemos que estávamos diante de um furo de reportagem.
Ferdinand Louis André Von Zeppelin Obermuller também é conde e vive em Santa Rita. Ao lado, seu avô, o inventor dos lendários dirigíveis.
O surgimento da família Zeppelin

O nome “Zeppelin” teve origem em uma aldeia Alemã com o mesmo nome e foi encontrado em documentos antigos, assinado de diversas maneiras. A primeira ocorrência oficial foi registrada em 1282. Já a denominação “Von Zeppelin” surgiu quando Johann Carl Von Zeppelin recebeu o título de Graf (Conde), em reconhecimento aos serviços prestados ao Kaiser (Imperador) da Alemanha.

A História desta família teve início quando Charlotte Lizetta Maria Von Zeppelin obteve autorização da Rainha da Holanda, por ocasião de seu casamento, para que os descendentes masculinos recebessem o nome de “Von Zeppelin Obermuller”. Em contrapartida, as futuras esposas e filhas, poderiam assinar apenas Obermuller para que a linhagem não se perdesse com o passar dos anos.

O Brasão da Família

O brasão da família Von Zeppelin sempre teve em seu escudo a cabeça de um burro com o pescoço comprido e orelhas grandes. A mais antiga impressão foi encontrada em 1323 e mostra claramente essa imagem. Já a família Obermuller (Poderoso Moendeiro) adotou, com a autorização do Kaiser, uma roda de moinho e seis estrelas. Através da fusão dos dois escudos, teve origem o brasão da família, gravado no anel do Conde Ferdinand, morador de Santa Rita.
Brasão da família Zeppelin Obermuller.
Conde Zeppelin

Ferdinand Adolf Heinrich August Graf von Zeppelin (Constança, 8 de julho de 1838 — Berlim, 8 de março de 1917) foi um nobre e general alemão, fundador da companhia dirigível Zeppelin.

Na juventude, Zeppelin frequentou a Escola de Guerra de Ludwigsburg e se tornou tenente, em 1858. No ano seguinte, foi recrutado na unidade de engenharia e participou como observador na Guerra Civil Americana (de 1863), na Guerra Austro-prussiana (1866) e na Guerra franco-prussiana (1870-1871). Em 1906, foi promovido a general de cavalaria.

Conta-se que o conde Zeppelin gastou grande parte de sua fortuna na criação de dirigíveis com estrutura rígida para transporte de passageiros. Em 2 de julho de 1900, fez o vôo inaugural do LZ-1, às margens do lago Constança, no sudoeste da Alemanha. Oito anos depois, ganhou fama com o LZ-4 ao cruzar os Alpes, numa viagem de 12 horas, sem escalas. Daí por diante, pôde contar com o financiamento do governo alemão em suas façanhas e seus dirigíveis se transformaram em orgulho nacional.
Nome de Ferdinand Zeppelin, na lista telefônica de Santa Rita
O Exílio na Holanda

O conde von Zeppelin instituiu a primeira companhia aérea, a alemã Companhia Zeppelin (Delag), em 1909, com uma frota de cinco dirigíveis. Até 1914, quando iniciou a Primeira Grande Guerra, foram mais de 150 mil quilômetros voados, 1.600 vôos e 37,3 mil passageiros transportados.

Durante a Primeira Grande Guerra, Zeppelin decidiu deixar a Alemanha e partiu com sua família para a Holanda, onde faleceu, em 1917. Sua esposa e filhos, entanto, permaneceram no país após o término do conflito.
Cartaz do filme produzido por Henry Zeppelin, filho do inventor do dirigível.
A vinda dos Zeppelin para o Brasil

Ferdinand, neto do poderoso Conde, permaneceu na Holanda até 1961, quando seu pai, Henri Von Zeppelin foi contratado pela Companhia Vera Cruz, para trabalhar como cineasta. Ao desembarcar no Brasil, o garoto permaneceu ao lado do pai durante as filmagens de clássicos como Sinhá Moça e Família Lero-Lero e chegou a participar como  figurante de algumas produções da extinta empresa cinematográfica.
Quando seu pai se divorciou, Ferdinand decidiu continuar vivendo no Brasil, enquanto sua mãe voltaria à Holanda. A vinda para Santa Rita do Sapucaí aconteceu em 1972, ano em que o curso de Engenharia Plena do Inatel selecionava sua segunda turma.

Um ano antes de terminar a faculdade, em 1975, Ferdinand casou-se com a santarritense, Maria Goreth Barbosa e se mudou para Ipatinga, onde passou a atuar na Usiminas. Segundo nos contou, no período em que permaneceu no Vale do Aço, poucas pessoas reconheceram o seu parentesco com o grande inventor alemão. “Eles sempre confundiam o meu nome. No crachá estava escrito Zeppelin, mas muito me chamavam ‘Zé Pelin’. – brinca.
Ferdnand Zeppelin mora em Santa Rita do Sapucaí.
O retorno a Santa Rita do  Sapucaí

Ao 1997, ao se aposentar, Ferdinand decidiu se mudar para Santa Rita e a vinda de sua família aconteceu no ano seguinte, quando sua casa ficou pronta. Como relíquia de sua família, nosso ilustre morador utiliza o anel com o brasão de seus antepassados, que pertenceu ao avô e guarda alguns documentos que comprovam a sua geneologia.

(Carlos Romero Carneiro)

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4 comentários:

  1. É sempre muito bom achar personalidades em qualquer parte do Brasil.
    Como Brodowisky ou Santa Rita do Sapucai.
    Quantos mais terão por ai no anonimato ?

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  2. Prezado,
    interessante sua matéria e gostaria de acrescentar que " o Holandês " estudou no colégio marista Padre Champagnat nos idos de 63, 64. Jogamos muito futebol e ainda lembro-me que ele era canhoto.

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